terça-feira, 17 de agosto de 2010

Célula-tronco de dente repara córnea

Karina Toledo - O Estado de S.Paulo
 
Pesquisadores do Instituto Butantã desenvolveram uma técnica para recuperar a visão de pacientes com lesão na córnea utilizando células-tronco extraídas da polpa do dente de leite. Os testes em seres humanos devem começar no próximo mês, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"O tecido da córnea precisa ser constantemente renovado, pois as células se desgastam como as da pele", explica a biomédica Babyla Monteiro, responsável pela pesquisa. Essa manutenção, diz ela, é feita por uma região do olho chamada limbo, que fica em volta da córnea. "Mas quando a região límbica é afetada por um trauma ou uma doença, a córnea perde a capacidade de regeneração e se torna opaca, comprometendo a visão."

Quando o problema afeta apenas um dos olhos, é possível retirar células límbicas do olho saudável do próprio paciente para transplante, explica o oftalmologista da Unifesp José Álvaro Pereira Gomes, coautor do estudo. "Mas, quando os dois olhos são afetados, a opção hoje é recorrer a um doador. Mas sempre há risco de rejeição. Com as células-tronco do dente de leite, esse risco é muito menor."

As células da polpa do dente são incorporadas ao tecido ocular do paciente e recobertas por uma espécie de membrana feita de material semelhante à placenta. Elas então se adaptam ao tecido ocular e passam a atuar como células límbicas, reconstruindo a córnea degradada. A técnica vem sendo testada em animais desde 2006. Em março, os resultados foram publicados na revista Investigative Ophthalmology & Visual Science.

"Agora vamos testá-la em voluntários que foram submetidos à cirurgia convencional, com células de um doador, mas não obtiveram sucesso, seja por rejeição ou por outro problema", diz Gomes.P

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cientistas descobrem forma de incentivar fertilização de óvulos

Durante anos, biólogos que estudam a reprodução foram frustrados por um mistério do desenvolvimento do óvulo: quais são os sinais que ordenam que óvulos imaturos – folículos primordiais – se desenvolvam em óvulos maduros capazes de ser fertilizados?
A pergunta é importante para especialistas em fertilização. As mulheres que estão entrando na menopausa não produzem óvulos maduros, ou os produzem ocasionalmente, mas ainda possuem folículos primordiais. Assim como ocorre com mulheres cujos ovários falham num estágio ainda mais precoce. Se houvesse uma forma de estimular óvulos imaturos a se desenvolverem, deveria possibilitar que essas mulheres engravidassem.
Mulheres em tratamento contra o câncer que desativam seus ovários podem querer guardar alguns óvulos imaturos para gerar um bebê mais tarde.
Agora, Aaron J.W. Hsueh e Jing Li, da Stanford University, e colegas no Japão e na China relatam que resolveram o enigma da maturação do óvulo.
Num artigo publicado online no “Proceedings of the National Academy of Sciences”, eles descrevem uma forma simples de sinalizar o amadurecimento de óvulos de ratas. Eles fertilizaram os óvulos maduros, obtiveram ratos recém-nascidos, os criaram e mostraram que eles eram férteis. Os pesquisadores também usaram seu método para amadurecer óvulos humanos, mas não os fertilizaram. Mas o Dr. Kazuhiro Kawamura, no Japão, planeja dar o próximo passo com pacientes cujos ovários falharam mais precocemente – maturando os folículos primordiais, então fertilizando os óvulos, disse Hsueh.
No entanto, Hsueh alerta que “ninguém pode garantir o sucesso” com óvulos humanos. Ele é apenas cientista e não planeja tratar pacientes.
Louis DePaolo, chefe do escritório de ciências reprodutivas do Instituto Nacional Eunice Kennedy de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, enfatiza que o método ainda é experimental.
“Isso é algo possível”, disse ele, “mas precisa de um refinamento maior”. Neste ponto, ele diz, “não podemos dizer a uma paciente que vamos tentar esse procedimento”.
Os resultados também podem ajudar os cientistas a gerar células-tronco embrionárias humanas. Um problema em obter essas células é que é difícil obter muitos óvulos humanos maduros para fertilização. Agora, Hsueh afirma querer tentar usar óvulos imaturos do tecido ovariano de mulheres que tiveram seus ovários removidos por outras razões. Ele espera poder incentivar o amadurecimento de óvulos imaturos.
Os cientistas há muito tempo ficam perplexos com o processo de maturação do óvulo. Um bebê do sexo feminino tem 800 mil óvulos imaturos no ovário quando nasce. Quando ela chega à puberdade e começa a ovular, mil dessas células de óvulos começam a se desenvolver todos os meses. Normalmente, apenas um óvulo se desprende no caminho. Ninguém sabe o que acontece com todos os óvulos que não conseguiram.
“Presumimos que eles morrem”, disse Hsueh. “Exceto por alguns folículos mais avançados, ninguém sabe em que estágio a maioria morre”.
Tratamentos de fertilidade usam hormônios para ajudar óvulos que já estão bem longe para amadurecer. Porém, como ocorre com mulheres que estão iniciando a menopausa, pode não haver óvulo nenhum tão longe assim. Até o momento, nada podia ser feito.
O ímpeto por trás da descoberta foi um achado acidental de outros pesquisadores. Eles tinham removido um gene em ratas e viram algo estranho e inesperado: todos os óvulos imaturos dos animais começaram a amadurecer. As ratas, na verdade, acabaram se tornando inférteis mais tarde na vida; eles tinham usado todos os óvulos de uma vez.
Isso levou à percepção de que o segredo para fazer óvulos imaturos se desenvolverem é inibir uma enzima conhecida como PTEN e adicionar um fragmento de proteína para ajudar a ativar os óvulos. Parar aquela enzima tirou os freios do desenvolvimento do óvulo. Com um empurrãozinho extra da proteína ativadora, os óvulos começaram a crescer.
Agora, diz Hsueh, os pesquisadores melhoraram os métodos que reportam em seu novo artigo. É claro, eles não querem usar todos os óvulos num ovário de uma vez. Em vez disso, afirmou ele, a ideia é pegar um pequeno pedaço de ovário, ativar seus óvulos primordiais e colocá-lo de volta no corpo, permitindo que os óvulos cresçam e amadureçam.
A descoberta, disse DePaolo, “é importante”, não apenas porque pode dar às mulheres mais opções quando seus ovários falham. Além disso, ele comentou, o trabalho fornece “conhecimentos básicos de como esses folículos em estágio inicial funcionam”.
“Nunca entendemos isso”, disse DePaolo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pesquisadores da UFRJ conseguem multiplicar células-tronco para pesquisas

