terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Primeiro homem é curado oficialmente da Aids

Um relatório oficial publicado na revista científica Blood, declarou a cura de um homem da infecção por HIV, pela primeira vez na história. Timothy Ray Brown, de 42 anos, sofria de leucemia mielóide aguda e foi levado para ser tratado no hospital Charité, em Berlim, Alemanha. Mesmo sendo portador do vírus HIV, a ameaça provocada pela leucemia representava maior perigo de óbito. 

“O tratamento pelo qual Brown passou foi agressivo: quimioterapia que destruiu a maior parte de suas células imunes. Irradiação total do corpo. E depois, um transplante arriscado de células-tronco no qual cerca de um terço dos pacientes não sobrevivem – mas que parece ter curado Brown completamente da Aids”, diz o comunicado. Segundo o relatório, o tratamento quase matou o paciente.

Para as células-tronco, os médicos utilizaram um doador com uma mutação genética especial, presente em um número incrivelmente pequeno de pessoas no mundo, que o torna quase que invulnerável ao HIV. Com as defesas do organismo de Brown dizimadas pelos tratamentos, as células saudáveis e resistentes ao HIV do doador repovoaram o sistema imunológico dele.

Os primeiros sinais de que o vírus havia sido abatido eram promissores, mas agora, sem o tratamento para o HIV, testes não mostraram qualquer sinal do HIV, os médicos puderam declarar oficialmente:

“Ele está curado. O que isto significa para o futuro do tratamento da Aids? Não é qualquer paciente com HIV que pode ou quer passar pelo sofrimento enorme necessário para a cura de Brown, nem é qualquer um que pode ou quer pagar pelo procedimento. Mas pela primeira vez, descobrimos que a Aids pode ser curada, não só tratada. Isto abre novos caminhos de pesquisa – terapia genética, tratamentos com células-tronco – que poderiam ter sido desconsiderados antes”. 

(Yggor Araújo, DOL)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Célula-tronco de dente repara córnea

Karina Toledo - O Estado de S.Paulo
 
Pesquisadores do Instituto Butantã desenvolveram uma técnica para recuperar a visão de pacientes com lesão na córnea utilizando células-tronco extraídas da polpa do dente de leite. Os testes em seres humanos devem começar no próximo mês, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"O tecido da córnea precisa ser constantemente renovado, pois as células se desgastam como as da pele", explica a biomédica Babyla Monteiro, responsável pela pesquisa. Essa manutenção, diz ela, é feita por uma região do olho chamada limbo, que fica em volta da córnea. "Mas quando a região límbica é afetada por um trauma ou uma doença, a córnea perde a capacidade de regeneração e se torna opaca, comprometendo a visão."

Quando o problema afeta apenas um dos olhos, é possível retirar células límbicas do olho saudável do próprio paciente para transplante, explica o oftalmologista da Unifesp José Álvaro Pereira Gomes, coautor do estudo. "Mas, quando os dois olhos são afetados, a opção hoje é recorrer a um doador. Mas sempre há risco de rejeição. Com as células-tronco do dente de leite, esse risco é muito menor."

As células da polpa do dente são incorporadas ao tecido ocular do paciente e recobertas por uma espécie de membrana feita de material semelhante à placenta. Elas então se adaptam ao tecido ocular e passam a atuar como células límbicas, reconstruindo a córnea degradada. A técnica vem sendo testada em animais desde 2006. Em março, os resultados foram publicados na revista Investigative Ophthalmology & Visual Science.

"Agora vamos testá-la em voluntários que foram submetidos à cirurgia convencional, com células de um doador, mas não obtiveram sucesso, seja por rejeição ou por outro problema", diz Gomes.P

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cientistas descobrem forma de incentivar fertilização de óvulos

Durante anos, biólogos que estudam a reprodução foram frustrados por um mistério do desenvolvimento do óvulo: quais são os sinais que ordenam que óvulos imaturos – folículos primordiais – se desenvolvam em óvulos maduros capazes de ser fertilizados?
A pergunta é importante para especialistas em fertilização. As mulheres que estão entrando na menopausa não produzem óvulos maduros, ou os produzem ocasionalmente, mas ainda possuem folículos primordiais. Assim como ocorre com mulheres cujos ovários falham num estágio ainda mais precoce. Se houvesse uma forma de estimular óvulos imaturos a se desenvolverem, deveria possibilitar que essas mulheres engravidassem.
Mulheres em tratamento contra o câncer que desativam seus ovários podem querer guardar alguns óvulos imaturos para gerar um bebê mais tarde.
Agora, Aaron J.W. Hsueh e Jing Li, da Stanford University, e colegas no Japão e na China relatam que resolveram o enigma da maturação do óvulo.
Num artigo publicado online no “Proceedings of the National Academy of Sciences”, eles descrevem uma forma simples de sinalizar o amadurecimento de óvulos de ratas. Eles fertilizaram os óvulos maduros, obtiveram ratos recém-nascidos, os criaram e mostraram que eles eram férteis. Os pesquisadores também usaram seu método para amadurecer óvulos humanos, mas não os fertilizaram. Mas o Dr. Kazuhiro Kawamura, no Japão, planeja dar o próximo passo com pacientes cujos ovários falharam mais precocemente – maturando os folículos primordiais, então fertilizando os óvulos, disse Hsueh.
No entanto, Hsueh alerta que “ninguém pode garantir o sucesso” com óvulos humanos. Ele é apenas cientista e não planeja tratar pacientes.
Louis DePaolo, chefe do escritório de ciências reprodutivas do Instituto Nacional Eunice Kennedy de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, enfatiza que o método ainda é experimental.
“Isso é algo possível”, disse ele, “mas precisa de um refinamento maior”. Neste ponto, ele diz, “não podemos dizer a uma paciente que vamos tentar esse procedimento”.
Os resultados também podem ajudar os cientistas a gerar células-tronco embrionárias humanas. Um problema em obter essas células é que é difícil obter muitos óvulos humanos maduros para fertilização. Agora, Hsueh afirma querer tentar usar óvulos imaturos do tecido ovariano de mulheres que tiveram seus ovários removidos por outras razões. Ele espera poder incentivar o amadurecimento de óvulos imaturos.
Os cientistas há muito tempo ficam perplexos com o processo de maturação do óvulo. Um bebê do sexo feminino tem 800 mil óvulos imaturos no ovário quando nasce. Quando ela chega à puberdade e começa a ovular, mil dessas células de óvulos começam a se desenvolver todos os meses. Normalmente, apenas um óvulo se desprende no caminho. Ninguém sabe o que acontece com todos os óvulos que não conseguiram.
“Presumimos que eles morrem”, disse Hsueh. “Exceto por alguns folículos mais avançados, ninguém sabe em que estágio a maioria morre”.
Tratamentos de fertilidade usam hormônios para ajudar óvulos que já estão bem longe para amadurecer. Porém, como ocorre com mulheres que estão iniciando a menopausa, pode não haver óvulo nenhum tão longe assim. Até o momento, nada podia ser feito.
O ímpeto por trás da descoberta foi um achado acidental de outros pesquisadores. Eles tinham removido um gene em ratas e viram algo estranho e inesperado: todos os óvulos imaturos dos animais começaram a amadurecer. As ratas, na verdade, acabaram se tornando inférteis mais tarde na vida; eles tinham usado todos os óvulos de uma vez.
Isso levou à percepção de que o segredo para fazer óvulos imaturos se desenvolverem é inibir uma enzima conhecida como PTEN e adicionar um fragmento de proteína para ajudar a ativar os óvulos. Parar aquela enzima tirou os freios do desenvolvimento do óvulo. Com um empurrãozinho extra da proteína ativadora, os óvulos começaram a crescer.
Agora, diz Hsueh, os pesquisadores melhoraram os métodos que reportam em seu novo artigo. É claro, eles não querem usar todos os óvulos num ovário de uma vez. Em vez disso, afirmou ele, a ideia é pegar um pequeno pedaço de ovário, ativar seus óvulos primordiais e colocá-lo de volta no corpo, permitindo que os óvulos cresçam e amadureçam.
A descoberta, disse DePaolo, “é importante”, não apenas porque pode dar às mulheres mais opções quando seus ovários falham. Além disso, ele comentou, o trabalho fornece “conhecimentos básicos de como esses folículos em estágio inicial funcionam”.
“Nunca entendemos isso”, disse DePaolo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pesquisadores da UFRJ conseguem multiplicar células-tronco para pesquisas

Pesquisadores da UFRJ conseguem multiplicar células-tronco para pesquisas

A Universidade Federal do Rio de Janeiro testa uma máquina considerada inovadora por cientistas do mundo todo: o equipamento é capaz de dobrar a produção atual de células-tronco no Brasil

As equipes da engenheira química Leda Castilho e do neurocientista Steven Rehen começaram a trabalhar há um ano e meio.

O objetivo era adaptar um equipamento que reproduz células-tronco embrionárias humanas.

A capacidade utilizado hoje é insuficiente para o desenvolvimento mais rápido de pesquisas.

O novo equipamento é um biorreator ligado a um sistema de computação.

