quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ao menos 5 grupos estudam células-tronco sem embrião

Pelo menos cinco grupos de pesquisa brasileiros estão desenvolvendo projetos com células-tronco de pluripotência induzida (iPS) - idênticas às células-tronco embrionárias, mas que não são extraídas de embriões. O primeiro a divulgar seus resultados foi o grupo liderado pelos cientistas Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Martin Bonamino, da Divisão de Medicina Experimental do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A equipe, segundo Rehen, estabeleceu um cultivo de células iPS humanas no fim de novembro. Após confirmação de que elas eram, de fato, células pluripotentes (com capacidade para formar qualquer tecido do organismo. Ontem, uma equipe do Hemocentro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo anunciou ter derivado uma linhagem de células iPS humanas também em novembro.

As duas linhagens foram produzidas, essencialmente, pela mesma técnica: a reprogramação genética de células adultas via introdução de genes com características embrionárias. Mas há algumas diferenças: enquanto a equipe carioca usou quatro genes para fazer a reprogramação, a equipe paulista usou seis (três em comum). No Rio, o vetor usado para introduzir os genes nas células foi um retrovírus, enquanto que em Ribeirão Preto utilizou-se um lentivírus. As células usadas na reprogramação foram de rim e da pele, respectivamente.

Rehen tem planos de publicar seus resultados, mas disse que não está preocupado em saber quem foi o primeiro. Todos os procedimentos da pesquisa foram publicados num site, justamente para permitir que outros cientistas produzam suas próprias linhagens iPS. "Se a gente competir agora vai ser um tiro no pé", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: UOL Notícias

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Uma historia real de Superação e Otimismo

Fabrício Silva Rodrigues nasceu em 25/02/l981, em Franca (SP) e tem Distrofia Muscular de Duchenne, mal genético que só atinge meninos e é passado pelo cromossomo X, que vem da mãe. Aos poucos, seus portadores perdem a força muscular e o movimento de pernas e braços. Outros órgãos vão definhando até que o mal enfraquece pulmão e coração. Tudo isso leva inevitavelmente à morte precoce. Hoje, Fabrício usa uma máscara ligada a um aparelho (Bipap), que o ajuda a respirar e manter-se vivo. Com 27 anos, ele pode ser considerado um vencedor.

A história do jovem não é comum.


Maria de Fátima Silva teve três filhos - todos com algum tipo de limitação. O irmão de Fabrício, Rodrigo Eleandro Silva, tinha 21 anos quando morreu. Rodrigo também era portador da Distrofia Muscular de Duchenne. Sua irmã Ana Paula, 15, tem síndrome de Down. Contra todas as barreiras ele sobreviveu e publicou, indepentendemente, dois livros.


Isso, obviamente, não foi fácil. Fabrício percorreu um longo caminho de esforço, aprendizado e superação até chegar à realização de seu sonho e ver suas palavras em letra de forma.

Em primeiro lugar, aprender a ler e a escrever exigiu de Fabrício mais do que normalmente exige das pessoas sem os problemas que ele enfrenta. Nesse primeiro desafio, ele teve de enfrentar problemas de locomoção e de convivência que o impediram de freqüentar normalmente a escola. Aprendeu a ler e a escrever, em casa, com o auxílio de outras pessoas.

Outro grande esforço foi o de superar os problemas emocionais e psicológicos advindos naturalmente da convivência com o problema físico e da dificuldade para a interação social.

E, por fim, enfrentou o grande desafio de colocar no papel suas idéias, emoções e sensações, na tentativa de levar às pessoas sua compreensão e sentimento de mundo e dos seres.

Com relação aos dois livros publicados, seguem as próprias palavras do autor.
Livro À vida

O que aborda o livro?

Fabrício
- Falo sobre a exuberância da vida. A partir de fatos vividos, desenvolvo reflexões positivas. Exercito minha alma a vislumbrar a beleza contida em pequenas coisas. Acredito que a verdade maior pode ancorar nossa alma e não nos deixar perder em meio à tempestade, no mar dos nossos sentimentos. Pois nosso ser tende a embaçar nossa visão, impedindo-nos de ver a magnitude que está diante de nossos olhos. Quando somos capazes de ouvir a razão da alma, ancoramo-nos no cais da lucidez e sensatez, extingue-se toda tormenta interior. O mundo, que nos rodeia, nos aponta para o caminho do equilíbrio Divino. Além disso, no livro se nota facilmente minha alma de sonhador, meu espírito de lutador, minha essência inocente e meu amor pela humanidade. O livro é composto de uma mistura de poemas e crônicas simples e poéticas. Penso que a beleza do livro está contida nas imagens descritas poeticamente, na clareza, por passar otimismo, pela atmosfera de espiritualidade e elevação que o envolve. Qual a principal mensagem que deseja passar aos seus leitores?Fabrício - Incentivar o leitor a começar a ver sua vida e suas experiências de outra forma, como vejo as minhas: belas, necessárias e meios de evoluir. Mostrar que a vida é muito mais do que nossos olhos pequeninos muitas vezes conseguem enxergar. Dizer que não devemos fixar os olhos nos espinhos, nos galhos secos e na escuridão da noite, pois, muito além disso, há um majestoso jardim repleto de flores, com formas bem definidas, brilho e colorido; que os obstáculos são apenas um pretexto que Deus encontrou para nos aperfeiçoar. Queria dizer que ser feliz não significa não sofrer. Uma grande parte de nosso sofrimento é criação nossa, com nossas confusões, erros, falta de equilíbrio e entrega a emoções que acabam nos enfiando em enrascadas. Por fim, queria escrever sobre a fé em Deus, para que as pessoas tivessem fé na vida.


