quarta-feira, 29 de julho de 2009

Hungria prende 4 por tratamento ilegal com célula-tronco

Quatro pessoas foram presas sob suspeita de realizarem tratamentos ilegais e não-testados com células-tronco numa clínica privada da Hungria, usando embriões e fetos abortados, disse nota divulgada na noite de terça-feira no site oficial da polícia local.


Os suspeitos -- dois húngaros, um norte-americano e um ucraniano -- foram detidos em 27 de julho quando se preparavam para tratar um novo paciente. A polícia disse que realizou a prisão devido a "suspeitas de uso proibido do corpo humano".


"Há suspeitas bem fundadas de que um cidadão dos EUA, chamado Julliy B., teria realizado tratamentos com células-tronco por dinheiro dentro de um laboratório húngaro de pesquisas com células-tronco e uma clínica privada de propriedade húngara, desde 2007", disse a polícia.


O suspeito ucraniano preparava as dosagens de células-tronco, e os pacientes em geral pagavam cerca de 25 mil dóloares por tratamento, segundo a nota.


(Reporagem de Krisztina Than)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

UFSC estuda células-tronco a partir de placenta e de cordão umbilical

Lixo em muitas maternidades brasileiras, cordões umbilicais e placentas são fundamentais em pesquisas na UFSC. Professores e estudantes do Laboratório de Neurobiologia e Hematologia Celular e Molecular estão buscando avançar o conhecimento no campo de células-tronco a partir da investigação destes materiais. Uma das vantagens é que o uso destes tecidos não acarreta problemas éticos e religiosos, como no caso das células-tronco embrionárias. As células-tronco têm capacidade de se transformar em diferentes tecidos e sobre elas estão depositadas esperanças para melhoria do tratamento do câncer, de doenças cardíacas e neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.

Pesquisas recentes vêm mostrando que o sangue do cordão umbilical e da placenta possui células-tronco. Entretanto, não se sabe ainda como acontece a diferenciação destas "matrizes" em outras células. O laboratório da UFSC, ligado ao Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética, do Centro de Ciências Biológicas, estuda a transformação de dois tipos específicos de células-tronco: as hematopoéticas e as mesenquimais. A equipe usa placenta e cordão umbilical dos partos realizados no Hospital Universitário.

As células-tronco hematopoéticas estão ligadas à geração dos diversos constituintes do sangue. Para tratamento de leucemias, tipo de câncer que compromete o desenvolvimento dos glóbulos brancos, por exemplo, é realizado o transplante de medula óssea, para substituição destas células. Atualmente já é possível utilizar o transplante com células-tronco hematopoéticas obtidas do cordão umbilical, mas estudos mostram uma baixa quantidade neste material para se pensar em sua utilização em um adulto. O maior potencial está na terapia em crianças. Por outro lado, por serem "imaturas" imunologicamente (estão em um estágio muito primário de desenvolvimento), as células-tronco hematopoéticas de cordão umbilical têm mais chances de serem bem aceitas pelo receptor – um dos maiores desafios em transplantes é a rejeição. Diante destes potenciais, a equipe da UFSC trabalha com a possibilidade de aumentar a quantidade de células-tronco no cordão umbilical, em um processo onde se busca sua amplificação in vitro. Neste caso o objetivo futuro é usar as células-tronco hematopoéticas como um medicamento, na chamada terapia celular.

Já as células-tronco mesenquimais são capazes de gerar tecido cardíaco e neural. A partir de sistemas in vitro, a equipe da UFSC estuda sua diferenciação em elementos do sistema nervoso. Em breve a pesquisa deve chegar a uma abordagem pré-clinica, com testes em animais. No caso das células mesenquimais, o grupo está desenvolvendo também experimentos em ovos de aves. Células-tronco de cordão umbilical e de placenta são injetadas nos vasos sanguíneos dos ovos e os pesquisadores observam sua capacidade de reconhecer pontos específicos. "Imagine que você quer tratar uma lesão no córtex, injeta as células-tronco e elas vão se alojar em outro local do cérebro", explica o professor Marcio Alvarez-Silva, coordenador dos estudos, exemplificando a importância desse tipo de avaliação.

Segundo ele, os estudos com células-tronco mesenquimais usando ovos de aves são pioneiros no Brasil e o mapeamento da trajetória envolve questões bastante complexas. "Se a célula reconhece o local para onde deve ir, pode haver uma interação cerebral/molecular", considera o professor. Nessa linha, o grupo trabalha também com o desenvolvimento de traçadores fluorescentes, para acompanhar o deslocamento da célula-tronco e o local em que vai se alojar. Estes estudos são importantes para determinar in vivo quais os possíveis pontos de interação das células em um organismo receptor, possibilitando sua previsibilidade.