Pesquisadores da UFRJ conseguem multiplicar células-tronco para pesquisas

A Universidade Federal do Rio de Janeiro testa uma máquina considerada inovadora por cientistas do mundo todo: o equipamento é capaz de dobrar a produção atual de células-tronco no Brasil

As equipes da engenheira química Leda Castilho e do neurocientista Steven Rehen começaram a trabalhar há um ano e meio.

O objetivo era adaptar um equipamento que reproduz células-tronco embrionárias humanas.

A capacidade utilizado hoje é insuficiente para o desenvolvimento mais rápido de pesquisas.

O novo equipamento é um biorreator ligado a um sistema de computação.

No método convencional, as células-tronco se reproduzirem no fundo do equipamento; no equipamento novo, os cientistas da UFRJ adicionaram esferas microscópicas que atraem as células-tronco.

A novidade permite que elas tenham mais espaço para se multiplicar.

O resultado é a produção do dobro de células – e pela metade do preço.

“Isso requer menos mão-de-obra, menos manipulação.

Há menor risco de contaminação do que pelo sistema convencional”, explica Leda Castilho.

No futuro, o paciente que se submeter a um tratamento com células-tronco precisará de milhões delas.

Por isso, quanto maior a produção, maior o número de beneficiados.

O equipamento brasileiro está sendo considerado pela comunidade científica internacional como o mais avançado do mundo.

Dentro de um ano, pesquisadores de todo o país terão uma quantidade muito maior de células-tronco para as pesquisas, muitas que buscam tratamentos de doenças incuráveis hoje em dia.

Células-tronco: a ciência em paz com a religião

Há mais de três anos, nossas autoridades procuram instruir-se para decidir se as leis da biossegurança permitem utilizar embriões congelados para a obtenção de células-tronco para terapias, que no momento atual são apenas pesquisas, todas promissoras.

O ponto essencial dessa questão é determinar quando se inicia uma vida. Nunca houve dúvidas de que a vida inicia-se após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide e a conseqüente fusão da carga genética do pai e da mãe e a formação do embrião.

A ciência tem procurado alterar essa verdade, visando evitar polêmicas do ponto de vista ético e religioso, a partir do advento da fertilização in vitro, que colocou em nossas mãos bebês com 0,1 mm de diâmetro, cujos destinos podem constituir dilemas sérios.