Dados sobre o livro À vida. Capa e prefácioRoberto Telles Zanin. OrelhaRegina Helena Bastianini.75 páginasPublicação independenteLançado no dia 16 de fevereiro de 2008. Livro Vôo O que você aborda na obra Vôo?Fabrício - O "Vôo" representa minha vontade de me libertar das minhas debilidades e limitações. Muito mais que isso, ele retrata meus "vôos" – momentos em que consigo deixar minhas dores, medos e frustrações e me sinto iluminado, em contato com sentimentos que me fazem bem. Foi escrito em momentos em que busquei encontrar dentro de mim, sentido, equilíbrio, sensatez e em que, de alguma forma, sentir Deus falando no meu íntimo.


Além de refletir sobre fatos que vivo, também há uma grande parte do livro, onde reflito, sobre valores, necessidades e sentimentos.


O livro é bem variado, pois contém crônicas, baseadas em reflexões sobre fatos experimentados e interpretados em minha vida; poesias relacionadas a sentimentos e inspirações provindas de momentos vivenciados em minhas andanças por essa existência; e textos em prosa, que retratam momentos que tive e que gostaria de compartilhar com todos, para provocar reflexão e motivação.

Qual a principal mensagem que deseja passar aos seus leitores? Esta obra é direcionada a todo tipo de leitor, mas dedico-a especialmente àqueles que se sentem caminhando sem rumo, que se sentem como um pequeno barquinho em alto mar, em meio à escuridão da tempestade, sem bússola, sem sequer um pequeno farol ao longe.


Àqueles que se perderam, que se vêem entrelaçados entre tantos porquês, que se sentem sem forças para caminhar, digo que a vida tem um sentido, que existe uma trilha no meio da floresta.


Convido-os a traçarmos, juntos, o extenso mapa do existir.


Detalhes do livro Vôo. CapaIdealização: Fabricio Silva RodriguesFinalização: Roberto Telles Zanin. Imagem da Criança: Latinstock Brasil PrefácioMaria Luiza Lana Matos Salomão (psicanalista)OrelhaHigininho.138 páginasPublicação independente.Lançado no dia 22 de novembro de 2008.


Folhear os livros e ler os textos do escritor é realmente uma viagem a um universo mágico, que transcende os limites da mente e da alma e nos leva a refletir qual é o verdadeiro sentido da nossa existência. (Jornalista Fernanda Martins)

Entrevista

O que o motiva a escrever?

Fabrício -O desejo de levar ao mundo uma mensagem de paz, otimismo, fé e superação. Sempre me entristecia ao ver e ouvir crueldades, confusões, ódio, miséria e guerras, enfim, tudo de ruim que há no mundo. Tudo isso me causava indignação e vontade de fazer algo. Não queria ficar de mãos atadas, assistindo de camarote ao declínio da humanidade. E por perceber que escrever me faz bem e que, assim, posso me conhecer.


Utiliza a escrita como forma de extravasar?


Fabrício - Uso a escrita para extravasar meu ser sim, explorar minha imensa gruta interior, para descobrir tesouros ocultos e, quando estou escrevendo, me sinto iluminado, comovido e aberto a sentimentos bons. Parece que o céu se abre sobre mim, tenho a sensação de meu espírito querer saltar de dentro de mim e voar.


É preciso usar meios especiais para escrever?

Fabrício -Escrevo usando somente um dedo, manuseando o mouse, pois digito somente pelo teclado virtual que aparece na tela e digito letra por letra com a seta do mouse. Às vezes, uso o recurso de gravar os textos falando, e depois um amigo digita. Esse processo me ajuda a aproveitar mais meus momentos de inspiração, porque digitando pelo teclado virtual, levo alguns dias para escrever um texto.


Como é o processo de escrita, tanto a inspiração quanto o físico - a distrofia lhe impõe limitações?

Fabrício- Antes de começar a escrever, sempre faço uma oração, pedindo inspiração para que consiga extrair de mim o melhor. E coloco uma música suave para relaxar e as inspirações vão vindo. Há a dificuldade física, imposta pela limitação da distrofia. Tenho movimentos restritos, lentos, e não posso me esforçar em excesso.


A posição em que mais escrevo é deitado na cama, com o monitor na minha frente.


Todos esses fatores tornam o processo demorado. Outra dificuldade é encontrar as palavras que expressem exatamente tudo o que sinto. É complicado conciliar sentimentos e emoções com o raciocínio lógico.


Como é o dia-a-dia dos portadores da distrofia de Duchenne?

Fabrício - A rotina de um portador é muito complexa. Quando ainda não parou de andar é mais independente, mas quando se perde a mobilidade é preciso cuidado integral, pois não se consegue exercer nenhuma atividade sozinho. É preciso ajuda em tudo. Para quem cuida, exige muito tempo e dedicação, a maioria das mães abre mão de suas próprias vidas para se dedicarem aos filhos, pois nem sempre contam com ajuda. No caso de minha mãe é ainda pior, porque minha irmã [que tem síndrome de Down] também necessita de cuidados.

A solidão o assusta?