Mas, ainda que apresentem potencial considerável para as pesquisas, as células-tronco obtidas a partir do cordão umbilical e da placenta ainda têm comportamento bastante desconhecido e existe o temor de que possam gerar tumores ao invés de reconstituir os tecidos. "Elas precisam ser muito bem caracterizadas dentro de uma visão da biossegurança", alerta o professor, satisfeito com a posição de estar em uma equipe que estuda situações inéditas do campo da medicina regenerativa.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

TRATAMENTO NEUTRALIZA DISTROFIA MUSCULAR

Experiência realizada em ratos Moléculas sintéticas bloqueiam a actividade de gene com defeito, neutralizando o RNA tóxico e permitindo aos doentes o normal relaxamento muscular.
Investigadores norte-americanos descobriram uma forma de bloquear um defeito genético que provoca a forma mais comum de distrofia muscular, segundo um estudo publicado na Science. A investigação, realizada em ratos, permitiu verificar que os animais que receberam um composto que neutraliza a actividade do gene portador daquela anomalia voltaram a usar os músculos afectados pela distrofia miotónica. Os autores recorreram a moléculas sintéticas para bloquear a actividade daquele gene específico, neutralizando o RNA tóxico e permitindo aos doentes o normal relaxamento muscular. Os resultados do estudo são, segundo os investigadores, bastante promissores e abrem novas perspectivas no tratamento da doença no homem

Especialistas chineses desenvolvem ratos com células da pele

Pesquisadores chineses conseguiram desenvolver células-tronco a partir da pele do rato e usá-las para gerar filhotes férteis.

Eles usaram células da pele de pluripotência induzida, ou células iPS - reprogramadas para parecerem e agirem como células-tronco embrionárias. As células-tronco embrionárias, retiradas de embriões com apenas alguns dias, têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula e, nos ratos, podem ser implantadas no útero de uma fêmea para criar filhotes de rato.

A experiência dos cientistas, publicada na Nature, indica que é teoricamente possível clonar alguém usando células comuns do tecido conjuntivo encontradas na pele de uma pessoa, mas os especialistas procuraram se afastar das polêmicas desse tipo.

"Estamos confiantes de que um bem tremendo poderá vir da demonstração da versatilidade das células reprogramadas nos ratos e de que essa pesquisa será usada para compreender as causas de doenças e levar a tratamentos viáveis e à cura de males humanos", disse Fanyi Zeng, do Instituto Xangai de Genética Médica da Shanghai Jiao Tong University.

"Não seria ético tentar usar as células iPS na reprodução humana. É importante para a ciência ter limites éticos", afirmou ela, acrescentando que o estudo "de forma nenhuma indicava um primeiro passo nessa direção".

Nunca ninguém clonou um ser humano e muitas experiências com células-tronco em ratos - mas não todas -- são repetidas em humanos.

Liderada por Qi Zhou no Laboratório de Biologia Reprodutiva State Key da Academia Chinesa de Ciências, a equipe desenvolveu células iPS usando fibroblastos de rato, que são as células encontradas no tecido conjuntivo da pele.

As células-tronco são as células-mestre do corpo, dando origem a todos os tecidos, órgãos e ao sangue. As células-tronco embrionárias são consideradas o tipo mais potente de células-tronco, pois têm o potencial de dar origem a qualquer tipo de tecido.

Mas a sua produção é difícil e requer o uso de um embrião ou de tecnologia de clonagem. Muitas pessoas se opõem ao uso de células-tronco embrionárias humanas e diversos países limitam o financiamento a tais experiências.

A partir das células da pele, os cientistas chineses criaram 37 linhagens de células-tronco e, a partir destas, três nascimentos.

"Uma linhagem é capaz de gerar ratos adequados e o que temos que está vivendo há mais tempo tem nove meses", disse Zeng à Reuters.

"Ele já gerou mais de 100 (ratos) da segunda geração e mais de 100 (ratos) da terceira geração. Isso demonstra como o sistema é fértil e forte."

A experiência chinesa provocou dúvidas e cautela entre outros pesquisadores de células-tronco não associados ao estudo.

"Esses pesquisadores demonstraram, pela primeira vez e de modo inequívoco, que as linhagens de iPS desenvolvidas por eles são verdadeiramente pluripotentes", escreveu Andrew Laslett, líder de grupo de Tecnologia de Célula-Tronco Embrionária Humana no Centro Australiano de Célula-Tronco em Melbourne, na Austrália.