A fertilização in vitro é um excelente tratamento para infertilidade e soluciona praticamente todos os casos de casais com dificuldades para ter filhos. As polêmicas surgem com o excesso de embriões. Se transferirmos três ou quatro embriões, temos gêmeos, trigêmeos e quadrigêmeos, o que gera gestações de alto risco e elevado índice de complicações neonatais, com mortes ou seqüelas indesejáveis. Se houver mais que quatro embriões, os excedentes são congelados. Se o casal não utilizar os embriões congelados, estes deverão ser conservados por no mínimo três anos, quando, então, poderão ser utilizados em pesquisa para obtenção de células-tronco.

A comunidade científica alega que um embrião de menos de 14 dias não é um embrião, e sim um pré-embrião, pois não tem condições de sobrevida a não ser após a nidação, isto é, a fixação na parede uterina.

Semelhante ao embrião de 0,1 mm, um bebê recém-nascido com três quilos também não tem condição alguma de sobrevida se não for alimentado, agasalhado, etc. Portanto, a diferença entre eles é de idade, tamanho e forma de carinho de que necessitam.

A fertilização in vitro pode ser aplicada produzindo-se apenas o número ideal de embriões que eu considero, um ou dois ou, eventualmente, três ou quatro em casos especiais, como mulheres com mais que 40 anos. Não é necessário produzir embriões excedentes para serem congelados, todos os embriões produzidos devem ser transferidos para o útero da mãe. Se houver óvulos excedentes, estes poderão ser congelados e destruídos caso tornem-se dispensáveis, ou fertilizados futuramente para a geração de novos bebês. Alguns países já proibiram o congelamento de embriões.

Não está definido ainda se as células-tronco de origem embrionária são melhores que as obtidas de outros tecidos. Os tratamentos já padronizados e eficientes, como a recuperação do músculo cardíaco, utilizam células-tronco do próprio indivíduo, portanto, a princípio, não precisamos produzir embriões excedentes e nem sacrificá-los.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Marina diz que é contra testes com células-tronco embrionárias



"Não tenho uma posição favorável à pesquisa com célula-tronco embrionária, e eu já disse isso", afirmou ela.

"Eu sou favorável à pesquisa com célula-tronco adulta".

Marina se irritou ao ser perguntada sobre o assunto e questionou os jornalistas: "Por que vocês nunca se interessam pelas coisas que a gente está fazendo? Isso que aconteceu aqui não tocou ninguém?, disse, referindo-se ao que viu na sua visita à comunidade do Coque, uma das mais violentas da cidade.

"Não estou chateada por responder isso pela milésima vez, não", declarou em seguida, ainda referindo-se às celulas-tronco. "É que aqui [a visita] foi tão forte", justificou.

Marina chorou várias vezes ao ser homenageada por crianças na Escola Popular de Direito Constitucional "Pequeno Cidadão". Elas cantaram "Coração de estudante" e "Para não dizer que não falei de flores".

Em discursos no local, a candidata prometeu duas vezes manter o Bolsa Família. Ela também lembrou seu passado pobre, andou em ruas de terra e se desviou de galinhas e do esgoto que escorria a céu aberto.

Marina foi ao Coque acompanhada do candidato do partido ao governo do Estado, Sérgio Xavier. Na comunidade, a candidata foi recebida por um boneco gigante com suas feições e assistiu uma apresentação de um maracatu infantil.

RELIGIÃO

Mais tarde, em entrevista a uma rádio local, a candidata disse que tem sofrido preconceito por ser cristã evangélica. "Mas eu não sou uma cristã envergonhada, eu digo a minha fé", afirmou.
A senadora declarou ainda que participará da campanha eleitoral "mostrando sempre que estamos elegendo o presidente da República, e não o pastor da igreja" e que não fará "a satanização dos outros candidatos."

Menino com traqueia ultrafina tem alta após operação pioneira

O britânico Ciaran Finn-Lynch, de 11 anos, que em março se tornou a primeira criança a sofrer um transplante de traqueia, teve alta do hospital para crianças de Great Ormond Street, em Londres, e voltou para casa na Irlanda do Norte neste fim de semana.

Ciaran nasceu com uma traqueia de apenas um milímetro de largura e sobreviveu durante anos graças a instrumentos que alargavam o órgão. No entanto, eles também causavam sangramentos frequentes e lesões.

Em março, ele recebeu o transplante inédito, que utilizou a traqueia de um doador italiano e uma técnica que combinou células-tronco do próprio menino para diminuir o risco de rejeição.

Há quatro semanas, os médicos declararam que a operação foi bem-sucedida.

"Ciaran atravessou algumas importantes operações em sua vida, mesmo antes do transplante de março. Ele é forte e manteve o astral alto durante todo esse tempo. Há duas semanas, teve uma aula de música ainda na UTI, onde tocou bateria e simplesmente adorou", afirmaram os pais do menino, Colleen e Paul.