Fabrício - Tenho medo da solidão, pois vivi imergido nela durante muitos anos e sofri muito, mas faz alguns anos que as coisas começaram a mudar e hoje tenho alguns amigos. Porém, sempre me deparo com a solidão, às vezes é muito dolorido sentir necessidade de estar do lado de alguém e se ver sozinho entre paredes. Gosto sempre de ter amigos por perto.


Tem medo de morrer? Escreve para enganar a morte?


Fabrício -Sim, mas acredito que todos tenham medo de morrer, até porque a morte é algo desconhecido. Eu peço sempre a Deus que me dê ao menos tempo de escrever muitos livros e deixar minha marca na humanidade. É difícil, mas tento não olhar para a perspectiva de tempo de vida que os portadores de Duchenne tiveram, até porque nos últimos anos esse tempo tem aumentado com o avanço da medicina, com o uso do Bipap (aparelho que uso para ajudar a respirar), pois muitos faleciam cedo por falência respiratória, e todos, independentemente de ter ou não distrofia, estão sujeitos à morte repentina a todo instante. Outro aspecto da morte que me causa receio é querer continuar cuidando de minha mãe e minha irmã, porque de certa forma cuido delas, sempre vivo buscando alternativas e acalmando minha mãe quando está desesperada, sendo, assim, o porto seguro delas.


A morte sempre traz idéia de afastamento e dor, mas sei que na realidade morrer não existe. Embora todo temor que me permeia, no fundo, sei que quando chegar meu momento, sentirei um alivio, serei livre de limitações físicas e dificuldades emocionais. Sinto que apenas me diluirei em luz.


Fonte: Site ACADIM

Como funcionam as células-tronco?

Coincidência ou não, bastou o presidente Barack Obama tomar posse e o FDA, a agência reguladora americana Food and Drug Administration, liberou os primeiros testes clínicos com células-tronco embrionárias (CTE) em pacientes com lesões de medula. A aprovação pelo FDA ocorre exatamente dez anos depois que as primeiras CTE foram isoladas por James Thomson na Universidade de Wisconsin. A pesquisa clínica será financiada por uma empresa particular, a Geron.


Por enquanto, só pesquisaNotícias como essas detonam uma avalanche de pedidos de pessoas se oferecendo como voluntários para serem cobaias humanas. É importante deixar claro que, por enquanto, é só uma pesquisa. É a chamada fase 1, que vai avaliar a segurança do método ainda sem grandes expectativas de benefício clínico. A experiência vai envolver de oito a dez pacientes, todos com uma lesão grave e recente da medula espinhal, ou seja, no máximo duas semanas depois de terem sofrido o acidente. A expectativa é de que se obtenham resultados melhores em uma lesão recente, ainda não cicatrizada. Por outro lado existe uma desvantagem em analisar resultados clínicos em pessoas que acabaram de se acidentar, avaliando quanto da recuperação ocorreria espontaneamente, em decorrência de fisoterapia e como resultado das injeções de células-tronco. Mas experiências em humanos são assim mesmo. Não existe a situação perfeita.


Como serão os testes?Nessa experiência terapêutica, as CTE serão cultivadas com vários fatores de crescimento para que elas se diferenciem em células precursoras de células nervosas e não em outro tipo celular. Não podemos esquecer que as CTE embrionárias têm o potencial de formar tumores. De acordo com a empresa Geron, as CTE humanas que serão injetadas em pacientes já foram testadas em camundongos por mais de um ano e não formaram tumores. Além de tumores, porém, as CTE têm a propriedade de se diferenciar em qualquer tipo de célula. Uma vez injetadas, perdemos o controle sobre elas. É esse o perigo. Imaginem se, ao invés de neurônios, elas formem outro tipo de tecido, como osso ou cartilagem, por exemplo, no local da lesão. Seria um desastre.


A expectativa será enormeEspera-se que as células injetadas tenham a capacidade de restaurar a mielina, a bainha que envolve as células nervosas, e devolvam assim a capacidade de algumas células de transmitirem sinais nervosos. Há também esperança que fatores de crescimento produzidos pelas células injetadas possam ajudar na regeneração de células danificadas. Mas os pesquisadores envolvidos estão com os pés no chão. Sabem que serão necessários vários anos antes de podermos falar em tratamento.


E o Brasil, como fica?Foi dado o pontapé inicial. Injetar pela primeira vez células-tronco embrionárias humanas em pacientes é um passo extremamente importante. Essa experiência terapêutica que acaba de ser aprovada nos Estados Unidos pode nos ensinar muito. Ela confirma que valeu a pena, e muito, batalharmos pela liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil. Vamos acompanhar de perto os resultados obtidos com esses pacientes para decidir qual será a melhor estratégia a ser adotada. Dessa forma, poderemos pular etapas. Por enquanto, não perdemos nada em observar e esperar.


Por: Mayana Zatz

Cientistas comemoram testes com células-tronco em humanos nos EUA

O Governo dos Estados Unidos autorizou hoje o primeiro teste em humanos de um tratamento com células-tronco para as lesões da medula espinhal, decisão que foi qualificada por cientistas como um "marco importante".

Já outros consideraram que a decisão da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, em inglês) responde mais a motivos políticos do que a razões científicas.


A empresa Geron Corporation anunciou hoje que iniciará, provavelmente na metade do ano, os primeiros testes para comprovar se a injeção de células-tronco embrionárias nas áreas lesionadas da medula espinhal de cerca de dez pacientes causa danos ou reações adversas.