No método convencional, as células-tronco se reproduzirem no fundo do equipamento; no equipamento novo, os cientistas da UFRJ adicionaram esferas microscópicas que atraem as células-tronco.

A novidade permite que elas tenham mais espaço para se multiplicar.

O resultado é a produção do dobro de células – e pela metade do preço.

“Isso requer menos mão-de-obra, menos manipulação.

Há menor risco de contaminação do que pelo sistema convencional”, explica Leda Castilho.

No futuro, o paciente que se submeter a um tratamento com células-tronco precisará de milhões delas.

Por isso, quanto maior a produção, maior o número de beneficiados.

O equipamento brasileiro está sendo considerado pela comunidade científica internacional como o mais avançado do mundo.

Dentro de um ano, pesquisadores de todo o país terão uma quantidade muito maior de células-tronco para as pesquisas, muitas que buscam tratamentos de doenças incuráveis hoje em dia.

Células-tronco: a ciência em paz com a religião

Há mais de três anos, nossas autoridades procuram instruir-se para decidir se as leis da biossegurança permitem utilizar embriões congelados para a obtenção de células-tronco para terapias, que no momento atual são apenas pesquisas, todas promissoras.

O ponto essencial dessa questão é determinar quando se inicia uma vida. Nunca houve dúvidas de que a vida inicia-se após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide e a conseqüente fusão da carga genética do pai e da mãe e a formação do embrião.

A ciência tem procurado alterar essa verdade, visando evitar polêmicas do ponto de vista ético e religioso, a partir do advento da fertilização in vitro, que colocou em nossas mãos bebês com 0,1 mm de diâmetro, cujos destinos podem constituir dilemas sérios.

A fertilização in vitro é um excelente tratamento para infertilidade e soluciona praticamente todos os casos de casais com dificuldades para ter filhos. As polêmicas surgem com o excesso de embriões. Se transferirmos três ou quatro embriões, temos gêmeos, trigêmeos e quadrigêmeos, o que gera gestações de alto risco e elevado índice de complicações neonatais, com mortes ou seqüelas indesejáveis. Se houver mais que quatro embriões, os excedentes são congelados. Se o casal não utilizar os embriões congelados, estes deverão ser conservados por no mínimo três anos, quando, então, poderão ser utilizados em pesquisa para obtenção de células-tronco.

A comunidade científica alega que um embrião de menos de 14 dias não é um embrião, e sim um pré-embrião, pois não tem condições de sobrevida a não ser após a nidação, isto é, a fixação na parede uterina.

Semelhante ao embrião de 0,1 mm, um bebê recém-nascido com três quilos também não tem condição alguma de sobrevida se não for alimentado, agasalhado, etc. Portanto, a diferença entre eles é de idade, tamanho e forma de carinho de que necessitam.

A fertilização in vitro pode ser aplicada produzindo-se apenas o número ideal de embriões que eu considero, um ou dois ou, eventualmente, três ou quatro em casos especiais, como mulheres com mais que 40 anos. Não é necessário produzir embriões excedentes para serem congelados, todos os embriões produzidos devem ser transferidos para o útero da mãe. Se houver óvulos excedentes, estes poderão ser congelados e destruídos caso tornem-se dispensáveis, ou fertilizados futuramente para a geração de novos bebês. Alguns países já proibiram o congelamento de embriões.

Não está definido ainda se as células-tronco de origem embrionária são melhores que as obtidas de outros tecidos. Os tratamentos já padronizados e eficientes, como a recuperação do músculo cardíaco, utilizam células-tronco do próprio indivíduo, portanto, a princípio, não precisamos produzir embriões excedentes e nem sacrificá-los.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Marina diz que é contra testes com células-tronco embrionárias



"Não tenho uma posição favorável à pesquisa com célula-tronco embrionária, e eu já disse isso", afirmou ela.

"Eu sou favorável à pesquisa com célula-tronco adulta".

Marina se irritou ao ser perguntada sobre o assunto e questionou os jornalistas: "Por que vocês nunca se interessam pelas coisas que a gente está fazendo? Isso que aconteceu aqui não tocou ninguém?, disse, referindo-se ao que viu na sua visita à comunidade do Coque, uma das mais violentas da cidade.

"Não estou chateada por responder isso pela milésima vez, não", declarou em seguida, ainda referindo-se às celulas-tronco. "É que aqui [a visita] foi tão forte", justificou.

Marina chorou várias vezes ao ser homenageada por crianças na Escola Popular de Direito Constitucional "Pequeno Cidadão". Elas cantaram "Coração de estudante" e "Para não dizer que não falei de flores".

Em discursos no local, a candidata prometeu duas vezes manter o Bolsa Família. Ela também lembrou seu passado pobre, andou em ruas de terra e se desviou de galinhas e do esgoto que escorria a céu aberto.

Marina foi ao Coque acompanhada do candidato do partido ao governo do Estado, Sérgio Xavier. Na comunidade, a candidata foi recebida por um boneco gigante com suas feições e assistiu uma apresentação de um maracatu infantil.

RELIGIÃO

Mais tarde, em entrevista a uma rádio local, a candidata disse que tem sofrido preconceito por ser cristã evangélica. "Mas eu não sou uma cristã envergonhada, eu digo a minha fé", afirmou.
A senadora declarou ainda que participará da campanha eleitoral "mostrando sempre que estamos elegendo o presidente da República, e não o pastor da igreja" e que não fará "a satanização dos outros candidatos."

Menino com traqueia ultrafina tem alta após operação pioneira

O britânico Ciaran Finn-Lynch, de 11 anos, que em março se tornou a primeira criança a sofrer um transplante de traqueia, teve alta do hospital para crianças de Great Ormond Street, em Londres, e voltou para casa na Irlanda do Norte neste fim de semana.

Ciaran nasceu com uma traqueia de apenas um milímetro de largura e sobreviveu durante anos graças a instrumentos que alargavam o órgão. No entanto, eles também causavam sangramentos frequentes e lesões.

Em março, ele recebeu o transplante inédito, que utilizou a traqueia de um doador italiano e uma técnica que combinou células-tronco do próprio menino para diminuir o risco de rejeição.

Há quatro semanas, os médicos declararam que a operação foi bem-sucedida.

"Ciaran atravessou algumas importantes operações em sua vida, mesmo antes do transplante de março. Ele é forte e manteve o astral alto durante todo esse tempo. Há duas semanas, teve uma aula de música ainda na UTI, onde tocou bateria e simplesmente adorou", afirmaram os pais do menino, Colleen e Paul.

A complicada operação de transplante foi realizada pela equipe do professor Martin Elliott, do hospital britânico, com o apoio de Paolo Macchiarini, pesquisador de células-tronco do hospital universitário Careggi, de Florença, e outros especialistas londrinos.

Do órgão doado, foram retiradas células do doador, deixando apenas a armação de colágeno. Foram então injetadas células-tronco do garoto na armação.

Ciaran nasceu com estenose traqueal congenital, uma malformação rara caracterizada pela estreita via aérea. Quando nasceu, a traqueia media apenas 1 milímetro de largura.

"É como respirar através de um canudo", afirmou um comunicado do hospital.

Fonte: UOL

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Esponja do mar vai servir pra estudo sobre câncer e células-tronco em humanos

Cientistas australianos encontraram provas de relações muito mais estreitas do homem com o solo submarino.
Os pesquisadores fizeram um estudo e descobriram que as esponjas do mar compartilham quase 70% de genes com os humanos, muitos deles associados com doenças como o câncer. A novidade vai servir para o estudo da doença e de células-tronco em humanos.

A sequência genética das esponjas do mar na Grande Barreira de Recifes da Austrália - o maior recife de coral do mundo - mostrou que esse animal aquático invertebrado compartilha muito de seus genes com os humanos, incluindo um grande número de genes associados com doenças como o câncer.
A descoberta pode proporcionar novas revelações sobre o câncer e a melhorar pesquisas com células-tronco, segundo, Bernard Degnan, da Universidade de Queensland, Austrália, e coordenador do estudo.
Explorar as funções genéticas das células-tronco das esponjas poderá identificar "relações profundas e importantes" com os genes que influenciam a biologia das células-tronco humanas.
- Pode, inclusive, modificar a forma em que pensamos nossas células-tronco e como poderíamos usá-las em futuras aplicações médicas.
A análise, publicada nesta semana pela revista científica Nature esta é o resultado de mais de cinco anos de pesquisas de uma equipe internacional de cientistas.

Fonte: R7

Marina se irrita com pergunta de repórter sobre célula-tronco

A candidata do PV à sucessão presidencial, Marina Silva, não conseguiu disfarçar a irritação, neste sábado, em seu último dia de visita a Recife, quando um repórter indagou sua posição sobre o uso de células-tronco embrionárias. Na sexta-feira, a Agência de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) anunciou que vai liberar o uso dessas células para uma primeira aplicação em humanos.
- Posso fazer uma pergunta? Por que vocês (jornalistas) nunca se interessam pelo que a gente está fazendo? Tenho muito respeito por vocês, são meus parceiros, mas será que isso (a visita ao Coque, um dos bairros mais pobres da capital) não tocou ninguém? Já falei tantas vezes sobre célula-tronco. Mas será que ninguém está interessado nisso aqui? Se ninguém faz nada, as crianças vão continuar morrendo e pedindo esmola no sinal - reclamou, para em seguida dizer ser contra a pesquisa com células-tronco embrionárias: - Sou favorável a pesquisa com células-tronco adulta.