Pluripotente é um termo que significa que as células podem dar origem a todos os tecidos do corpo.

"Entretanto, a estabilidade no longo prazo tanto das linhagens de células iPS e da saúde no longo prazo dos ratos gerados usando esse procedimento ainda têm de ser reportados. Será interessante observar se os ratos gerados dessa forma têm uma propensão maior para a formação de tumores", escreveu Laslett. (Fonte: Estadão Online)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Estudo com Células-tronco permitem reparar lesões do coração

Cientistas conseguiram pela primeira vez reparar lesões no coração causadas por uma crise cardíaca, através da utilização de células-tronco, segundo estudo publicado nesta segunda-feira na revista americana Circulation.


Pesquisas com ratos constituem uma primeira tentativa de utilização de células pluripotentes induzidas (conhecidas como células iPS, na sigla em inglês) para tratar enfermidades cardíacas.


O objetivo deste estudo é garantir, para algum dia, a utilização de células-tronco de um paciente para reparar o próprio coração, em vez de se recorrer a transplantes, uma intervenção de risco e complicada pela escassez de doadores de órgãos e pelos perigos de rejeição a um órgão estranho.


As iPS adultas, que servem para a renovação de tecidos e são capazes de produzir diferentes tipos de células humanas, representam uma alternativa promissora às células-tronco embrionárias por não apresentarem os problemas éticos destas últimas, que exigem a destruição do embrião.


"Poderíamos ser capazes de modificar células adultas e fabricar 'a pedidos' um tratamento regenerativo cardiovascular", assegura o autor dos estudos, Andre Terzic, da Clínica Mayo de Rochester (Minnesota, norte).


O cientista e sua equipe reprogramaram células geneticamente de modo a convertê-las em células-tronco capazes de se desenvolverem no músculo cardíaco.


Em seguida, foram transplantadas para o coração lesionado de ratos; em quatro semanas, a equipe comprovou que as células conseguiram paralisar o aumento de danos estruturais provocados pela crise cardíaca, além de restabelecer a capacidade do músculo cardíaco e regenerar os tecidos danificados.


Cientistas americanos e japonenes conseguiram, em 2007, transformar células da pele humana em células iPS, inaugurando um acesso potencialmente ilimitado à substituição de tecidos e órgãos destruídos. Até agora, não foram autorizadas os testes dessas terapias em humanos.


Fonte: Ultimo Segundo

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Bahia terá centro especializado em células-tronco

Será inaugurado nesta sexta-feira (17/7) o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC), único das regiões Norte e Nordeste do Brasil credenciado pelo Ministério da Saúde para pesquisas com células-tronco. A iniciativa é resultado de um convênio entre o Hospital São Rafael (HSR) e a Fiocruz. O CBTC deverá impulsionar as pesquisas com células-tronco em doenças hepáticas, cardíacas, neurológicas e renais.


O Centro também atuará na produção de células-tronco induzidas, ou seja, células-troncos produzidas a partir de tecido da pele, por exemplo, mas que se comportam como células-tronco embrionárias. O investimento em infraestrutura e equipamentos foi de US$ 10 milhões. Estarão presentes ao evento de inauguração o ministro da Saúde, José Gomes, Temporão, o presidente da Fundação, Paulo Gadelha e o diretor do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz (Fiocruz Bahia), Mitermayer Galvão dos Reis.

Menina brasileira faz tratamentos com células-tronco na China

A menina Clara Pereira, de um ano e nove meses de idade, recebeu uma série de seis injeções com células-tronco como tratamento para a paralisia cerebral que possui desde o nascimento. A família de Clara, uma das primeiras crianças brasileiras com essa condição a se tratar na China, optou pelo tratamento na China após não encontrar terapia semelhante no Brasil.
A paralisia cerebral de Clara foi causada pela falta de oxigenação das células cerebrais durante o nascimento.


Embora tenha uma inteligência normal, ela perdeu boa parte dos seus neurônios responsáveis pela coordenação motora, por isso não caminha, engole ou fala. No caso de Clara, os médicos esperam que as células-tronco criem novos neurônios na área afetada do cérebro, para que a menina possa desenvolver habilidades motoras.



De acordo com o pediatra Carlos Alexandre Ayoub, do Centro de Criogenia Brasil, a cada dia surgem novas técnicas e aplicações para as células-tronco. "As propriedades das células-tronco são importantes também para doenças raras que necessitem de regeneração", afirma.