"Quando alguém sofre uma lesão completa da medula espinhal, não há esperanças de recuperação abaixo do ponto onde ocorreu a lesão", afirmou o presidente da Geron, Thomas Okarma.

O teste "é significativo, porque será o primeiro teste clínico de um produto obtido de células-tronco de embriões", acrescentou.

Entre oito e dez pacientes que tenham sofrido lesão na medula espinhal no máximo 14 dias antes do início do tratamento receberão injeções de células-tronco no ponto do ferimento.
Os pesquisadores observarão esses pacientes durante um ano, primeiro para detectar possíveis reações adversas, e depois para determinar se há alguma recuperação das funções da medula.

Por sua vez, Sean Morrison, diretor do Centro para Biologia de Células-Tronco da Universidad de Michigan, qualificou a autorização do teste como "um marco importante".

"Este será o primeiro uso de células derivadas de células-tronco embrionárias em pacientes", acrescentou. "Se o transplante destas células nos pacientes não for prejudicial, abrirá um precedente importante que facilitará todos os testes clínicos que envolvam células-tronco derivadas de embriões".

No entanto, Kevin Fitzgerald, professor da Divisão de Bioquímica e Farmacologia na Universidade Georgetown e membro do Centro para Bioética Clínica, minimizou o alcance do teste.

"O objetivo primário deste teste será, somente, determinar se a injeção nos pacientes não causa danos neles", disse à Agência Efe Fitzgerald, que também é sacerdote católico.

"E, à medida que outros testes com células-tronco obtidas de adulto já estão avançados, isso também não é uma inovação extraordinária", acrescentou.

A pesquisa de células-tronco e o desenvolvimento de tratamentos que aproveitem as qualidades para a geração de todo tipo de tecidos no corpo humano estiveram imersas em um debate político, religioso e ideológico nos Estados Unidos durante anos.

Em agosto de 2001, o ex-presidente George W. Bush proibiu o uso de recursos federais para a investigação com células-tronco, exceto com os exemplares já obtidos de embriões em clínicas de fertilidade que, de outra maneira, teriam sido descartados.

Os cientistas, que veem nas células-tronco grandes promessas para o tratamento de doenças como parkinson, alzheimer e diabetes, creem que as mais eficazes são as obtidas de embriões nas primeiras fases da gravidez.

Aqueles que, por razões religiosas ou morais, se opõem ao aborto e ainda à fertilização artificial de humanos, rejeitam a "coleta de células-tronco" embrionárias de humanos.

"Os tratamentos com células-tronco derivadas de embriões poderiam melhorar o tratamento de muitas doenças", afirmou Morrison. "Mas os pacientes não deveriam esperar avanços imediatos. O caminho para as novas curas é longo e difícil".

Da mesma forma que Fitzgerald, Morrison lembrou que o transplante de medula espinhal, um tratamento com células-tronco de adultos, é atualmente a forma padrão de tratar de muitas doenças do sangue.

Fitzgerald acrescentou que o objetivo principal do teste da empresa Geron é que, "mais que obter um resultado científico, querem mostrar que as células-tronco de embriões funcionam".

"Se antes houve críticas porque a política interferia no trabalho científico, agora parece que ocorre o mesmo", destacou. "A meta final do tratamento regenerativo é que o corpo se cure por si mesmo. Aqui, a meta é criar um produto que seja vendido ao público".

Ministério financia pesquisa inédita de células-tronco.

O Ministério da Saúde anunciou nessa segunda-feira que é um dos financiadores da pesquisa que resultou na primeira linhagem de células-tronco pluripotentes induzidas. Essas células são capazes de se transformar em qualquer outro tipo de tecido humano.

O estudo, divulgado no último sábado, foi coordenado pelo neurocientista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Stevens Rehen e pelo biomédico do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Martin Bonamino.

Durante a pesquisa foram retiradas células de rim humano e reprogramadas com o auxílio de um vírus produzido pelo Inca. Com o domínio dessa técnica, o Brasil garante o desenvolvimento de estudos inéditos na cura de doenças como Parkinson, esquizofrenia e Síndrome de Down.

Financiando pesquisas como essa, o país passa a ser o quinto na produção de células-tronco pluripotentes induzidas, ficando atrás somente do Japão, Estados Unidos, Alemanha e China.

O investimento do ministério em 2009 será de R$ 3 milhões para a continuidade da pesquisa. Rehen ressaltou a importância do financiamento para a descoberta.

"O financiamento do Ministério foi crucial. Com a primeira chamada para pesquisas na área de terapia celular, puderam ser adquiridos vários equipamentos de laboratório, reagentes, além de investimentos na montagem de equipe", disse o neurocientista.

Com o objetivo de estimular o uso da técnica por outros laboratórios, os pesquisadores publicaram a metodologia utilizada no site da UFRJ.

Fonte: Agência Brasil

sábado, 24 de janeiro de 2009

Brasil produz pela 1ª vez célula-tronco sem embrião

São Paulo - Cientistas cariocas produziram pela primeira vez no Brasil uma linhagem de células-tronco de pluripotência induzida. Conhecidas pela sigla iPS - "induced pluripotent stem cells", em inglês -, elas são idênticas às cobiçadas células-tronco embrionárias, com a vantagem de que não necessitam de embriões para sua obtenção. Em vez disso, a pluripotência (capacidade para se transformar em qualquer tecido do organismo) é induzida "artificialmente" em uma célula adulta, por meio da reprogramação de seu DNA.