Mais cedo, Marina já havia reclamado dos preconceitos que sofre por parte da sociedade por ser "evangélica" e advertiu que não se pode privar aqueles que seguem essa orientação religiosa de ter os "seus alinhamentos políticos", porque quem o fizer estará condenando a "segregação política uma comunidade que é muito importante para o país".
- Já fui discriminada por ser pobre, por ser negra, por ser mulher. Agora tenho sofrido preconceito por ser evangélica, o que é estranho. Porque, graças a Deus, eu sei que o Estado é laico. E Estado laico não é estado ateu, mas para favorecer os que creem e os que não creem. Do mesmo jeito que quero ter o direito de professar a minha fé, a Constituição assegura o direito de quem não tem fé nenhuma e de quem professa uma outra fé, que não é a minha, a cristã evangélica. O que não se pode privar é aos cristãos evangélicos de terem seus alinhamentos políticos. Se não, a gente vai fazer segregação política de uma comunidade que é muito importante para o nosso país - disse Marina.

Maconha sintética salva células-tronco

Substâncias cuja ação equivale à do princípio ativo da maconha podem ajudar os cientistas a aumentar o “prazo de validade’’ das células-tronco embrionárias. As moléculas diminuem em até 45% a morte das células em laboratório, o que pode se revelar uma forma de aumentar a eficiência de futuras terapias com base nelas.


As células-tronco embrionárias se destacam pela versatilidade, tendo o poder comprovado de assumir o papel de qualquer tecido do organismo adulto. Por isso, o grande sonho da medicina regenerativa é usá-las para reconstruir órgãos danificados. Mas um dos muitos obstáculos no caminho do plano é a baixa eficiência com que elas se mantêm no organismo.

“Sabemos que, por razões diversas, somente entre 1% e 20% das células-tronco transplantadas sobrevivem in vivo (no corpo), o que reduz a eficácia delas e traz a necessidade de transplantes com números significativamente maiores de células’’, explica o pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Stevens Rehen, coautor do estudo na revista científica “Cell Biology International”.

Alguns dados preliminares já mostravam um elo entre a chance da sobrevida das células-tronco e a ativação das fechaduras químicas CB1 e CB2, conhecidas como receptores canabinoides justamente por interagirem com as moléculas presentes na maconha, ou Cannabis sativa. Não é que o organismo humano tenha sido “projetado’’ para receber a droga: ocorre que o corpo produz naturalmente substâncias que se ligam aos receptores canabinoides, desempenhando papel importante na regulação do humor, no controle do apetite e até nas defesas biológicas naturais de cada pessoa.
A principal substância testada, embora tenha estrutura química bem diferente da que caracteriza o THC, princípio ativo responsável pelo “barato’’ da maconha, produz na célula efeitos muito semelhantes ao que ele opera. “O próximo passo será explorar o potencial dos canabinoides para aumentar a sobrevivência de células-tronco depois de transplantes’’, diz Rehen.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tratamento com células-tronco traz esperança a paraplégicos

Um acidente de carro há 18 anos mudou por completo a vida do engenheiro químico paulistano Alexandre Baroni. Hoje, com 42 anos, Alexandre ainda se lembra com riqueza de detalhes quando seu carro capotou por algumas vezes após ele ter pegado no sono ao volante. Com o impacto da batida, o capô afundou e comprimiu sua cabeça, causando-lhe uma lesão completa na 5ª vértebra cervical. Alexandre ficou tetraplégico. Após algum tempo de espera para tentar readquirir os movimentos, mas sem sucesso, o engenheiro se rendeu à sua nova condição de vida, passar o resto dos dias sob uma cadeira de rodas.

Mas o que poderia estar tachado para ser definitivo, tanto para ele como para milhares de outras pessoas com paraplegia, que têm como o grande sonho poder um dia voltar a andar, já há uma esperança para um recomeço. Novas conquistas na medicina já estão sendo alcançadas em pesquisas com células-tronco, realizadas por um grupo de médicos baianos. Depois de muitos meses desenvolvendo o trabalho em cães e gatos com a deficiência física, onde os testes preliminares foram considerados bastante satisfatórios, agora, com pioneirismo no País, será a vez de realizar os testes clínicos em humanos.
Vinte pacientes voluntários participarão, já a partir do mês de agosto, do protocolo de pesquisa com células-tronco de medula óssea, que está sendo realizado pelo Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC), em Salvador (BA).

De acordo com a coordenadora do projeto, a imunologista Milena Soares, cada pessoa selecionada terá seu material colhido do próprio osso da bacia, depois as células irão para o laboratório para cultivo e testes. Em seguida, o paciente irá novamente para cirurgia, mas dessa vez para a inserção das células na área da coluna que foi fraturada. “A partir desta fase, cada participante da pesquisa passará por um intenso programa de fisioterapia para reabilitação. No total, esse trabalho terá dois anos e a equipe multidiscilpinar envolvida no projeto está bastante otimista”, declara a pesquisadora.

Segundo o neurocirurgião Marcus Vinícius, que faz parte da equipe médica do projeto e é o responsável pelo transplante de células, esse trabalho é a ponta do iceberg e muitas outras pesquisas serão realizadas a partir dos resultados desses primeiros testes. “Estamos começando uma estrada, e temos muito caminho a percorrer. Apesar de vários estudos e vários tratamentos, até o momento não existe nada na medicina que resolva o problema, nenhum leva a algum resultado. E estamos tentando gerar um”, pontua Marcus Vinícius.

Alexandre Baroni, que saiu de São Paulo há dois anos para assumir em Salvador o cargo de Coordenador Executivo dos Direitos de Pessoas com deficiência do Estado da Bahia, fala sobre a importância do Brasil dar esse passo em uma pesquisa tão importante. “Se nosso país não avançar nas pesquisas, principalmente com células-tronco, elas serão deitas lá fora. E tudo será mais difícil e demorado até chegar aqui. Assim como eu, todos os que passam pelo problema esperamos êxito e que esse trabalho possa trazer melhor qualidade de vida para nós deficientes. A gente aprende a viver em novas condições, mas é indiscutível que se a gente puder, sai da cadeira de rodas”, declara.

O neurocirurgião comenta que ainda há vagas para voluntários, pois para esse primeiro momento há uma série de pré-requisitos, a exemplo da lesão não ter sido ocasionada por arma de fogo ou algum material perfurante, e esta ter mais de seis meses. ¿Os interessados podem se inscrever por meio do email ticiana@cbtc-hsr.org¿, recomenda o médico. A pesquisa é realizada pelo Monte Tabor/Hospital São Rafael, em parceria com o Hospital Espanhol, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e o Centro Universitário da Bahia e é financiada pelo Ministério da Saúde.

Pesquisa ajudará portadores da Doença de Chagas

Além de portadores de paraplegia, o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC) do Hospital São Rafael vai desenvolver pesquisas com portadores da doença de Chagas, doença adquirida por um parasita e que em muitas pessoas não apresenta sintomas. A pesquisa será para identificar a forma correta do tratamento seja ela terapêutica, imunológica ou por terapia celular, no intuito de bloquear ou inibir a evolução da doença para a forma cardíaca. “Precisamos compreender melhor os motivos pelos quais os indivíduos portadores da forma indeterminada da doença de Chagas vivem tanto tempo sem apresentar os sintomas, mesmo com sorologia positiva, ou seja, coexistindo com a presença de parasitas”, diz o imunologista e coordenador do Estudo Multicêntrico de Terapia Celular em Cardiopatia Chagásica, Ricardo Ribeiro, responsável pelo CBTC.

Os estudos serão realizados no Laboratório de Cultura de Células Humanas e no Ambulatório Avançado de Doença de Chagas. Os voluntários a participarem do projeto terão acompanhamento terapêutico para insuficiência cardíaca e total assistência de uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Nutrição e Fisioterapia.

Desenvolvimento

Nomes importantes da pesquisa no Brasil estiveram presentes em Salvador durante inauguração do primeiro Laboratório de Cultura de Células Humanas do Brasil e único no Norte e Nordeste. Para o secretário de Ciência e Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, a terapia celular é o novo paradigma a ser desvendado quando se trata do cuidado com a saúde humana, e comemora o desenvolvimento do Brasil no setor. ¿O Ministério da Saúde faz questão de manter o fomento nessa área.

Dessa forma a distância que separa o Brasil dos países desenvolvidos, em relação às pesquisas com terapia celular, é muito pequena¿, festeja o secretário. Já o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Aragão, avalia o momento como um avanço no desenvolvimento social brasileiro.