Contudo, o médico é enfático na necessidade da pesquisa para qualquer uso de células-tronco, antes do início de tratamentos em humanos. "Não concordamos com tratamentos sem base científica e sem comprovação ética de resultados", afirma Ayoub.


Hoje, mais de 300 doenças estão em fase final de testes, com resultados positivos e surpreendentes. No futuro espera-se reconstituir órgãos inteiros com células-tronco, não dependendo mais de transplante. "É por isso que cada vez mais casais buscam coletar e armazenar as células-tronco do cordão umbilical de seus bebês", explica o médico Carlos Ayoub.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Cientistas testam terapias com células-tronco para rejuvenescer o rosto e reconstruir os seios

Experiências vêm mostrando bons resultados


A aplicação de terapia com células-tronco adultas, encontradas em várias partes do corpo, promete transformar a dermatologia e a cirurgia plástica. Médicos e biólogos no Brasil e no exterior têm conseguido em experiências bons resultados na correção de rugas, queimaduras, cicatrizes, calvície e até na reconstrução de órgãos, como mamas e ossos.


Porém, eles afirmam que é cedo para garantir que esses novos tratamentos serão eficazes e seguros, e alertam para os perigos de falsas promessas, como "cremes rejuvenescedores à base de células-tronco" à venda no Brasil. Isso não existe, advertem os especialistas. Há melhora do aspecto da pele, mas a técnica é experimental. As células-tronco adultas podem ser obtidas de tecido adiposo (gordura), geralmente lipoaspirado e descartado.


Já se sabe que células-tronco do cordão umbilical, sob determinadas condições in vitro, podem originar células da pele humana. No I Simpósio Nacional de Terapia Celular e Engenharia Tecidual da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), realizado no início de julho em São Paulo, médicos e cientistas discutiram esse tema e os principais avanços na área. Por exemplo, já existem pesquisas com células-tronco mesenquimais - de distribuição em volta dos vasos e com capacidade ampla de diferenciação - para atenuar o envelhecimento cutâneo. Essas células são preparadas em laboratório e injetadas nas rugas.


– Há melhora do aspecto da pele, mas a técnica é experimental. As células-tronco adultas podem ser obtidas de tecido adiposo (gordura), geralmente lipoaspirado e descartado – diz a médica Neide Kalil Gaspar, professora titular da Universidade Federal Fluminense (UFF).

sábado, 11 de julho de 2009

Papa e Obama discutem ética no capitalismo, aborto e células-tronco

O encontro entre duas das maiores figuras deste início de século, o papa Bento 16 e Barack Obama, foi, como tinha de ser, uma oportunidade para salientar as diversas concordâncias entre ambos, especialmente na vontade de um mundo mais justo e pacífico, deixando de lado outras diferenças importantes em termos de doutrina moral.


Esta não era uma visita qualquer para Obama. A prova é que pela primeira vez desde que se tornou presidente chegou a um encontro na hora exata, nem um minuto depois. Sabia que teria pela frente talvez o único homem que pode lhe fazer sombra hoje quanto à universalidade, influência e número de seguidores.


O papa e o presidente dos EUA conversaram sozinhos durante cerca de meia hora na biblioteca do Vaticano, onde no final uniu-se a eles a primeira-dama americana, Michelle Obama. O papa perguntou a seu convidado sobre os resultados da reunião do G8 (a cúpula dos países mais ricos do mundo), ao que Obama respondeu que foi "muito produtiva". Diante do ruído incessante das câmeras fotográficas, o papa comentou ao presidente que ainda não se acostumou a ser fotografado.


Apesar de protestante, Obama sabe da importância da Igreja Católica, que o subvencionou e ajudou consideravelmente durante sua fase de ativista social em Chicago. Também conhece suas normas de fé, que aprendeu quando menino em uma escola católica na Indonésia.


E agora também conhece o poder de convicção de Bento 16, com quem havia falado antes por telefone, mas ao qual vê pela primeira vez. A agenda da reunião incluía muitos dos temas que Obama tinha tratado pouco antes em L'Aquila: a luta contra a fome, a deterioração do meio ambiente, o perigo da proliferação nuclear e outras ameaças para a paz mundial, especialmente no Oriente Médio.

"Há assuntos nos quais estão de acordo, outros em que discordam e outros em que concordam em continuar trabalhando", explicou o vice-assessor nacional de Segurança da Casa Branca, Denis McDonough.