A técnica, segundo o que os pesquisadores revelaram com exclusividade ao Estado, não reduz a importância do estudo das células embrionárias "autênticas", mas diminui a necessidade de destruir embriões para a produção de novas linhagens pluripotentes. Além de facilitar imensamente a produção de células-tronco oriundas dos próprios pacientes, já que não há limite no número de células adultas que podem ser reprogramadas nem é preciso passar pelas complicações técnicas (e éticas) de fabricar ou clonar um embrião para pesquisa.

Apenas quatro outros países já possuem linhagens de células iPS registradas na literatura científica: Japão, Estados Unidos, China e Alemanha. A pesquisa brasileira produziu, simultaneamente, em menos de um ano, uma linhagem iPS de células humanas e outra de camundongo. Ambas serão disponibilizadas gratuitamente para a comunidade científica.


O projeto foi realizado nos laboratórios do neurocientista Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e do biomédico Martin Bonamino, da Divisão de Medicina Experimental do Instituto Nacional de Câncer (Inca), com apoio dos alunos de pós-graduação Bruna Paulsen e Leonardo Chicaybam. A parceria começou em 2008, depois que Rehen deu uma palestra no Inca. Foi o casamento perfeito: "O Stevens sabia cultivar as células-tronco e a gente sabia produzir os vetores virais para infectar as células", conta Bonamino. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

EUA aprovam teste com células-tronco de embriões

A FDA (sigla em inglês para Food and Drug Administration), agência reguladora da fabricação e comercialização de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, autorizou uma empresa da Califórnia a realizar os primeiros testes em humanos com células-tronco retiradas embriões também humanos.

OPINE
O que você acha da liberaçãodos testes com células-tronco?

Em anúncio feito nesta sexta-feira pela própria empresa, a Geron Corporation diz que os testes devem começar ainda no verão deste ano no Hemisfério Norte.

Os cientistas vão aplicar as células-tronco para tratar voluntários que sofreram danos graves na medula espinhal.

Brasil aprovou realização

de pesquisas com células-tronco embrionárias em 2008O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou em 29 de maio de 2008 as pesquisas com células-tronco embrionárias no país. O Supremo rejeitou uma ação direta de inconstitucionalidade contra o artigo 5º artigo da Lei de Biossegurança que permite a utilização, em pesquisas, dessas células fertilizadas in vitro e não utilizadas. Leia mais: entenda o que são células-tronco embrionáriasOs testes devem utilizar células-tronco de embriões humanos autorizadas para uso em pesquisas em agosto de 2001 pelo então presidente George W. Bush. Elas haviam sido retiradas de embriões descartados por clínicas de fertilização e já estavam disponíveis na época da autorização.

Segurança

Inicialmente, a pesquisa da Geron Corporation vai verificar se é seguro injetar células-tronco nos pacientes. Ao mesmo tempo, os cientistas também vão procurar por sinais de recuperação.


Dos dez voluntários, oito estão completamente paralisados.


Todos serão monitorados durante um ano para ver se recuperam algum movimento abaixo do ponto onde sofreram o dano.


Células-tronco são estruturas não especializadas encontradas em embriões com quatro a cinco dias de idade. Elas têm a habilidade de se desenvolver em qualquer outra célula do organismo e por isso são consideradas fundamentais em tratamentos de doenças degenerativas ou de acidentes com danos permanentes.


Para o estudo, os cientistas desenvolveram, a partir das células-tronco, células chamadas de oligodentrócitas, precursoras de células nervosas.


Thomas Okarma, presidente da Geron Corporation, disse ao canal de televisão americano CNN que a empresa não vai usar recursos federais para a pesquisa.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Enfim, o ano da decisão

O Brasil aprovou as pesquisas com embriões. Os avanços que poderão ocorrer em 2009


PIONEIRISMO

Rehen e o neurônio criado a partir de células embrionárias importadasDepois de meia década de expectativa sobre qual seria o futuro das pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil, 2008 foi o ano da definição. E também dos primeiros resultados práticos.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal liberou os estudos com embriões humanos armazenados nas clínicas de fertilização. Eles são fundamentais para o desenvolvimento de uma das áreas mais promissoras da medicina – a perspectiva de criar tecidos humanos para regenerar órgãos, curar doenças e testar medicamentos a partir das células-tronco. Em outubro, a equipe da geneticista Lygia da Veiga Pereira, da Universidade de São Paulo, tornou-se a primeira no país a conseguir extrair e multiplicar células-tronco retiradas de embriões que haviam sido congelados no Brasil.

Em 2009, essa área da ciência deverá se desenvolver ainda mais. Nos Estados Unidos, o presidente eleito, Barack Obama, promete acabar com qualquer restrição ao uso de dinheiro público nesse tipo de pesquisa.

A empresa americana Geron planeja lançar a primeira terapia com células-tronco embrionárias. Se for aprovada, ela será um tratamento para pessoas que sofreram lesões medulares. No Brasil, a linhagem BR-1 começará a ser multiplicada em grande quantidade e distribuída para grupos de pesquisa de todo o país. O neurocientista Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vai ajudar nisso. Ele criou um biorreator para cultivar as células rapidamente. Em março, Rehen havia conseguido produzir neurônios humanos a partir de células-tronco embrionárias importadas dos Estados Unidos. É um bom começo.