A complicada operação de transplante foi realizada pela equipe do professor Martin Elliott, do hospital britânico, com o apoio de Paolo Macchiarini, pesquisador de células-tronco do hospital universitário Careggi, de Florença, e outros especialistas londrinos.

Do órgão doado, foram retiradas células do doador, deixando apenas a armação de colágeno. Foram então injetadas células-tronco do garoto na armação.

Ciaran nasceu com estenose traqueal congenital, uma malformação rara caracterizada pela estreita via aérea. Quando nasceu, a traqueia media apenas 1 milímetro de largura.

"É como respirar através de um canudo", afirmou um comunicado do hospital.

Fonte: UOL

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Esponja do mar vai servir pra estudo sobre câncer e células-tronco em humanos

Cientistas australianos encontraram provas de relações muito mais estreitas do homem com o solo submarino.
Os pesquisadores fizeram um estudo e descobriram que as esponjas do mar compartilham quase 70% de genes com os humanos, muitos deles associados com doenças como o câncer. A novidade vai servir para o estudo da doença e de células-tronco em humanos.

A sequência genética das esponjas do mar na Grande Barreira de Recifes da Austrália - o maior recife de coral do mundo - mostrou que esse animal aquático invertebrado compartilha muito de seus genes com os humanos, incluindo um grande número de genes associados com doenças como o câncer.
A descoberta pode proporcionar novas revelações sobre o câncer e a melhorar pesquisas com células-tronco, segundo, Bernard Degnan, da Universidade de Queensland, Austrália, e coordenador do estudo.
Explorar as funções genéticas das células-tronco das esponjas poderá identificar "relações profundas e importantes" com os genes que influenciam a biologia das células-tronco humanas.
- Pode, inclusive, modificar a forma em que pensamos nossas células-tronco e como poderíamos usá-las em futuras aplicações médicas.
A análise, publicada nesta semana pela revista científica Nature esta é o resultado de mais de cinco anos de pesquisas de uma equipe internacional de cientistas.

Fonte: R7

Marina se irrita com pergunta de repórter sobre célula-tronco

A candidata do PV à sucessão presidencial, Marina Silva, não conseguiu disfarçar a irritação, neste sábado, em seu último dia de visita a Recife, quando um repórter indagou sua posição sobre o uso de células-tronco embrionárias. Na sexta-feira, a Agência de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) anunciou que vai liberar o uso dessas células para uma primeira aplicação em humanos.
- Posso fazer uma pergunta? Por que vocês (jornalistas) nunca se interessam pelo que a gente está fazendo? Tenho muito respeito por vocês, são meus parceiros, mas será que isso (a visita ao Coque, um dos bairros mais pobres da capital) não tocou ninguém? Já falei tantas vezes sobre célula-tronco. Mas será que ninguém está interessado nisso aqui? Se ninguém faz nada, as crianças vão continuar morrendo e pedindo esmola no sinal - reclamou, para em seguida dizer ser contra a pesquisa com células-tronco embrionárias: - Sou favorável a pesquisa com células-tronco adulta.

Mais cedo, Marina já havia reclamado dos preconceitos que sofre por parte da sociedade por ser "evangélica" e advertiu que não se pode privar aqueles que seguem essa orientação religiosa de ter os "seus alinhamentos políticos", porque quem o fizer estará condenando a "segregação política uma comunidade que é muito importante para o país".
- Já fui discriminada por ser pobre, por ser negra, por ser mulher. Agora tenho sofrido preconceito por ser evangélica, o que é estranho. Porque, graças a Deus, eu sei que o Estado é laico. E Estado laico não é estado ateu, mas para favorecer os que creem e os que não creem. Do mesmo jeito que quero ter o direito de professar a minha fé, a Constituição assegura o direito de quem não tem fé nenhuma e de quem professa uma outra fé, que não é a minha, a cristã evangélica. O que não se pode privar é aos cristãos evangélicos de terem seus alinhamentos políticos. Se não, a gente vai fazer segregação política de uma comunidade que é muito importante para o nosso país - disse Marina.

Maconha sintética salva células-tronco

Substâncias cuja ação equivale à do princípio ativo da maconha podem ajudar os cientistas a aumentar o “prazo de validade’’ das células-tronco embrionárias. As moléculas diminuem em até 45% a morte das células em laboratório, o que pode se revelar uma forma de aumentar a eficiência de futuras terapias com base nelas.


As células-tronco embrionárias se destacam pela versatilidade, tendo o poder comprovado de assumir o papel de qualquer tecido do organismo adulto. Por isso, o grande sonho da medicina regenerativa é usá-las para reconstruir órgãos danificados. Mas um dos muitos obstáculos no caminho do plano é a baixa eficiência com que elas se mantêm no organismo.