CTBC

O Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC) é o primeiro do Norte-Nordeste e um dos oito centros credenciados pelo Ministério da Saúde para manejo de células-tronco a nível de GMP (Good Manufacture Practice ou Boas Práticas de Manufatura). Possui uma área de aproximadamente 700 m2, onde são realizadas pesquisas básicas e aplicadas na área biomédica, e investigações de doenças neurológicas (trauma raquimedular, epilepsia, lesão do nervo periférico); de doenças renais (insuficiência renal aguda), do diabetes (tipos I e II, com foco na regeneração de lesões teciduais), doenças cardiovasculares, doenças hepáticas e do envelhecimento. Sobre este último, são monitorados e identificados os mecanismos que levam à transformação tumoral de células-tronco e a comparação do potencial terapêutico de células de diferentes origens.

Fonte: Terra

HC revela transplante com células-tronco

Médico é autor de primeiro procedimento em Ribeirão de material presente em cordão umbilical a bebê com deficiência imunológica

O imunologista Júlio César Voltarelli apresenta na manhã desta quinta-feira, no Hemocentro do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto, a saga de um menino de 6 meses que foi submetido a transplante de célula-tronco de cordão umbilical. Foi o primeiro procedimento do gênero realizado na cidade, de acordo com o médico.

Antes disso, transplantes semelhantes foram realizados somente em grandes centros médicos de capitais, como São Paulo e Curitiba. A célula-tronco veio dos Estados Unidos, segundo Voltarelli, com sangue 100% compatível com o do paciente.

As células-tronco contidas em 46 mililitros de sangue do cordão umbilical, injetadas diretamente no coração do menino, devem induzir a produção das células sanguíneas de que ele necessita para ter uma vida normal.

Deficiência imunolócia

Com o procedimento, feito pela equipe do médico Júlio Voltarelli, o menino, natural de Sertãozinho e que sofre de Deficiência Imunológica Continuada Grave, em inglês SCID (Severe Combined Immunodeficiency), ganhou grande chance de sobrevivência.

O transplante teria sido feito há 20 dias, mas o médico esperou a reação do organismo do bebê antes de chamar a imprensa para relatar detalhes do procedimento.

O menino vivia ameaçado pela chance de contrair qualquer resfriado ou pequenos machucados. Os familiares estavam deseseperados e, segundo Voltarelli, a doença certamente o levaria à morte.

"É muito provável, agora, que ele tenha vida normal. As chances beiram os 90%", afirmou o médico.

 Fonte: Jornal A Cidade

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Médicos recuperam traqueia de jovem destruída por câncer a partir do uso de células-tronco

Uma adolescente britânica, de 19 anos, que sofre de câncer de traqueia, ganhou um novo órgão construído a partir de tecido de seu nariz e injeção de suas próprias células-tronco. Esta técnica evitou a aplicação de drogas contra rejeição e é mais um passo nesse tipo de transplante.


A jovem, não identificada, foi operada pela mesma equipe que em 2008 usou técnica similar na colombiana Claudia Castillo, de 30 anos, na Espanha. Ela sofria de um grave problema na traqueia. Só que neste caso, o grupo do doutor Paulo Macchiarini, professor na Universidade de Barcelona e na Escola de Medicina de Hannover, na Alemanha, implantou a estrutura de uma traqueia retirada de um cadáver, um homem de 51 anos. Antes, os cientistas submeteram o órgão doado a banhos de substâncias químicas fortes (um detergente enzimático) para destruir todas as células vivas do doador, deixando apenas uma espécie de fôrma, composta de colágeno.

Posteriormente ela foi devidamente repovoada com células da própria paciente. Dois tipos de células foram aplicadas: aquelas retiradas da própria região da traquéia e células-tronco adultas, cultivadas antes do transplante. Este ano, um menino britânico, de dez anos, passou pelo mesmo procedimento.

Para a adolescente britânica, os médicos criaram uma traqueia biologicamente idêntica ao seu órgão de origem e injetaram as células-tronco um pouco antes do transplante. Apenas quatro dias depois da cirurgia, no último dia 13 de julho, no hospital italiano Careggi, a jovem já conseguia falar. A mesma equipe operou um theco de 31 anos. São necessários de dois a três meses para as células-tronco cobrirem completamente a traqueia e formar um novo órgão.

- Esta é uma solução única para um problema que não tinha qualquer saída, exceto a morte - diz Walter Giovannini, diretor do Hospital Careggi, em Florença. Os cirurgiões têm feito avanços no transplante de traqueias, mas em casos anteriores os órgãos foram fisicamente danificados por algum trauma. Já o câncer traqueia é raro e muito difícil de tratar porque é resistente à quimioterapia e radioterapia. E os transplante de dispositivos mecânicos para substituir a traqueia não se mostram eficazes.

Fonte: O Globo

Células-tronco embrionárias começam a ser usadas em teste nos humanos

A terapia se chamará GRNOPC1


Após um ano de rompimento de testes com células-troco embrionárias, a empresa Geron Corp pode retornar o trabalho, isso porque a FDA (órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, similar à Anvisa) liberou o primeiro teste no mundo em seres humanos. As células-tronco embrionárias são consideradas as mais versáteis, pois transformam qualquer tipo de célula no corpo.

Os experimentos foram cancelados após os testes em camundongos apresentarem cistos espinhais em alguns animais. Mas agora, a companhia diz que encontrou uma nova forma de testar sua terapia e que não viu cistos em um estudo separado com animais.
De acordo com o presidente da empresa, o recrutamento de pacientes deve começar antes mesmo do fim do mês de agosto. Cerca de dez pacientes devem ser inscritos para o experimento, em diferentes locais do país. A partir de agora a terapia se chamará GRNOPC1, os testes devem durar cerca de dois anos, e cada paciente deve ser estudado por um ano, mas podendo se estender quando o tratamento apresentar eficácia.

Segundo a divulgação, a terapêutica vai utilizar células chamadas oligodendrocyte progenitoras. Elas se transformam em oligodendrocytes, tipo de célula que produz mielina, capa que permite aos impulsos se moverem pelos nervos. E se funcionar todo o processo, as células progenitoras vão produzir novos oligodendrocytes na área afetada da espinha do paciente, potencialmente permitindo movimentos novamente.

A ciência acredita que o tratamento com as células-tronco embrionárias permitem o tratamento de muitas doenças, como cura para o diabetes, mal de Parkinson, paralisias e outras enfermidades, por isso essa pesquisa vem para somar ao estado clínico dos pacientes.

O farmacêutico, tutor do Portal Educação, Ronaldo de Jesus Costa, acredita que esse processo de autorização é mais uma etapa vencida para instituir tratamentos com células-tronco. “Controlar a capacidade de replicação de células-tronco não é tarefa fácil, sobretudo células embrionárias. Por isso, o acompanhamento dos pacientes deve ser muito minucioso”, conclui o tutor.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Música Células Tronco.

Navegando por ai na internet, descobri que a criatividade das pessoas não tem limite.
Encontrei uma música sobre as células tronco.
Não posso afirmar que seja uma boa música, mas ela está ai para que vocês mesmos possam conferir.





Células Tronco
Violins

Já faz mais de dez anos que eu perdi a visão

e mais de dez anos
que eu fiquei completamente surdo de um ouvido
e o outro só ouve confusão

De tudo que eu vi
e de tudo que eu ouvi
você sempre foi o ódio perfeito
o ódio vil, o ódio por ter sempre estado bem
quando eu envelheci
e eu nunca te amei


E você ainda está aqui
e zela por mim


Você ainda está aqui
e cuida de mim


Sentado aqui
mas não pra sempre
eu rezo sim pelas células-tronco
que vão me fazer correr por aí


Já faz mais de dez anos que eu senti algum tesão
ao te ver nua e suada sentada sobre mim
e a culpa é minha mas não peço perdão
depois de tudo que eu vi
e tudo que eu ouvi.

Células-tronco: avanços e retrocessos

Enquanto FDA autoriza testes clínicos em células embrionárias, estudo mostrou que células de tecido adulto têm memória


02/08/2010 - Duas novidades chacoalharam o mundo das células-tronco nas duas últimas semanas. Na sexta-feira (30/07), a Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou, pela primeira vez, que células tronco embrionárias fossem injetadas experimentalmente em seres humanos. As células, capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo, são uma esperança de cura para pacientes com doenças atualmente incuráveis.

Mas na semana anterior, o estudo de um outro tipo de células-tronco, as pluripotente induzidas, também avançou – não necessariamente, neste caso, com notícias tão boas.

As células-tronco pluripotentes induzidas, geradas a partir de tecidos adultos, surgiram há cerca de três anos como uma solução para a criação de células-tronco capazes de se diferenciar em qualquer tecido humano que não tivessem questionamentos éticos, como as embrionárias – retiradas de embriões inviáveis, ou seja, que nunca poderiam evoluir e produzir um ser vivo.

Efeito memória

Uma pesquisa publicada pela revista Nature mostrou que a solução pode não ser tão perfeita como parecia a princípio. Cientistas liderados por George Daley, da Universidade de Harvard, descobriram que as células-tronco pluripotentes induzidas preservam a memória de sua vida como célula-adulta – ou seja, elas têm mais facilidade em voltar a se tornar o tecido que eram originalmente.