Fonte: Redação ÉPOCA

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cientistas britânicos testarão células-tronco para tratar derrame.

Testes clínicos em hospital na Escócia começarão na metade do ano.

- Uma equipe de pesquisadores da Escócia vai iniciar testes clínicos para verificar se células-tronco podem ser usadas para tratar pessoas que sofreram derrame.

As células, provenientes de células de um feto abortado, serão injetadas no cérebro de pessoas que sofreram derrames - nome comum dado ao acidente vascular cerebral, causado pela interrupção de fluxo sanguíneo no cérebro.

Os cientistas do Southern General Hospital, na cidade de Glasgow, esperam que as células regenerem áreas danificadas pelo derrame e aumentar a capacidade de movimento e habilidade mental.

Os testes, previstos para começar na metade deste ano, inicialmente vão envolver quatro grupos de três pacientes e vão durar dois anos.

Os médicos vão testar primeiro a segurança do procedimento, mas existe a possibilidade de que alguns pacientes se beneficiem do tratamento.

Primeiro será administrada uma dose pequena, com dois milhões de células-tronco fetais. Ela vai aumentar gradativamente durante o período de testes e, no final, chegará a 20 milhões de células, que os médicos acreditam ser o número suficiente para dar início ao processo de regeneração do tecido.

Keith Muir, especialista que lidera os testes no Southern General Hospital in Glasgow, disse: "Se funcionar, e funcionou em sistemas moldados em animais, (o tratamento) pode permitir que novas células nervosas cresçam ou regenerem células existentes e a recuperação real de funções em pacientes que, de outra forma, não conseguiriam recuperar funções."

Incapacitados

Um terço dos pacientes com derrame se recupera plenamente, mas os restantes morrem ou acabam permanentemente incapacitados porque tiveram o cérebro muito danificado.

Atualmente o único tratamento disponível é fisioterapia para restaurar movimentos e funções do cérebro.

Mas Muir acredita que a nova terapia tem o potencial de beneficiar pacientes que tiveram uma melhora limitada através de fisioterapia.

"Para a alta porcentagem de pacientes que conseguem uma recuperação incompleta, (o tratamento com células-tronco) tem o potencial de introduzir novas células que vão permitir novo crescimento."

"Do contrário, você está tentando potencializar a recuperação em áreas que estão fundamentalmente danificadas e não pode regenerar além de um certo nível básico."

"Você pode reorganizar o cérebro, pode ajudar esta reorganização com fisioterapia, mas não pode fazer novas células nervosas crescerem."

"A esperança com células-tronco é que, ao colocar uma nova célula e novo tecido, pode-se avançar esta recuperação."

Autorização para testes

A companhia que desenvolveu as células-tronco, Reneuron, pediu autorização pela primeira vez para começar os testes clínicos há dois anos, nos Estados Unidos.

Mas não conseguiu sinal verde da Food and Drug Administration (FDA, o órgão do governo americano que controla alimentos e remédios).

A Reneuron conseguiu agora satisfazer o critério do órgão regulamentador britânico Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency, de que a terapia é segura o suficiente para ser aplicada em pacientes de derrame.

Sinden acredita que seu sucesso levará outras companhias frustradas com a lentidão dos processos no FDA a pedirem autorização para testes na Grã-Bretanha e outras partes da Europa.

Mas o uso de um feto humano abortado para criar células-tronco é polêmico e tem provocado forte resistência de grupos que se opõem ao uso de embriões neste tipo de pesquisa médica.

Quando a Reneuron anunciou que iria pedir autorização para realizar testes clínicos à FDA, a Sociedade para a Criança Não-Nascida (Society for the Unborn Child) criticou duramente a proposta.

Um porta-voz declarou que os testes "envolvem canibalização de uma criança não-nascida".

"É antiético em todos os aspectos - matar um membro da raça humana para ajudar outro. Nós nos opomos totalmente a isto."

Em resposta Sinden disse que foi usado apenas um feto. "Nós só pegamos um tecido para fazer este produto."

"Nós temos uma tecnologia que pode multiplicar uma célula individual em todas as células necessárias para tratar milhares de pacientes."

"Nós achamos que esta é uma grande vantagem da tecnologia que temos e realmente anula as preocupações éticas sobre o uso original de tecido fetal".

"Seria eticamente errado negar tratamento." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC

domingo, 18 de janeiro de 2009

Testículos podem ser fonte de células-tronco.

Os testículos podem ser uma nova fonte de células-tronco capazes de assumir a função de múltiplos tecidos, podendo até reconstituir órgãos danificados, segundo pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Em pesquisa com ratos, eles descobriram que os testículos dos animais possuem uma infinidade de células com essa capacidade, normalmente responsável pela origem dos espermatozóides. As pesquisas com esse tipo, chamado células-tronco multipotentes, vêm ocupando grande número cientistas, pois, apesar de serem menos versáteis que as embrionárias, elas não esbarram em problemas éticos. Nesse estudo, a equipe descobriu que essas células que dão origem aos espermatozóides ainda são um pouco diferenciadas. Com isso, eles conseguiram separá-las, multiplicá-las e diferenciaram-nas em células do coração e de vasos sangüíneos.

Fonte: UOL BLOG

Obama pedirá ao Congresso fim da proibição sobre células-tronco

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu, nesta sexta-feira, que quer que o Congresso americano permita o financiamento federal para pesquisas com células-tronco e que reverta a proibição imposta pelo ainda presidente George W. Bush.