“Sabemos que, por razões diversas, somente entre 1% e 20% das células-tronco transplantadas sobrevivem in vivo (no corpo), o que reduz a eficácia delas e traz a necessidade de transplantes com números significativamente maiores de células’’, explica o pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Stevens Rehen, coautor do estudo na revista científica “Cell Biology International”.

Alguns dados preliminares já mostravam um elo entre a chance da sobrevida das células-tronco e a ativação das fechaduras químicas CB1 e CB2, conhecidas como receptores canabinoides justamente por interagirem com as moléculas presentes na maconha, ou Cannabis sativa. Não é que o organismo humano tenha sido “projetado’’ para receber a droga: ocorre que o corpo produz naturalmente substâncias que se ligam aos receptores canabinoides, desempenhando papel importante na regulação do humor, no controle do apetite e até nas defesas biológicas naturais de cada pessoa.
A principal substância testada, embora tenha estrutura química bem diferente da que caracteriza o THC, princípio ativo responsável pelo “barato’’ da maconha, produz na célula efeitos muito semelhantes ao que ele opera. “O próximo passo será explorar o potencial dos canabinoides para aumentar a sobrevivência de células-tronco depois de transplantes’’, diz Rehen.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tratamento com células-tronco traz esperança a paraplégicos

Um acidente de carro há 18 anos mudou por completo a vida do engenheiro químico paulistano Alexandre Baroni. Hoje, com 42 anos, Alexandre ainda se lembra com riqueza de detalhes quando seu carro capotou por algumas vezes após ele ter pegado no sono ao volante. Com o impacto da batida, o capô afundou e comprimiu sua cabeça, causando-lhe uma lesão completa na 5ª vértebra cervical. Alexandre ficou tetraplégico. Após algum tempo de espera para tentar readquirir os movimentos, mas sem sucesso, o engenheiro se rendeu à sua nova condição de vida, passar o resto dos dias sob uma cadeira de rodas.

Mas o que poderia estar tachado para ser definitivo, tanto para ele como para milhares de outras pessoas com paraplegia, que têm como o grande sonho poder um dia voltar a andar, já há uma esperança para um recomeço. Novas conquistas na medicina já estão sendo alcançadas em pesquisas com células-tronco, realizadas por um grupo de médicos baianos. Depois de muitos meses desenvolvendo o trabalho em cães e gatos com a deficiência física, onde os testes preliminares foram considerados bastante satisfatórios, agora, com pioneirismo no País, será a vez de realizar os testes clínicos em humanos.
Vinte pacientes voluntários participarão, já a partir do mês de agosto, do protocolo de pesquisa com células-tronco de medula óssea, que está sendo realizado pelo Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC), em Salvador (BA).

De acordo com a coordenadora do projeto, a imunologista Milena Soares, cada pessoa selecionada terá seu material colhido do próprio osso da bacia, depois as células irão para o laboratório para cultivo e testes. Em seguida, o paciente irá novamente para cirurgia, mas dessa vez para a inserção das células na área da coluna que foi fraturada. “A partir desta fase, cada participante da pesquisa passará por um intenso programa de fisioterapia para reabilitação. No total, esse trabalho terá dois anos e a equipe multidiscilpinar envolvida no projeto está bastante otimista”, declara a pesquisadora.

Segundo o neurocirurgião Marcus Vinícius, que faz parte da equipe médica do projeto e é o responsável pelo transplante de células, esse trabalho é a ponta do iceberg e muitas outras pesquisas serão realizadas a partir dos resultados desses primeiros testes. “Estamos começando uma estrada, e temos muito caminho a percorrer. Apesar de vários estudos e vários tratamentos, até o momento não existe nada na medicina que resolva o problema, nenhum leva a algum resultado. E estamos tentando gerar um”, pontua Marcus Vinícius.

Alexandre Baroni, que saiu de São Paulo há dois anos para assumir em Salvador o cargo de Coordenador Executivo dos Direitos de Pessoas com deficiência do Estado da Bahia, fala sobre a importância do Brasil dar esse passo em uma pesquisa tão importante. “Se nosso país não avançar nas pesquisas, principalmente com células-tronco, elas serão deitas lá fora. E tudo será mais difícil e demorado até chegar aqui. Assim como eu, todos os que passam pelo problema esperamos êxito e que esse trabalho possa trazer melhor qualidade de vida para nós deficientes. A gente aprende a viver em novas condições, mas é indiscutível que se a gente puder, sai da cadeira de rodas”, declara.