No artigo Daley e colegas mostraram que uma célula adulta do sangue transformada em célula-tronco pluripotente induzida tem mais facilidade para voltar a se tornar novamente uma célula do sangue do que se fosse óssea. O inverso também acontece: células que originalmente eram de osso que não fazem boas células adultas de sangue – e muito menos de neurônios. (...)

No caso de terapia celulares, uma situação semelhante ocorreria. Não seria possível teoricamente criar um neurônio e utilizá-lo no paciente com Parkinson partindo de uma célula adulta da pele. “A área precisa que alguém desenvolva um método para apagar a memória para que as células-tronco pluripotentes induzidas feitas a partir de uma célula adulta de pele possa fazer todos tipos de tecidos com igual vigor”, afirmou George Daley ao iG. (segue...)
 
Fonte: Ultimo Segundo.

Vaticano reprova vários testes feitos com células-tronco

O Vaticano qualificou neste sábado (31) de "inaceitável" a autorização dada pelos Estados Unidos para a realização de testes clínicos em seres humanos utilizando células-tronco embrionárias.
"Apesar dos esforços feitos para negá-lo, a ciência segue afirmando que o embrião é um ser humano por nascer", disse monsenhor Elio Sgreccia, presidente emérito da Academia Pontifícia para a Vida (instituição da cúria romana), à Rádio Vaticano.
Os embriões são "sacrificados para se extrair as células-tronco e tudo isto, do ponto de vista ético, só pode receber um julgamento negativo".
A empresa americana Geron anunciou na sexta-feira ter recebido autorização da Food and Drug Administration (FDA, agência federal de medicamentos) para realizar os primeiros testes clínicos em seres humanos de uma terapia baseada em células-tronco embrionárias.
A Igreja católica rejeita a utilização de células-tronco retirada de embriões humanos, mas aceita as pesquisas com células obtidas a partir do cordão umbilical, intestino ou retina.
Os pesquisadores utilizam embriões congelados para fins reprodutivos para obter as células-tronco.
Fonte: G1

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bahia fará testes com células-tronco em pessoas paraplégicas

Pesquisadores do CBTC vão realizar os primeiros testes em humanos de um tratamento para recuperação dos movimentos de pacientes paraplégicos.


Nas próximas semanas, a ciência da Bahia dá um passo importante para a consolidação das terapias com células-tronco. Pesquisadores do Centro de Biotecnologia e Terapias Celulares (CBTC) do Hospital São Rafael, em Salvador, vão realizar os primeiros testes em humanos de um tratamento para recuperação dos movimentos de pacientes paraplégicos.

As experiências iniciais realizadas em cães e gatos apresentaram bons resultados. Segundo a pesquisadora Milena Soares, que coordena o trabalho, a terapia foi usada em dez animais que haviam sofrido quedas ou atropelamentos e perdido parte dos movimentos. As células-tronco foram retiradas dos próprios animais, cultivadas durante quatro semanas em laboratório e depois injetadas nos locais lesionados.

“Esses animais tiveram melhora em termos de ganho de movimentação dos membros, função urinária e sensibilidade. Com base nesses resultados, nós tivemos aprovado na Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) um estudo clínico que será iniciado semana que vem em 20 pacientes com paraplegia. Depois eles vão passar por um período de fisioterapia e esperamos que melhorem como os animais”, explica a pesquisadora.

Se tudo correr bem e os resultados forem os esperados, os testes serão ampliados até que o procedimento possa ser adotado como um tratamento médico. A fase inicial da pesquisa vai durar no mínimo dois anos; com base no que for observado, serão feitas novas análises, até a liberação.

“Podemos calcular entre quatro e cinco anos para que o processo seja concluído. Obviamente que, como qualquer terapia, ela vai passar por ajustes e aprimoramentos para que se tenha o melhor efeito terapêutico. Vamos avaliar o número de administrações de células-tronco e a dose que precisa ser aplicada em cada tipo de lesão, para que se tenha o melhor resultado terapêutico possível”, afirma Soares.

Tecnologia

A Bahia é pioneira em pesquisas com células-tronco e o CBTC o melhor centro de estudos desse tipo de tratamento na América Latina. As pesquisas são financiadas, em parceria, pelo próprio Hospital, Governo do Estado, Ministério da Saúde, Fiocruz e CNPQ.

Bahia na fronteira das pesquisas

Um dos destaques do CBTC é a sala de cultivo de células humanas. Inaugurado recentemente, é o primeiro no Brasil a realizar o trabalho de cultivar as células-tronco que serão usadas nas pesquisas com humanos. O centro também ganhou, com apoio da Fapesb, um biotério. O espaço serve para a criação e manipulação das cobaias usadas na fase pré-clínica das pesquisas.

O pesquisador Ricardo Ribeiro, que é o coordenador nacional das pesquisas com células-tronco para tratamento de Doença de Chagas, explica que “o Conep, antes de liberar as experiências com humanos, exige a realização de testes com animais, para mostrar que o procedimento é eficaz e não tem riscos. Para isso nós conseguimos, com o apoio da Fapesb, esse biotério que pode ser usado em ambiente hospitalar”.

Segundo Ribeiro, com a estrutura que tem hoje “a Bahia está na fronteira das pesquisas em terapia celular. Quando pesquisadores do exterior e do Sul do país chegam aqui no CBTC eles tomam um susto, não acreditam que temos um laboratório tão avançado na Bahia. A gente está na frente. O centro foi implantado antes e já fornece até material para os estudos deles. Isso é a Bahia”.

Para o diretor de Inovação da Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia (Fapesb), Elias Ramos de Souza, o apoio a projetos considerados estruturantes na área da ciência e tecnologia é uma prioridade do Governo do Estado. “As pesquisas em terapia celular, que prometem uma aplicação imediata, é um desses projetos que nós apoiamos em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)”.

O que são as células-tronco

As células-tronco são células que têm a capacidade de se multiplicar e de se transformar em outros tipos de células do corpo humano. Nos últimos anos, cientistas de todo o mundo têm aproveitado essa característica e usado as células-tronco no tratamento de diversas doenças.

O procedimento consiste, em resumo, na retirada dessas células da medula óssea, aquela região esponjosa que existe dentro do osso e que é rica em células-tronco. O líquido coletado é separado em seus diversos constituintes, de modo a se obter uma fração concentrada de células-tronco. Elas são então injetadas nos locais lesionados e passam a se multiplicar, transformando-se em células sadias que substituem as doentes.

Fonte: Portal do Beirú - Salvador, 29/07/2010

Autorizada a primeira experiência com células-tronco embrionárias em humanos

A Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, na sigla em inglês) anunciou esta sexta-feira a autorização para o primeiro teste em seres humanos com a utilização de células-tronco embrionárias.
A experiência testará células desenvolvidas pela Geron Corporation e pela Universidade da Califórnia em pacientes com lesões na medula espinhal.


O ensaio foi inicialmente marcado para janeiro do ano passado, mas, antes do início do estudo, a agência adiou os trabalhos por ter descoberto cistos em alguns camundongos que receberam as células. A Geron teve que fazer outro estudo com roedores e desenvolver outras maneiras de checar a pureza das células injetadas.

As células-tronco embrionárias podem assumir o formato de qualquer outra célula do corpo humano. O objetivo da comunidade científica é usar o material no tratamento de um amplo leque de doenças, sempre o usando em substituição a tecidos lesionados.

As células, no entanto, causam controvérsia por sua criação requerer a destruição de embriões humanos, considerados seres vivos pela Igreja.

A Geron ajudou a financiar o isolamento das primeiras células-tronco embrionárias humanas, realizado pela Universidade de Wiscosin no fim dos anos 90. A corporação, portanto, mantém certos direitos de patente no uso dessas células.

Fonte: O Globo

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bancos de células-tronco: cordão umbilical e polpa dentária

A possibilidade de tratarmos no futuro várias patologias com células-tronco (CT) gerou uma nova demanda: o estabelecimento de bancos de células-tronco adultas que podem ser obtidas de várias fontes, tais como cordão umbilical, polpa dentária e tecido adiposo entre outras. Na prática elas precisam ter duas características: ser de fácil obtenção e abundantes. Além disso, uma pergunta fundamental é: para o que servem? Qual é o potencial de células-tronco de diferentes origens de se diferenciar em tipos celulares e tecidos que precisam ser substituídos. É o futuro da medicina regenerativa. Na semana passada, enquanto eu participava de um Congresso em Nápoles, na Itália, a mídia noticiou a criação de um banco pioneiro de células-tronco de polpa dentária na Universidade de São Paulo. Na realidade, trata-se de mais um. Além da nossa equipe do Centro do Genoma da USP, existem vários grupos no Brasil que vem trabalhando com CT de polpa dentária há vários anos.



No Brasil, a primeira cientista a trabalhar com CT de polpa dentária foi a Dra. Irina Kerkis, que na época era nossa colega no Instituto de Biociências da USP e hoje é pesquisadora do Instituto Butantan. A sua primeira publicação científica internacional sobre o assunto data de 2006. Desde aquela época, ou até antes, vários grupos de pesquisadores vinham trabalhando com essas células.