Se na verdade houve desacordos, ficaram muito bem dissimulados por um ambiente de grande cordialidade. Embora se pudesse crer que o papa, um conservador em matéria de doutrina, se sentisse mais à vontade com George Bush, a verdade é que possivelmente se criou uma relação muito mais cálida e produtiva com Obama, tão famoso dentro dos muros do Vaticano quanto fora.

A mensagem de Obama frequentemente tem um tom de espiritualidade e transcendência que coincide bastante com a dessa instituição. Embora não seja um fanático religioso, na biografia do presidente americano se sente a influência de sua fé, que ele viveu tanto da perspectiva social como pessoal. É um homem que se liga à tradição religiosa de sua sociedade, mas também defende o caráter laico de sua legislação, e que pronunciou discursos memoráveis sobre o fato religioso, incluindo um na Universidade de Notre-Dame, um símbolo do poder católico nos EUA. Para decepção da esquerda de seu partido, Obama não eliminou, por exemplo, as ajudas oficiais que Bush aprovou para organizações religiosas com fins sociais.

Obama também está promovendo alguns dos projetos que melhor cabem na agenda do Vaticano: a paz entre israelenses e palestinos, o desarmamento, a multilateralidade das relações internacionais e, em prazo mais curto, a reforma do sistema financeiro.

Precisamente à humanização do capitalismo se referiu a última encíclica de Bento 16, que na sexta-feira a deu de presente a Obama. Um texto sobre a necessidade, compartilhada pelo presidente, de impor maiores controles à atividade financeira para evitar a ganância e desastres como o que ainda afeta a economia internacional.

Mas há obviamente outros assuntos em que a relação entre esses homens inteligentes e pragmáticos será mais difícil, o que tem a ver com as responsabilidades dos governos nas questões que a Igreja considera de moral pessoal, como o aborto ou a pesquisa com células-tronco embrionárias.

Obama é partidário de proteger legalmente ambos os direitos. O papa, pelo contrário, os considera um atentado à dignidade do ser humano. Mas também nisto fizeram ontem uma aproximação.

"O presidente se refere frequentemente à crença fundamental de que cada pessoa é dotada de dignidade, que a dignidade das pessoas é uma força condutora para cumprir, por exemplo, uma política de desenvolvimento ou uma política externa", comentou McDonough.


Fonte: UOL

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Obama encontra Bento XVI

SÃO PAULO - A Casa Branca espera uma "franca" e construtiva conversa entre o presidente americano, Barack Obama, e o papa Bento XVI nesta sexta-feira, 10, no Vaticano, segundo afirmaram funcionários americanos. Ambos compartilham visões sobre questões como a ajuda aos mais pobres e a paz no Oriente Médio, mas possuem diferenças nas suas posições sobre o aborto e as pesquisas com células tronco.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cientistas criam espermatozoides a partir de células-tronco embrionárias

Pesquisa britânica pode ajudar nos problemas de infertilidade masculina


Cientistas da Universidade de Newcastle e do Instituto de Células-Tronco do Nordeste da Inglaterra produziram espermatozoides a partir de células-tronco embrionárias, que tem capacidade de se transformar em qualquer tecido do organismo humano. Se não fosse por questões éticas e barreiras tecnológicas ainda existentes, poderiam ter criado um embrião que nem chegou a nascer e mesmo assim foi pai.


Na pesquisa, células-tronco de embriões em estágio inicial que eram geneticamente XY (do sexo masculino) receberam substâncias que conduziram seu desenvolvimento até a meiose —a divisão do material genético pela metade, típica das células sexuais — e a transformação em espermatozoides totalmente maduros.


Não foi possível realizar o mesmo feito com células obtidas de embriões XX, pertencentes ao sexo feminino.O resultado da experiência, coordenada por Karim Nayernia, foi publicado na na revista científica Stem Cells and Development.


A equipe ressalta que a ideia não é usar esses espermatozoides para fertilizar ninguém, mas estudá-los como um modelo para entender os atuais problemas de infertilidade masculina e, quem sabe, encontrar uma solução para eles no futuro.


Outra utilidade da pesquisa é ajudar homens que um dia já produziram espermatozoides viáveis, mas perderam essa capacidade por danos como os causados por, exemplo, radioterapia ou quimioterapia durante a luta contra o câncer.


As informações são do site G1.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Brasil ganha laboratório de criopreservação

Com investimentos de US$ 1 milhão, o BCU se expande e chega ao Brasil com foco em gestantes e médicos obstetras


Com a certeza de que a capital paulista é o maior mercado e um grande centro, o diretor médico Alexandre Trevisan, junto com os seus quatro sócios, investiu US$ 1 milhão na implantação do laboratório de criopreservação no país, o BCU. Com a função de armazenar células-tronco do cordão umbilical, o banco já está atendendo todos os estados brasileiros, com escritórios regionais.