O neurocirurgião comenta que ainda há vagas para voluntários, pois para esse primeiro momento há uma série de pré-requisitos, a exemplo da lesão não ter sido ocasionada por arma de fogo ou algum material perfurante, e esta ter mais de seis meses. ¿Os interessados podem se inscrever por meio do email ticiana@cbtc-hsr.org¿, recomenda o médico. A pesquisa é realizada pelo Monte Tabor/Hospital São Rafael, em parceria com o Hospital Espanhol, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e o Centro Universitário da Bahia e é financiada pelo Ministério da Saúde.

Pesquisa ajudará portadores da Doença de Chagas

Além de portadores de paraplegia, o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC) do Hospital São Rafael vai desenvolver pesquisas com portadores da doença de Chagas, doença adquirida por um parasita e que em muitas pessoas não apresenta sintomas. A pesquisa será para identificar a forma correta do tratamento seja ela terapêutica, imunológica ou por terapia celular, no intuito de bloquear ou inibir a evolução da doença para a forma cardíaca. “Precisamos compreender melhor os motivos pelos quais os indivíduos portadores da forma indeterminada da doença de Chagas vivem tanto tempo sem apresentar os sintomas, mesmo com sorologia positiva, ou seja, coexistindo com a presença de parasitas”, diz o imunologista e coordenador do Estudo Multicêntrico de Terapia Celular em Cardiopatia Chagásica, Ricardo Ribeiro, responsável pelo CBTC.

Os estudos serão realizados no Laboratório de Cultura de Células Humanas e no Ambulatório Avançado de Doença de Chagas. Os voluntários a participarem do projeto terão acompanhamento terapêutico para insuficiência cardíaca e total assistência de uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Nutrição e Fisioterapia.

Desenvolvimento

Nomes importantes da pesquisa no Brasil estiveram presentes em Salvador durante inauguração do primeiro Laboratório de Cultura de Células Humanas do Brasil e único no Norte e Nordeste. Para o secretário de Ciência e Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, a terapia celular é o novo paradigma a ser desvendado quando se trata do cuidado com a saúde humana, e comemora o desenvolvimento do Brasil no setor. ¿O Ministério da Saúde faz questão de manter o fomento nessa área.

Dessa forma a distância que separa o Brasil dos países desenvolvidos, em relação às pesquisas com terapia celular, é muito pequena¿, festeja o secretário. Já o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Aragão, avalia o momento como um avanço no desenvolvimento social brasileiro.

CTBC

O Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC) é o primeiro do Norte-Nordeste e um dos oito centros credenciados pelo Ministério da Saúde para manejo de células-tronco a nível de GMP (Good Manufacture Practice ou Boas Práticas de Manufatura). Possui uma área de aproximadamente 700 m2, onde são realizadas pesquisas básicas e aplicadas na área biomédica, e investigações de doenças neurológicas (trauma raquimedular, epilepsia, lesão do nervo periférico); de doenças renais (insuficiência renal aguda), do diabetes (tipos I e II, com foco na regeneração de lesões teciduais), doenças cardiovasculares, doenças hepáticas e do envelhecimento. Sobre este último, são monitorados e identificados os mecanismos que levam à transformação tumoral de células-tronco e a comparação do potencial terapêutico de células de diferentes origens.

Fonte: Terra

HC revela transplante com células-tronco

Médico é autor de primeiro procedimento em Ribeirão de material presente em cordão umbilical a bebê com deficiência imunológica

O imunologista Júlio César Voltarelli apresenta na manhã desta quinta-feira, no Hemocentro do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto, a saga de um menino de 6 meses que foi submetido a transplante de célula-tronco de cordão umbilical. Foi o primeiro procedimento do gênero realizado na cidade, de acordo com o médico.

Antes disso, transplantes semelhantes foram realizados somente em grandes centros médicos de capitais, como São Paulo e Curitiba. A célula-tronco veio dos Estados Unidos, segundo Voltarelli, com sangue 100% compatível com o do paciente.

As células-tronco contidas em 46 mililitros de sangue do cordão umbilical, injetadas diretamente no coração do menino, devem induzir a produção das células sanguíneas de que ele necessita para ter uma vida normal.

Deficiência imunolócia

Com o procedimento, feito pela equipe do médico Júlio Voltarelli, o menino, natural de Sertãozinho e que sofre de Deficiência Imunológica Continuada Grave, em inglês SCID (Severe Combined Immunodeficiency), ganhou grande chance de sobrevivência.

O transplante teria sido feito há 20 dias, mas o médico esperou a reação do organismo do bebê antes de chamar a imprensa para relatar detalhes do procedimento.