O que temos feito no Centro do Genoma da USP?



Além do potencial futuro de regenerar tecidos, as CT obtidas de pacientes com doenças genéticas, constituem um material precioso para pesquisas. Elas permitem que estudemos como os genes se expressam nos diferentes tecidos, porque afetam um órgão e não o outro, porque pessoas com a mesma mutação podem ter quadros clínicos totalmente diferentes. Alguns são muito afetados e outros não. Se conseguirmos entender o que protege algumas pessoas dos efeitos deletérios de uma mutação abriremos novos caminhos para tratamentos. Estamos pesquisando também o potencial de CT obtidas de diferentes fontes de formar osso, células musculares e neurônios. São todas iguais ou elas guardam a “memória” de onde vieram e são melhores para fazer alguns tecidos e não outros, a depender de sua origem? É o nosso interesse principal, levando em conta as doenças principais com as quais trabalhamos no centro do genoma: doenças neuromusculares (sob a minha responsabilidade) e patologias que requerem reconstrução óssea (sob a responsabilidade da Dra. Maria Rita Passos-Bueno e da Dra. Daniela Franco Bueno).

O Centro do Genoma está crescendo



Em 2008, tivemos dois novos grandes projetos aprovados (financiados pela FINEP, CNPq, Ministério da saúde e FAPESP) para construir um novo instituto ligado ao Centro do genoma. Ele abrigará o Instituto Nacional de Células-Tronco em doenças genéticas (sob a minha coordenação) e o Centro de Terapia Celular (coordenado pela Dra. Maria Rita Passos-Bueno). Será um instituto pioneiro integrando as pesquisas do genoma humano com células-tronco. Como já temos centenas de linhagens de células-tronco armazenadas, esse novo centro permitirá expandir muito a nossa capacidade atual.


Quais são os nossos principais resultados em pesquisas?



Estamos injetando diferentes células em modelos animais: camundongos, ratos e um modelo canino que tem uma distrofia muscular progressiva. São estudos classificados como pré-clínicos. São pesquisas demoradas porque, para termos segurança sobre os resultados, os animais precisam ser seguidos por longo tempo. Mas são fundamentais antes de começarmos os ensaios clínicos. A primeira observação é que as CT se comportam diferentemente quando cultivadas só no laboratório (in vitro) e quando são injetadas. Por isso a importância dos estudos pré-clínicos antes de pensarmos em tratamento. As nossas pesquisas já mostraram que CT de tecido adiposo são eficientes na formação de tecido muscular em modelos animais e que o tecido do cordão umbilical é uma fonte muito melhor de CT do que o sangue do cordão. Por isso continuo afirmando que só vale a pena armazenar o sangue do cordão umbilical em bancos públicos.


E as pesquisas com CT de polpa dentária?



O trabalho liderado pela Dra. Maria Rita e Dra. Daniela mostrou em modelos de ratos que elas são muito eficientes na reconstrução óssea. Por outro lado, elas não parecem tão boas como as do tecido adiposo para formar músculo. Além disso, elas têm se mostrado muito importantes para derivar células neuronais de pacientes com síndromes neurocomportamentais como a síndrome de Angelman e de Prader-Willi (sob a coordenação da Dra. Celia Koiffmann) e ajudar a desvendar os mecanismos responsáveis por essas síndromes.

Quem quer guardar as células-tronco de dentes de leite?



O Genoma tem recebido muitas solicitações de pessoas querendo que guardemos as CT da polpa dentária de seus filhos em um banco. São de crianças que têm familiares com alguma doença genética, ou pessoas que não tem nenhum problema mas que decidiram não congelar o cordão umbilical de seu bebê ao nascimento. Por enquanto, são só para pesquisas. Mas as pessoas ficam felizes quando digo. Se você não congelou o cordão não se preocupe, você pode obter CT dos dentes de leite do seu filho. E são vários. Além disso, você pode tranqüilizar seu filho: só queremos a polpa do dente. Não vamos competir com a fadinha do dente.


Por Mayana Zatz

Células-tronco e veneno de cobra são usados para reconectar neurônios

Por Fábio de Castro



Agência Fapesp


A realização de reparos eficientes em lesões do sistema nervoso é um desafio para a medicina. Compreender o rearranjo dos circuitos neurais provocado por essas lesões pode ser um passo fundamental para otimizar a sobrevivência e a capacidade regenerativa dos neurônios motores e restabelecer os movimentos do paciente.


A partir de investigações sobre esses mecanismos de rearranjo dos circuitos nervosos, um grupo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está desenvolvendo um modelo inovador que associa terapia celular ao reimplante das raízes nervosas.


Para restabelecer a conexão entre o sistema nervoso periférico e o central, os pesquisadores utilizam células-tronco mononucleares de medula óssea e uma “cola” desenvolvida a partir do veneno de serpentes.


O projeto é coordenado por Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira, professor do Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica, e conta com apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.


Participam também do projeto Roberta Barbizan, orientanda de doutorado de Oliveira no Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural da Unicamp, Rui Seabra Ferreira Júnior, professor do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por imagem da Faculdade de Medicina (FMB) da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Botucatu e Antônio de Castro Rodrigues, professor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da USP.


Coordenador do Laboratório de Regeneração Nervosa da Unicamp, Oliveira apresentou na segunda-feira (26/7), durante o 15º Congresso da Sociedade Brasileira de Biologia Celular, em São Paulo, modelos utilizados por sua equipe para investigar os mecanismos de regeneração do sistema nervoso central e periférico.


Este ano, o grupo já publicou artigos sobre o tema nas revistas Neuropathology and Applied Neurobiology, Journal of Comparative Neurology e Journal of Neuroinflammation.


“Após lesão no sistema nervoso – periférico ou central –, ocorre um rearranjo considerável dos circuitos neurais e das sinapses. Entender esse rearranjo é importante para determinar a sobrevivência neural e a capacidade regenerativa posterior”, disse Oliveira à Agência FAPESP.


Para estudar os mecanismos de regeneração, os cientistas utilizam técnicas que unem microscopia eletrônica de transmissão, imuno-histoquímica, hibridação in situ e cultura de células gliais e neurônios medulares.


“Procuramos associar a terapia celular ao reimplante das raízes nervosas. Para isso, temos usado células-tronco mesenquimais e mononucleares no local da lesão ou nas raízes reimplantadas. A ideia não é repor neurônios, mas estimular troficamente essas células e evitar a perda neural, de modo a conseguir otimizar o processo regenerativo”, disse.


O projeto mais recente do grupo envolve o uso de um selante de fibrina – uma proteína envolvida com a coagulação sanguínea –, produzido a partir de uma fração do veneno de jararaca pelo Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu.


“Os axônios dos neurônios motores saem da medula espinhal e entram na raiz nervosa, dirigindo-se aos nervos. O nosso modelo emprega essa ‘cola’ biorreabsorvível para reimplantar as raízes nervosas na superfície da medula, onde o sistema nervoso periférico se conecta ao sistema nervoso central. Associamos essa adesão às células-tronco, que produzem fatores neurotróficos – isto é, moléculas proteicas capazes de induzir o crescimento e a migração de expansões das células neurais”, explicou Oliveira.


Quando as raízes motoras são arrancadas, cerca de 80% dos neurônios motores morrem duas semanas após a lesão. Mas os motoneurônios que sobrevivem têm potencial regenerativo após o reimplante de raízes nervosas.


“Porém, na maioria das vezes, o reimplante das raízes não é suficiente para se obter um retorno da função motora, porque a lesão causa uma perda neuronal grande demais. Por isso, é preciso desenvolver estratégias para diminuir a morte neuronal após a lesão. Achamos que o uso do selante de fibrina pode auxiliar nesse processo”, indicou.


Segundo Oliveira, quando há uma lesão periférica – comum em acidentes de trabalho, por exemplo –, com transecção ou esmagamento de nervos, ocorre uma resposta retrógrada, isto é, uma reorganização sináptica visível na medula espinhal, onde se encontram os neurônios.


“O interessante é que, quando a lesão é periférica, o neurônico sinaliza de alguma forma para a glia – o conjunto de células do sistema nervoso central que dão suporte aos neurônios –, que se torna reativa. Essa reatividade está envolvida no rearranjo sináptico por meio de mecanismos ainda pouco conhecidos. Nosso objetivo é compreender e otimizar esse processo de rearranjo sináptico para, futuramente, criar estratégias capazes de melhorar a qualidade da regeneração neuronal”, afirmou.


Rearranjo sináptico


No laboratório da Unicamp, os cientistas induzem em ratos e camundongos doenças como a encefalomielite autoimune experimental – que é um modelo para estudar a esclerose múltipla. Após a indução de uma forma aguda da doença, os animais apresentam todos os sinais clínicos, tornando-se tetraplégicos de 15 a 17 dias após a indução.


“Por outro lado, eles se recuperam da tetraplegia muito rapidamente, entre 72 e 96 horas. O rearranjo sináptico induzido pela inflamação é tão grande que paralisa completamente a funcionalidade tanto sensitiva como motora, mas de forma transitória”, disse Oliveira.