Obama, que é favorável à pesquisa médica com células-tronco extraídas de embriões humanos, disse à emissora CNN que considera assinar um decreto para derrogar a medida de Bush.

"Mas me agrada a idéia de que os representantes do povo americano expressem suas opiniões em um tema como esse", afirmou Obama, preferindo um consenso "bipartidário" no Congresso que considere que essas pesquisas são éticas e podem salvar vidas.

Se os estudos puderem dar esperança a vítimas de doenças degenerativas como o mal de Parkinson, ou o de Alzheimer, "acho que envia uma mensagem poderosa", afirmou.

Ao bloquear o financiamento federal para essas pesquisas, Bush se uniu aos conservadores religiosos, que acreditam que os estudos com embriões destroem a vida humana em sua etapa mais primária de desenvolvimento.


Fonte: UOL

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Célula-tronco cura hemofilia em roedor

O uso de células-tronco adultas pode ser a chave para um novo tratamento da hemofilia tipo A, segundo pesquisadores dos Estados Unidos. Essa doença hereditária provoca distúrbios na coagulação do sangue e atinge entre um e dois indivíduos em cada 10 mil pessoas.

Num estudo publicado na revista científica "PNAS" (www.pnas.org), cientistas mostram que conseguiram criar células-tronco reprogramadas que permitiam aos camundongos hemofílicos produzir as proteínas que lhes faltavam. Isso possibilitou que os animais parassem de sangrar após serem feridos.

Os pesquisadores, liderados por Yupo Ma, do Instituto do Câncer de Nevada (EUA), usaram células da pele humana (fibroblastos) e as reprogramaram para se tornarem capazes de produzir a proteína Fator VIII, crucial para a coagulação. Em seguida, injetaram as células alteradas no fígado dos animais hemofílicos.

Sete dias depois, os camundongos tratados já produziam a proteína em quantidade suficiente para parar uma hemorragia quando suas caudas eram feridas. Já os camundongos que não receberam o tratamento, mas foram feridos, morreram após algumas horas.

Os roedores que passaram pela terapia produziram apenas cerca de 16% da quantidade de Fator VIII, se comparados com camundongos saudáveis. Porém, isso parece ter sido suficiente para prevenir a hemorragia e inverter o principal sintoma de hemofilia A.

Os autores da pesquisa ressaltam que não observaram a formação de tumores nem de outros problemas patológicos induzidos, até o momento. Porém, afirmam que é necessário acompanhar a vida desses roedores para verificar se a terapia terá efeitos adversos.

O trabalho fez uso da técnica do cientista japonês Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, que criou as chamadas células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, em inglês) a partir de células adultas.

O feito tinha sido obtido pela primeira vez em meados de 2006, com células de camundongo. Em 2008, dois grupos independentes de cientistas divulgaram ter conseguido fazer com que células humanas adultas da pele passassem a agir como se fossem as versáteis células-tronco embrionárias.

Esse tipo de terapia experimental tem ganhado espaço não só por sua eficácia mas também por evitar o controverso --e burocrático-- uso de embriões para pesquisa. Muitos grupos religiosos qualificam como aborto a prática de destruir embriões excedentes de clínicas de fertilização para extrair células-tronco.

Se as iPS um dia puderem ser usadas em humanos, terão ainda uma terceira vantagem. Como elas podem ser derivadas de células adultas do próprio paciente, isso minimiza os efeitos colaterais relacionados à rejeição imunológica. Segundo o estudo, esse tipo de terapia de pode também ser útil em outros tipos de doenças genéticas.

Tentativas anteriores de terapia genética para tratar a hemofilia falharam por uma série de razões, incluindo a rejeição pelo sistema imunológico.
Fonte: Folha On line

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cientistas criam técnica que acelera regeneração de tecidos

Da BBC Brasil
Cientistas britânicos descobriram uma técnica que induz o organismo a intensificar seu mecanismo de auto-regeneração, e que potencialmente pode ser utilizada para reparar tecidos danificados após ataques cardíacos ou ossos fraturados.

A medula óssea costuma liberar vários tipos de células-tronco quando ocorrem ferimentos ou lesões, mas nem sempre o processo é totalmente bem-sucedido.

Em experiências de laboratório no Imperial College de Londres, os pesquisadores deram a ratos uma droga envolvida no processo de crescimento, chamada de VEGF, e que já existe naturalmente na medula óssea.

Eles observaram que a concentração de células na corrente sangüínea dos animais aumentou mais de cem vezes.

Artrite

Sara Rankin, que trabalhou na pesquisa, disse: "O corpo se auto-regenera com o tempo, mas, quando os danos são severos, há limites no que pode fazer sozinho."

"Nós esperamos que, ao liberar uma quantidade extra de células-tronco, como pudemos fazer com os ratos no nosso estudo, nós poderemos, potencialmente, obter um número extra de quaisquer células de que o corpo necessite para estimular a capacidade de auto-regeneração e acelerar o processo de reparação."

Há esperança de que a técnica possa ajudar também a atenuar doenças em que o sistema imunológico ataca erroneamente os próprios tecidos do organismo, como a artrite reumatóide.

Atualmente já existem técnicas para aumentar o número de células-tronco que produzem sangue, mas o estudo dos cientistas do Imperial College de Londres se concentra em dois outros tipos: as endoteliais, que produzem as células que formam os vasos sangüíneos, e as mesenquimais, que se tornam células ósseas ou de cartilagens.