O menino vivia ameaçado pela chance de contrair qualquer resfriado ou pequenos machucados. Os familiares estavam deseseperados e, segundo Voltarelli, a doença certamente o levaria à morte.

"É muito provável, agora, que ele tenha vida normal. As chances beiram os 90%", afirmou o médico.

 Fonte: Jornal A Cidade

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Médicos recuperam traqueia de jovem destruída por câncer a partir do uso de células-tronco

Uma adolescente britânica, de 19 anos, que sofre de câncer de traqueia, ganhou um novo órgão construído a partir de tecido de seu nariz e injeção de suas próprias células-tronco. Esta técnica evitou a aplicação de drogas contra rejeição e é mais um passo nesse tipo de transplante.


A jovem, não identificada, foi operada pela mesma equipe que em 2008 usou técnica similar na colombiana Claudia Castillo, de 30 anos, na Espanha. Ela sofria de um grave problema na traqueia. Só que neste caso, o grupo do doutor Paulo Macchiarini, professor na Universidade de Barcelona e na Escola de Medicina de Hannover, na Alemanha, implantou a estrutura de uma traqueia retirada de um cadáver, um homem de 51 anos. Antes, os cientistas submeteram o órgão doado a banhos de substâncias químicas fortes (um detergente enzimático) para destruir todas as células vivas do doador, deixando apenas uma espécie de fôrma, composta de colágeno.

Posteriormente ela foi devidamente repovoada com células da própria paciente. Dois tipos de células foram aplicadas: aquelas retiradas da própria região da traquéia e células-tronco adultas, cultivadas antes do transplante. Este ano, um menino britânico, de dez anos, passou pelo mesmo procedimento.

Para a adolescente britânica, os médicos criaram uma traqueia biologicamente idêntica ao seu órgão de origem e injetaram as células-tronco um pouco antes do transplante. Apenas quatro dias depois da cirurgia, no último dia 13 de julho, no hospital italiano Careggi, a jovem já conseguia falar. A mesma equipe operou um theco de 31 anos. São necessários de dois a três meses para as células-tronco cobrirem completamente a traqueia e formar um novo órgão.

- Esta é uma solução única para um problema que não tinha qualquer saída, exceto a morte - diz Walter Giovannini, diretor do Hospital Careggi, em Florença. Os cirurgiões têm feito avanços no transplante de traqueias, mas em casos anteriores os órgãos foram fisicamente danificados por algum trauma. Já o câncer traqueia é raro e muito difícil de tratar porque é resistente à quimioterapia e radioterapia. E os transplante de dispositivos mecânicos para substituir a traqueia não se mostram eficazes.

Fonte: O Globo

Células-tronco embrionárias começam a ser usadas em teste nos humanos

A terapia se chamará GRNOPC1


Após um ano de rompimento de testes com células-troco embrionárias, a empresa Geron Corp pode retornar o trabalho, isso porque a FDA (órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, similar à Anvisa) liberou o primeiro teste no mundo em seres humanos. As células-tronco embrionárias são consideradas as mais versáteis, pois transformam qualquer tipo de célula no corpo.

Os experimentos foram cancelados após os testes em camundongos apresentarem cistos espinhais em alguns animais. Mas agora, a companhia diz que encontrou uma nova forma de testar sua terapia e que não viu cistos em um estudo separado com animais.
De acordo com o presidente da empresa, o recrutamento de pacientes deve começar antes mesmo do fim do mês de agosto. Cerca de dez pacientes devem ser inscritos para o experimento, em diferentes locais do país. A partir de agora a terapia se chamará GRNOPC1, os testes devem durar cerca de dois anos, e cada paciente deve ser estudado por um ano, mas podendo se estender quando o tratamento apresentar eficácia.

Segundo a divulgação, a terapêutica vai utilizar células chamadas oligodendrocyte progenitoras. Elas se transformam em oligodendrocytes, tipo de célula que produz mielina, capa que permite aos impulsos se moverem pelos nervos. E se funcionar todo o processo, as células progenitoras vão produzir novos oligodendrocytes na área afetada da espinha do paciente, potencialmente permitindo movimentos novamente.

A ciência acredita que o tratamento com as células-tronco embrionárias permitem o tratamento de muitas doenças, como cura para o diabetes, mal de Parkinson, paralisias e outras enfermidades, por isso essa pesquisa vem para somar ao estado clínico dos pacientes.

O farmacêutico, tutor do Portal Educação, Ronaldo de Jesus Costa, acredita que esse processo de autorização é mais uma etapa vencida para instituir tratamentos com células-tronco. “Controlar a capacidade de replicação de células-tronco não é tarefa fácil, sobretudo células embrionárias. Por isso, o acompanhamento dos pacientes deve ser muito minucioso”, conclui o tutor.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Música Células Tronco.