No entanto, a esclerose múltipla destrói a bainha de mielina, uma substância que isola as terminações dos nervos e garante o funcionamento dos axônios. Segundo Oliveira, porém, essa bainha se recupera em surtos temporários: em alguns momentos há desmielinização; em outros, a resposta imune fica menos ativa, permitindo que a bainha de mielina se recomponha.


“O paradoxal é que, mesmo que a remielinização não tenha se completado, o animal volta a andar normalmente. Nossa hipótese é que o processo autoimune causa lesões cuja repercussão no sistema nervoso central é similar àquela que ocorre após uma injúria axonal. Transitoriamente, os neurônios param de funcionar. Quando a inflamação cede, as sinapses retornam muito rapidamente. No modelo animal, em algumas horas a função é retomada e os sinais clínicos vão desaparecendo”, disse.


Além do modelo da esclerose múltipla, os cientistas trabalham também com um modelo de lesão periférica dos nervos e na superfície da medula espinhal.

“Quanto mais perto da medula ocorre a lesão, mais grave a lesão em termos de morte neuronal. Todas são graves, mas aquela que ocorre perto da medula causa perda neuronal e aí não há perspectiva de recuperação. Mesmo com as vias íntegras, o neurônio que conecta o sistema central com o músculo morre e nunca mais haverá recuperação”, explicou o professor da Unicamp.


“Tanto no animal como no homem, ocorre uma perda grande de neurônios, mas da pequena porcentagem que resta, apenas cerca de 5% consegue se regenerar. No homem, entretanto, há uma demora de mais de dois anos para que se recupere alguma mobilidade. No rato, a mobilidade é recuperada em três ou quatro meses”, disse.


“Uma vez que isso foi descoberto, começou-se a tentar reimplantar as raízes, desenvolvendo estratégias cirúrgicas e tratamentos com drogas que evitem a morte neuronal nesse período em que há desconexão. Essa parece ser a saída mais promissora para evitar a perda neuronal e otimizar a regeneração”, afirmou.


Fonte: BOL

terça-feira, 27 de julho de 2010

Tratamento com células tronco

 Rio Preto possui  o único hospital do estado a realizar esse tipo de tratamento
A medicina do futuro, tratamento com células tronco oferece melhor qualidade de vida para pacientes com doenças graves.

Jovair lutava para viver com os diversos problemas de saúde. Depois de dois anos de tratamento com a terapia celular, ele diz que esta 90% recuperado e a maior conquista é poder fazer tudo que não podia antes.

Ele é um dos pacientes que tem sido atendidos no Instituto de Moléstias Cardiovasculares em Rio Preto, o hospital é o único no estado que realiza esse tipo de tratamento. Os procedimentos da terapia celular começaram a cinco anos e é através das células tronco que alguns doentes em fase terminal estão tendo uma nova chance.

O presidente da Associação Brasileira de Terapia Celular ainda comenta que o avanço já é notado, já são mais de 500 pesquisadores no Brasil, três grandes centros que estão funcionando e mais cinco a serem instalados.
Hoje cerca de 80% dos pacientes que são tratados com a terapia celular tem os sintomas diminuídos e uma melhor qualidade de vida, a medicina que regenera pretende ser também a medicina do futuro na busca da cura para muitas doenças.

Fonte: www.recordriopreto.com.br

Cientistas criam fios vivos, feitos com células-tronco

Fios vivos


Cientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, criaram longos fios formados pela junção sequencial de células-tronco vivas e ativas.

Segundo os pesquisadores, estes fios celulares vivos podem se tornar uma ferramenta importante para tratamentos médicos, como ajudar a reparar o tecido do coração e da medula espinhal, e para o desenvolvimento de músculos artificiais.
As células utilizadas como base de sustentação são peptídeos, que se solidificam quanto entram em contato com água salgada, formando um gel que lembra um macarrão instantâneo, atingindo dimensões macroscópicas, visíveis a olho nu.

Quanto integradas com as células-tronco, as nanofibras podem ser injetadas no corpo com uma seringa. Depositadas em uma área onde o tecido foi danificado, as nanofibras ativam processos biológicos que levam à recuperação do tecido.

Nanofibras

Para construir os filamentos, a equipe de Stupp usou uma solução de peptídeos anfifílicos, conhecidos por sua tendência em se auto-organizarem em feixes de nanofibras, que foi aquecida para gerar um cristal líquido.

A solução foi então forçada através de uma pipeta em água salgada contendo cloreto de sódio (NaCl) ou cloreto de cálcio (CaCl2).

Os filamentos, que não são tóxicos, podem ser enrolados, dobrados ou amarrados, e podem ser fabricados em diversos diâmetros, apenas variando o diâmetro da pipeta.

A seguir, os filamentos foram "preenchidos", ou integrados com células-tronco, que passaram a se desenvolver no interior da estrutura filamentosa, seguindo a orientação do fio.

Fios de vida

Em uma demonstração surpreendente do que a nanotecnologia pode fazer em termos de medicina regenerativa, camundongos de laboratório paralisados por lesões na medula espinhal recuperaram a habilidade de usar suas patas traseiras seis semanas depois de receberem o nanomaterial.
Os nanofios também foram utilizados para cultivar músculos cardíacos in vitro, mostrando-se eletricamente ativos 10 dias depois do implante dos fios celulares.

"Injetando as moléculas que nós projetamos para se auto-organizarem em nanoestruturas no tecido espinhal, conseguimos recuperar rapidamente os neurônios danificados," disse Stupp.

"Os nanofios são a chave não apenas para prevenir a formação de tecido cicatricial prejudicial, que inibe a cura da medula espinhal, mas também para estimular o corpo na regeneração de células perdidas ou danificadas," explica o cientista.

Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br

segunda-feira, 26 de julho de 2010

USP deve fornecer células-tronco de dentes de leite para pesquisadores

O laboratório para obtenção de células-tronco a partir de dentes de leite, em construção na Universidade de São Paulo (USP), deve colaborar para pesquisas sobre o assunto em todo o país. A coordenadora do projeto, Andrea Mantesso, disse que as células obtidas no novo centro, que será inaugurado em 2011, devem ser oferecidas a pesquisadores de outros laboratórios da USP e até de outras universidades.

“A gente está em uma grande universidade pública, onde existe muita pesquisa. Poderemos fornecer material a esses pesquisadores”, afirmou ela, em entrevista à Agência Brasil. “Como essas células virão dos dentes de leite, teremos material em abundância”, explicou.

Mantesso disse também que o novo laboratório deve receber pesquisadores de outras universidades do país e do exterior. A universidade inglesa King’s College, que já é parceira da USP no projeto do laboratório, será uma das instituições que enviará alunos e professores para estudos em São Paulo.“Poderemos trabalhar em colaboração e formar pesquisadores interessados nesta área [células-tronco]”, complementou.

A professora Maria Rita Passos-Bueno, que coordena outro projeto de pesquisas sobre células-tronco na própria USP, acha importante essa integração, mas ressalta, porém, que a medida ainda precisa ser planejada. “Temos que ver como será esta integração”, disse, lembrando que pesquisas sobre células-tronco obtidas em dentes são realizadas na USP pelo menos desde 2005.
Stevens Rehen, coordenador do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que a criação do laboratório deve colaborar para a obtenção de resultados mais significativos na área.

Para ele, o Brasil tem publicado pesquisas importantes sobre células-tronco. Mesmo assim, ainda tem muito a avançar até nivelar-se com países mais desenvolvidos. O novo laboratório pode ajudar a reduzir essa diferença, acredita.

“Se o Brasil quer ter avanços importantes, tem quer ter vários grupos diferentes pesquisando o mesmo assunto”, ressaltou. “A área de células-tronco não é uma ciência exata. Então, qualquer visão diferente sobre o assunto já acrescenta”.

(Fonte: Agência Brasil)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Célula tronco é a pauta do “Re-Vista” desta sexta

No programa “Re-Vista” desta sexta (23), que vai ao ar pela CNT, Dani Tavares entrevista a Dra.Patricia Costa, pesquisadora do Instituto Nacional de Cardiologia do Rio, sobre o uso de células tronco no tratamento de diversas doenças. Atualmente o Brasil é centro de referência em estudos de terapia celular nas doenças do coração.
Durante a entrevista, a Dra.Patricia comentou os resultados promissores das pesquisas já realizadas e principalmente o ótimo prognóstico de um paciente vítima da Doença de Chagas tratado com células retiradas da própria medula.
O objetivo do programa é esclarecer a população sobre o trabalho desenvolvido no Instituto do Coração e estimular o interesse por informações concretas sobre os tratamentos com células tronco e as doenças que estão sendo estudadas.

O “Re-Vista” vai ao ar toda sexta-feira, às 12h30, na CNT.

Fonte: Todo Canal

Cientistas brasileiros inovam em pesquisas com células-tronco

Modificação genética

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, conseguiram um feito inédito na ciência brasileira: a produção de células-tronco de pluripotência induzida (iPS) a partir da modificação genética de células da pele.