As células mesenquimais também têm a capacidade de enfraquecer o sistema imunológico.

Os pesquisadores acreditam que será possível realizar testes clínicos em seres humanos dentro dos próximos dez anos.

A pesquisa foi divulgada na revista "Cell Stem Cell".

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Inicio de Ano, muitas expectativas sobre vários assuntos, fazemos listas de intensões no campo profissional e no campo pessoal...

Esperamos que nos aconteça coisas boas, e não esperamos que alguma menos boas venham junto...

Eu, espero do fundo do meu coração, que a vida apenas de continuidade a tudo de bom que me ofereceu no ano anterior, e que se vierem coisas não tão boas, que eu tenha forças para seguir em frente...

Desejo um ótimo ano a todos que visitam o blog, e tem as mesmas esperanças que eu:

GRANDES AVANÇOS, NAS GRANDES DESCOBERTAS....

FELIZ 2009 todos!!

Reprogramação de células é eleita "avanço científico do ano"

A capacidade de reprogramar células, como se fossem computadores,para que elas se comportem de forma mais útil para os cientistas foieleita pela revista científica americana "Science" como o principalavanço do 2008.

De fato, não é pouca coisa. A revolução começou, na verdade, ao finaldo ano passado, quando cientistas japoneses conseguiram reprogramarcélulas humanas de pele para que elas se comportassem como células-tronco embrionárias -- um feito que, em tese, poderia eliminar asbarreiras éticas que até então atrapalhavam, em muitos países,pesquisas desse tipo.

"Em tese" porque ainda era preciso provar que essas célulasreprogramadas podiam mesmo fazer as vezes das que são extraídas deembriões. E foi isso que os cientistas conseguiram começar ademonstrar em 2008.

Do avanço com as pesquisas emergiram os primeiros modelos de doençaem laboratório -- células especialmente reprogramadas para simularcomo certas enfermidades se comportam.

Durante 2008, um grupo de cientistas conseguiu transformar células depele em neurônios e células gliais que sofriam com esclerose lateralamiotrófica. Uma semana depois, outro grupo produziu células com dezdoenças diferentes (entre elas, distrofia muscular, diabetes tipo 1 esíndrome de Down).

A expectativa é a de que no ano que vem essas células possam formarmodelos mais complexos, que ajudarão a produzir novos tratamentoscontra essas doenças devastadoras e hoje incuráveis.

Mas a "Science" destaca que ainda há barreiras a serem transpostaspara que essas células reprogramadas atinjam um status em que seráseguro usá-las em tratamentos. Hoje, o método mais eficaz paraproduzi-las envolve o uso de um vírus, o que poderia ameaçar opaciente que as recebesse de contaminação.

Além disso, há o fato de que os cientistas não sabem basicamente comoa inserção desses poucos genes por meio de um vírus operama "alquimia" de transformar um tipo de células em outro. Por isso,diante do conhecimento, não há garantias de que essas células possamreverter a seu estado original e causar danos -- ou mesmo um tumor --em vez de curar definitivamente o problema.

Muito trabalho pela frente, portanto, para que as célulasreprogramadas deixem de ser o "avanço do ano" da "Science" e passem aser esperança real para pacientes.

Os concorrentesA revista científica tem por hábito elencar outros nove avanços queconcorreram com o vencedor durante o ano. Confira os eleitos.

- Imagens de planetas extra-solares: pela primeira vez, astrônomosconseguiram obter imagens indiscutíveis do que seriam planetasgirando ao redor de outras estrelas, que não o Sol.

- Genes do câncer: grandes avanços foram feitos na decifração degenes ativos em células cancerosas de vários tipos, entre eles opancreático e o glioblastoma -- dois dos mais mortais.

- Super-supercondutores: Em 2008, cientistas conseguiram descobriruma segunda família de supercondutores de alta temperatura --estruturas que permitem a passagem de eletricidade sem resistência.

- Espionagem celular: Bioquímicos tropeçaram em grandes surpresas aoconseguir observar, em detalhes, como as proteínas se encaixam a seusalvos -- no famoso esquema chave-fechadura que costumamos aprender naescola.

- Energia renovável: Cientistas inventaram em 2008 um catalisador decobalto-fósforo que ajuda a produção de hidrogênio combustível apartir de água. Seria uma forma inteligente de armazenar energia quenão é produzida por fontes limpas e não é imediatamente usada.

- Embrião em evolução: Pesquisadores conseguiram monitorar aprogressão de cerca de 16 mil células num embrião do peixepaulistinha, após um dia de desenvolvimento.

- Gordura vira músculo: Um estudo demonstrou que a chamada gorduramarrom, definida como "boa" por ajudar a produzir calor para o corpo,pode ser transformada em músculo, e vice-versa.

- Vitória do Modelo Padrão: físicos conseguiram pela primeira vezrealizar os difíceis cálculos e demonstrar que a teoria que descrevea maioria das partículas e interações que ocorre no universo é capazde predizer quanta massa os prótons e nêutrons devem ter.

- Genomas para todo lado: Várias pesquisas demonstraram os avanços dagenômica em 2008. Desde o genoma completo de um câncer até uma porçãosignificativa do genoma do mamute, grandes avanços demonstraram que épossível baratear significativamente o custo da leitura de DNA.

Fonte: G1