Navegando por ai na internet, descobri que a criatividade das pessoas não tem limite.
Encontrei uma música sobre as células tronco.
Não posso afirmar que seja uma boa música, mas ela está ai para que vocês mesmos possam conferir.





Células Tronco
Violins

Já faz mais de dez anos que eu perdi a visão

e mais de dez anos
que eu fiquei completamente surdo de um ouvido
e o outro só ouve confusão

De tudo que eu vi
e de tudo que eu ouvi
você sempre foi o ódio perfeito
o ódio vil, o ódio por ter sempre estado bem
quando eu envelheci
e eu nunca te amei


E você ainda está aqui
e zela por mim


Você ainda está aqui
e cuida de mim


Sentado aqui
mas não pra sempre
eu rezo sim pelas células-tronco
que vão me fazer correr por aí


Já faz mais de dez anos que eu senti algum tesão
ao te ver nua e suada sentada sobre mim
e a culpa é minha mas não peço perdão
depois de tudo que eu vi
e tudo que eu ouvi.

Células-tronco: avanços e retrocessos

Enquanto FDA autoriza testes clínicos em células embrionárias, estudo mostrou que células de tecido adulto têm memória


02/08/2010 - Duas novidades chacoalharam o mundo das células-tronco nas duas últimas semanas. Na sexta-feira (30/07), a Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou, pela primeira vez, que células tronco embrionárias fossem injetadas experimentalmente em seres humanos. As células, capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo, são uma esperança de cura para pacientes com doenças atualmente incuráveis.

Mas na semana anterior, o estudo de um outro tipo de células-tronco, as pluripotente induzidas, também avançou – não necessariamente, neste caso, com notícias tão boas.

As células-tronco pluripotentes induzidas, geradas a partir de tecidos adultos, surgiram há cerca de três anos como uma solução para a criação de células-tronco capazes de se diferenciar em qualquer tecido humano que não tivessem questionamentos éticos, como as embrionárias – retiradas de embriões inviáveis, ou seja, que nunca poderiam evoluir e produzir um ser vivo.

Efeito memória

Uma pesquisa publicada pela revista Nature mostrou que a solução pode não ser tão perfeita como parecia a princípio. Cientistas liderados por George Daley, da Universidade de Harvard, descobriram que as células-tronco pluripotentes induzidas preservam a memória de sua vida como célula-adulta – ou seja, elas têm mais facilidade em voltar a se tornar o tecido que eram originalmente.

No artigo Daley e colegas mostraram que uma célula adulta do sangue transformada em célula-tronco pluripotente induzida tem mais facilidade para voltar a se tornar novamente uma célula do sangue do que se fosse óssea. O inverso também acontece: células que originalmente eram de osso que não fazem boas células adultas de sangue – e muito menos de neurônios. (...)

No caso de terapia celulares, uma situação semelhante ocorreria. Não seria possível teoricamente criar um neurônio e utilizá-lo no paciente com Parkinson partindo de uma célula adulta da pele. “A área precisa que alguém desenvolva um método para apagar a memória para que as células-tronco pluripotentes induzidas feitas a partir de uma célula adulta de pele possa fazer todos tipos de tecidos com igual vigor”, afirmou George Daley ao iG. (segue...)
 
Fonte: Ultimo Segundo.

Vaticano reprova vários testes feitos com células-tronco

O Vaticano qualificou neste sábado (31) de "inaceitável" a autorização dada pelos Estados Unidos para a realização de testes clínicos em seres humanos utilizando células-tronco embrionárias.
"Apesar dos esforços feitos para negá-lo, a ciência segue afirmando que o embrião é um ser humano por nascer", disse monsenhor Elio Sgreccia, presidente emérito da Academia Pontifícia para a Vida (instituição da cúria romana), à Rádio Vaticano.
Os embriões são "sacrificados para se extrair as células-tronco e tudo isto, do ponto de vista ético, só pode receber um julgamento negativo".
A empresa americana Geron anunciou na sexta-feira ter recebido autorização da Food and Drug Administration (FDA, agência federal de medicamentos) para realizar os primeiros testes clínicos em seres humanos de uma terapia baseada em células-tronco embrionárias.
A Igreja católica rejeita a utilização de células-tronco retirada de embriões humanos, mas aceita as pesquisas com células obtidas a partir do cordão umbilical, intestino ou retina.
Os pesquisadores utilizam embriões congelados para fins reprodutivos para obter as células-tronco.
Fonte: G1