A inovação do projeto está no uso de genes distintos daqueles tradicionalmente utilizados pelos grupos de pesquisa que produzem trabalhos semelhantes.

O estudo, realizado pela Dra Virgínia Picanço e Castro, foi publicado na edição online da revista Stem Cells and Development.

A pesquisa coloca o país em posição de destaque no cenário científico internacional na área de células tronco.

"Os resultados desta pesquisa colocam o Brasil numa posição de destaque no cenário científico internacional, mostrando que a ciência que se faz aqui está em pé de igualdade com aquela realizada no exterior", aponta o orientador do trabalho, o professor Dimas Tadeu Covas.


Células-tronco de pluripotência induzida


O objetivo do grupo era transformar células de pessoas adultas em células-tronco de pluripotência induzida (iPS). Essa reprogramação ocorre por meio da introdução de genes nas células adultas.

Vários estudos internacionais já foram realizados usando essa técnica que, tradicionalmente, utiliza quatro genes para a modificação genética: SOX 2, OCT 4, KFL 4 e C-MYC. Uma das características dessa técnica é que, quando as células iPS são introduzidas em animais, elas levam à formação de tumores.

No estudo realizado em Ribeirão Preto, os pesquisadores utilizaram três genes: SOX 2, C-MYC e um outro inédito, o TCL 1-A para reprogramar células adultas de pele humana.

Os cientistas conseguiram transformá-las em células-tronco de pluripotência induzida, mas elas apresentaram a característica de não produzirem tumores.

É a primeira vez que um grupo de pesquisa produz esses resultados usando genes distintos daqueles tradicionalmente usados. Agora, os estudos continuam com a finalidade de entender outras características que essas células apresentam e suas possíveis propriedades terapêuticas.
Células-Tronco e Terapia Celular

"Não temos um número tão grande de pesquisadores quanto o de outros centros de pesquisa no exterior, mas também produzimos trabalhos com resultados muito interessantes", comenta o professor Dimas Tadeu Covas, destacando o papel fundamental que o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular (INCT), sediado em Ribeirão Preto, juntamente com o Centro de Terapia Celular (CTC) da USP na cidade, tiveram para a realização desta pesquisa.

Além do professor Dimas Tadeu Covas e de Virginia Picanço-Castro, participaram do trabalho os pesquisadores Elisa Maria Souza Russo-Carbolante, do INCT; Luiza Junqueira Reis (CTC); Ana Maria Fraga (Instituto de Biociências da USP); Danielle Aparecida Rosa de Magalhães (CTC); Maristela Delgado Orellana (CTC); Rodrigo Alexandre Panepucci, (CTC); e Lygia Veiga Pereira (Instituto de Biociências da USP). O artigo está disponível para consulta neste endereço.
A pesquisa tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudo e Projetos (Finep).

Fonte: Diário da Saúde.

Células-tronco com tecidos dentais

A Faculdade de Odontologia da USP irá desenvolver um laboratório para pesquisa e cultivo de células-tronco com populações dentais diversas, desde dentes de leite até tecidos como o ligamento periodontal, conector do dente aos ossos da boca.
Parceira do King's College de Londres em cinco projetos de pesquisa com células-tronco dentais, a faculdade deverá contar com novo centro em 2011. A especialista e professora de ambas instituições Andrea Mantesso, coordenadora do projeto, afirma que as pesquisas na área avançam a passos largos.
"Já é possível gerar outros tecidos dentais ou mesmo dentes inteiros a partir de células-tronco", explica Andrea, em entrevista ao G1. "Uma população de células-tronco dentais não servem para qualquer aplicação, mas são extremamente promissora para os tecidos que são capazes de formar."
Células-tronco de tecidos dentais possuem aplicação limitada por não serem pluripotentes como aquelas obtidas a partir de embriões e de cordões umbilicais.
Para obter as células-tronco, o tecido de interesse como a polpa ou o ligamento periodontal são removidos e enzimas são aplicadas para separar as células umas das outras. O último passo é afastar as células-tronco das demais que compõem o tecido.
Histórico

O isolamento de células-tronco a partir de tecidos dentais começou em 2000, com trabalho do professor australiano Stan Gronthos. Três anos mais tarde, a mesma equipe identificou a presença de células-tronco também em dentes de leite.
Tecidos como ligamento periodontal e papila apical - tecido presente na formação da raiz do dente - também estão entre as populações dentais pesquisadas posteriormente para obtenção de células-tronco.
No ano de 2004, uma equipe do King's College, chefiada por Paul Sharpe, conseguiu construir um dente no rim de um camundongo, utilizando somente células durante o processo. Material de medula óssea foi empregado neste experimento, tido como um marco na odontologia moderna por mostrar a possibilidade de criar um dente a partir de tecidos não dentais.
Segundo a professora Mantesso, células-tronco dentais em geral já foram empregadas em trabalhos de engenharia tecidual em órgãos não dentais.
"Já se mostraram eficazes na recuperação de isquemia cardíaca e de danos na retina, além da produção de células neurais contra doenças neurológicas e musculares no combate a distrofias", afirma Andrea.

Fonte:g1.com

terça-feira, 20 de julho de 2010

Veneno de abelhas pode tratar depressão, demência e distrofia muscular

Pesquisadores da Universidade de Bristol (Inglaterra) e da Universidade de Liège (Bélgica) descobriram uma proteína do veneno de abelhas que pode servir para o desenvolvimento de medicamentos contra a distrofia muscular, depressão e demência. A proteína foi chamada de apamina, e foi isolada do veneno de abelhas. Esta proteína atua bloqueando um tipo de canal iônico que permite o fluxo rápido e seletivo de íons potássio (K+) através das membranas de nervos. O bloqueio destes canais no cérebro faz com que os nervos se tornem super-excitáveis, promovendo melhoria na aprendizagem, que influencia no tratamento da demência e da depressão. Além disso, os estudos demonstraram que a apamina diminui os sintomas observados em doentes com distrofia muscular miotônica (veja aqui o que é esta doença).

 
Os pesquisadores utilizaram modelagens moleculares e abordagens genéticas para entender como a apamina bloqueia estes canais de potássio. As proteínas atuam como se fossem “fechadoras” destes canais de potássio, mas não diretamente sobre estes, e sim “à distância”, fazendo com que estes canais se fechem. O funcionamento da apamina deverá estimular a busca de derivados sintéticos que possam mimetizar a ação desta proteína, causando efeitos similares, para que eventualmente possam ser desenvolvidos medicamentos para doenças cujos sintomas possam ser diminuídos pela ação destas substâncias.


Fonte: http://divulgarciencia.com/

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Gaúchas recebem células-tronco em hospital na China



Campanha mobilizou Novo Hamburgo para tratamento de meninas com paralisia cerebral

Os primeiros seis meses de 2010 serão de expectativa para a família de Olívia Marques Pierotto Alves, três anos, vítima de paralisia cerebral.

Após submeter-se a oito aplicações de células-tronco na China, em um tratamento de 52 dias, Olivinha e os pais, Marcio Pierotto Alves, 27 anos, e Carolina Marques de Souza Pierotto Alves, 28 anos, desembarcaram na quinta-feira no Aeroporto Internacional Salgado Filho. Os resultados devem ser notados, espera a família, até o meio do ano.

Traquina aos dois anos, Olívia mergulhou em uma piscina sem que parentes percebessem, em 17 de janeiro passado. Os cinco minutos, tempo estimado que a garota permaneceu submersa, foram quase fatais. Após 30 dias em coma, acordou muda e sem o movimento dos braços e das pernas.

– Os médicos não nos deram muita esperança de que ela fosse melhorar algum dia – conta Carolina.

Sem se resignar, a família partiu em busca de alternativas: soube da história de uma menina tratada com células-tronco, na China, após sofrer uma lesão cerebral, e buscou informações. Em sete meses, os pais criaram um site, mobilizaram Novo Hamburgo, onde moram, e conquistaram o apoio da comunidade e do empresariado local. Na campanha, conheceram os pais de Fernanda Rossoni Vargas, oito anos, vítima de lesão semelhante.

– Era mais difícil conseguir para duas, mas não tínhamos como não ajudá-los – diz Carolina.

Eles não apenas conseguiram cerca de US$ 80 mil (R$ 139,232 mil) para tratamento, estadia, passagens e alimentação das duas famílias no Qingdao Chengyang People’s Hospital, em Qingdao, a duas horas de avião de Pequim, como garantiram quase R$ 90 mil para o prosseguimento do tratamento, no Brasil. Na China, Olívia recebeu oito aplicações de células-tronco retiradas de cordão umbilical – quatro endovenosas e quatro na coluna cervical. Pequenos avanços são comemorados como epopeias.

– Os braços dela já estão menos rígidos, ela firma a cabecinha, mexe a boca e tem dificuldades com a claridade, o que não acontecia antes. Os médicos na China disseram que os próximos seis meses são fundamentais – prevê Carolina, que abandou o emprego de enfermeira num hospital para dedicar-se à filha mais nova.

A saga de Olívia pode ser acompanha no site
www.olivinha.com.br