"O BCU iniciou no estado de Washington (EUA), invadiu Miami, México, Panamá e agora expandimos para o Brasil. Nossa ideia é que o projeto de expansão continue. No início de 2010 devemos chegar até o Paraguai e Uruguai", comenta o executivo.


De acordo com ele, cada região demanda um valor diferente de investimento, no Rio de Janeiro, por exemplo, o projeto está avaliado em R$ 130 mil. Após consolidar todo o projeto, Trevisan prevê a atualização no laboratório, aumentando a tecnologia para desenvolver outros serviços, como a célula-tronco da gordura. "Estamos trocando experiência com nossa matriz no México e Miami. Algumas coisas já passamos a desenvolver até mesmo primeiro do que eles, por exemplo este caso da gordura", explica.


Com foco principal na gestante e no médico obstetra, a iniciativa de contato parte do BCU. "Contatamos profissional médico e ela nos indica a paciente, mas é claro que por meio da mídia somos procurados por algumas pessoas interessadas", conclui.


Atualmente, as células-tronco já são utilizadas com sucesso no tratamento de mais de 50 tipos de cânceres, deficiências imunológicas e doenças genéticas. No mais, outros 200 tipos de doença estão em processo de pesquisa em todo o mundo.

USP usa células-tronco adultas contra doença que pode causar cegueira

Uma equipe médica ligada à USP de Ribeirão Preto está iniciando um tratamento experimental contra a retinose pigmentar, doença que pode levar seus portadores à cegueira total. Três pacientes já foram tratados e mais dois devem se submeter ao novo protocolo em breve. A ideia é usar células-tronco retiradas da medula óssea dos próprios pacientes para estimular a retina deles a recuperar sua função, ao menos parcialmente.


“Estudos com animais como camundongos e coelhos mostraram que essa recuperação parcial pode acontecer, e é nisso que estamos apostando”, declarou ao G1 o oftalmologista Rubens Siqueira, professor da Faculdade de Medicina de Catanduva (interior paulista) e um dos colaboradores da equipe da USP. Siqueira e seus colegas Rodrigo Jorge e André Messias trabalham junto com Júlio Voltarelli, pesquisador da USP que já conseguiu sucessos expressivos, embora ainda preliminares, no uso de células-tronco para tratar diabetes tipo 1 e esclerose múltipla.


A primeira vantagem de usar células tiradas da medula óssea do próprio paciente para transplante é que, claro, não existe risco de rejeição. A segunda, paradoxalmente, tem a ver com o fato de que essas células-tronco adultas, ao contrário de suas contrapartes embrionárias, muito provavelmente não vão produzir novas células da retina, mas apenas dar uma mãozinha às que já existem.


Menos poder, mais segurança


“Elas não têm todo o poder das embrionárias, mas também não correm o risco de gerar um tumor ou um tecido que não tem nada a ver com o tecido ocular”, diz Siqueira. “São mais fáceis de controlar. Esperamos que elas produzam fatores angiogênicos [que ajudam na formação de vasos sanguíneos] e neurotróficos [ligados ao crescimento dos neurônios e outras células do sistema nervoso]“, afirma ele.


Com isso, as células-tronco da medula funcionariam como uma “equipe de resgate” das células da retina que estão perdendo a função e morrendo por causa da retinose pigmentar. De origem genética, ligada a mutações em mais de cem genes diferentes, a moléstia pode atacar desde crianças a pessoas que passaram dos 50 anos. O paciente vai ficando com a visão cada vez mais limitada, por conta das células receptoras de luz da retina que se desativam ou passam por apoptose ou morte celular programada, uma espécie de autodestruição. “Nossa esperança é atingir a população de células que não está ativa, mas ainda não morreu”, afirma o especialista.


Por causa do número pequeno de pacientes, o teste inicial vai levar em conta apenas a segurança da técnica, e não sua eficácia. Mesmo assim, os pesquisadores vão medir melhoras na capacidade visual dos doentes, que estão na casa dos 20 anos aos 40 anos. Uma maneira objetiva de fazer isso é avaliar o potencial elétrico da retina, indicando se as células nervosas estão respondendo ao estímulo da luz.

Fonte: O Verbo

Novas regras para células-tronco facilitam pesquisa nos EUA

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira novas regras para as pesquisas com células-troco de embriões humanos financiadas por recursos federais. Houve um afrouxamento de algumas exigências éticas, que, segundo cientistas, poderiam custar uma década de trabalho.


As regras, que começam a vigorar na terça-feira, mantêm muitas das atuais restrições às pesquisas. Os fundos federais ainda não podem ser usados para criar células com o uso de embriões humanos, somente para trabalhar com células feitas por outras iniciativas.


Contudo, o Instituto Nacional de Saúde, que divulgou as regras, facilitou algumas das medidas das diretrizes iniciais de março, incluindo o chamado "consentimento informado", exigência que visa assegurar que as pessoas que doam embriões para pesquisa saibam exatamente para que eles serão usados.


"Nós permitimos uma revisão caso a caso", afirmou o diretor temporário do instituto de saúde, Raynard Kington.


Em março, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, suspendeu restrições para pesquisas com células-tronco de embriões humanos que haviam sido determinadas pelo seu antecessor, George W. Bush, e pediu para o instituto elaborar novos padrões.


As ações das empresas que trabalham com células-tronco não variaram muito com a notícia das novas regras, em parte porque as mudanças afetam diretamente pesquisadores acadêmicos, muito dependentes do financiamento federal.


As células-tronco embrionárias têm o poder de gerar todas as células e tecidos do corpo humano e assim, segundo especula-se, transformar a medicina.


Os opositores das pesquisas afirmam que é errado, seja qual for a razão, destruir embriões humanos.


Fonte: UOL

domingo, 5 de julho de 2009

Técnica usa células-tronco para tratar artrose no PR

Uma nova técnica usa células-troco para curar artrose. A doença é uma das que mais causa afastamentos no trabalho e aposentadorias no Brasil. Mais informações em UOL Ciência e Saúde http://cienciaesaude.uol.com.br/

Confiram o vídeo : http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2009/06/25/0402316CC8895346.jhtm?tecnica-usa-celulastronco-para-tratar-artrose-no-pr-0402316CC8895346

Como guardar células-tronco do cordão umbilical? - Bom Dia Brasil

Quando Bruno estava para nascer, há quase cinco anos, Márcia Amaral soube pela médica que poderia guardar as células-tronco do cordão umbilical do filho.

“Conversando com a minha obstetra, comecei a dar uma olhada em alguns panfletos e tomei essa decisão”, conta a mãe de Bruno, Márcia Amaral.

A técnica consiste em coletar o sangue do cordão umbilical no momento em que nasce o bebê. A coleta e o processamento ficam em torno de R$ 4 mil. A manutenção das células congeladas em tanques especiais, pouco menos de R$ 700 ao ano. Para o pai de Bruno, Edson Sudré, a coisa funciona como um seguro de vida.

“Estamos comprando para não usar no futuro, mas se for necessário, gostaríamos de fazer uso dele”, comenta o pai de Bruno, Edson Sudré.

Hoje no Brasil algo em trono de 25 mil pessoas têm as células-tronco do cordão umbilical congeladas e armazenadas em tanques a -196ºC. As células-tronco do cordão umbilical - como as da medula óssea - têm capacidade de se reproduzir e podem se transformar em células de outros tecidos e órgãos.

Hoje são usadas no tratamento de alguns tipos de doenças do sangue como as leucemias e, de forma experimental, para tratar de algumas doenças do coração. O uso futuro por enquanto ainda é uma aposta.

“As células-tronco serão a solução para muitas doenças degenerativas, doenças da velhice, reposição de órgãos, como a gente tem visto recentemente, com extremo sucesso, então, é o futuro”, defende a chefe de pesquisa do laboratório Maria Helena Nicola.

Mas os cientistas divergem quanto à guarda de células-tronco do cordão em bancos particulares e para uso próprio.

“A ciência tem mostrado que congelar o sangue do cordão para o próprio uso não é indicado. Na realidade, é um comércio. Eu acho que tem que tomar muito cuidado para diferenciar muito bem o que é ciência do que é comércio. O que a gente defende é que se façam bancos públicos. Se você tiver de 10 mil amostras para cima em um banco público, ele vai funcionar como um banco de sangue. No momento que alguém precisar, se tiver um número grande de amostras, vai acabar achando uma amostra compatível. Não vai ter aquele desespero que você tem, às vezes como no caso de uma leucemia, que tem que arrumar alguém compatível na família, não acha, então, é extremamente importante que se façam bancos públicos, mas não que se guarde em banco particular”, defende a geneticista Mayana Zatz.

Fonte: Bom Dia Brasil

Cientistas criam técnica para "limpar" células-tronco

Cientistas de Cingapura desenvolveram uma estratégia para "limpar" células-tronco embrionárias, que no futuro podem ser usadas para substituir tecidos e órgãos danificados.

Células-tronco são uma espécie de "manual de instruções" do organismo, pois podem se "diferenciar" (transformar) em qualquer tipo de célula, para posterior transplante.

Mas alguns estudos mostram que células-tronco residuais que não se diferenciam podem posteriormente virar cancerígenas.

Os cientistas de Cingapura relataram em artigo na revista Stem Cells a criação de anticorpos que conseguiram matar essas células-tronco residuais em ratos.

"Embora as células-tronco embrionárias humanas sejam uma fonte muito poderosa para a produção de células diferenciadas, como células cardíacas, o problema é que se pode ter células residuais, e há uma preocupação de segurança porque podem formar uma massa de células tumorais", explicou Andre Choo, do Instituto de Tecnologia do Bioprocessamento, de Cingapura.

"Assim, se você entregar um produto que seja 95 por cento células cardíacas e 5 por cento células-tronco embrionárias, pode haver um problema posteriormente."

Os pesquisadores conseguiram criar os anticorpos em ratos depois de injetar células-tronco embrionárias humanas nos animais.

Os anticorpos foram então colhidos e acrescentados à cultura de células-tronco embrionárias que havia acabado de se diferenciar no laboratório.

"[O anticorpo] eliminou especificamente as células indiferenciadas em 30 minutos, mas deixou as células diferenciadas intocadas," escreveram os pesquisadores.

A mistura foi posteriormente injetada em um grupo de ratos, enquanto outro grupo recebeu as células-tronco não-tratadas.


Após 6 a 8 semanas, os pesquisadores detectaram tumores no segundo grupo de ratos. Já o primeiro grupo continuava livre do câncer 20 semanas depois.

"Fizemos anticorpos que podem matar [as células-tronco não-diferenciadas]. Ele age como uma limpeza para a remoção de qualquer dessas células ruins ou potencialmente problemáticas", disse Choo.


Fonte: Vitrine Digital

Células tronco viram arte em exposição.

Células-tronco viram tema de exposição na cidade espanhola de Barcelona.
Mais de 50 fotografias, resultados de trabalhos de laboratório de vários processos celulares ganham status de arte.

http://tvig.ig.com.br/132795/celulas-tronco-viram-arte-em-exposicao.htm

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Cosméticos com células–tronco da maçã ajudam a proteger pele

No 4º Congresso Internacional de Farmácia & Cosméticos, que acontece nos dias 08 e 11 de julho, em São Paulo, produtos à base de células–tronco da maçã, com alto poder antienvelhecimento deverão estar voga.

A criação é da empresa suíça Mibelle Biochemistry, marca que desenvolveu uma nova tecnologia capaz de promover o cultivo de células de espécies raras, como as células-tronco obtidas de uma maçã suíça rara que possui um potente ativo rejuvenescedor. O lançamento foi considerado o mais inovador na área de cosméticos, segundo o prêmio “Innovation Prize 2008”, realizado em Amsterdam.

De acordo com Maurício Pupo, professor de Cosmetologia e consultor em desenvolvimento cosmético, essa espécie de maçã, chamada Uttwiler Spätlauber, é rica em fitonutrientes, substâncias encontradas naturalmente nas plantas que fazem bem para a saúde.

Especial pele Especial Alimentos funcionais

“Ela contém um ativo que combate o envelhecimento a partir do uso de células-troncos de origem vegetal, capazes de proteger e estimula as células da nossa pele e prevenir o envelhecimento cutâneo crônico”, afirma. “É ideal para ser incorporado em produtos para rejuvenescimento facial e corporal e formulações inovadoras para proteger contra os raios ultravioletas, rugas, pés de galinha, entre outros”, diz Maurício.

Segundo o especialista, empresas de cosméticos de todo mundo já deram início a produção de produtos com peptídeos e enzimas especializadas ou células-tronco derivadas de plantas, sobretudo, de frutas que, quando aplicadas topicamente, ajudam a proteger as células-tronco da pele humana contra os danos e a deterioração, além de estimulá-las.

“De fato, existe um trabalho crescente na busca de produtos para os cuidados com a pele que criam proteínas, carboidratos e lipídios a fim de reparar linhas finas, rugas, restaurar e manter a firmeza e elasticidade cutânea. Agora, os consumidores brasileiros de cosméticos poderão ter acesso a essa mais nova inovação do setor”, comenta o consultor em desenvolvimento de cosmético.

Fonte: Abril.com