quarta-feira, 24 de junho de 2009

Célula-tronco reduz mortalidade em vítima de infarto

O transplante de células-tronco após infarto melhora a função cardíaca e diminui a mortalidade a longo prazo, mostra o primeiro estudo desse tipo a acompanhar os pacientes por um período extenso.O trabalho, publicado na última edição do "Journal of the American College of Cardiology", foi conduzido por um grupo pioneiro de pesquisadores da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha.


Os cientistas acompanharam 124 pacientes durante cinco anos. Todos haviam sofrido um infarto e tinham sido submetidos a angioplastia (implantação de stents para desobstruir vasos). Os voluntários puderam escolher se queriam ou não receber também um transplante de células da medula óssea.


Metade dos pacientes não quiseram passar pelo tratamento e foram considerados o grupo controle.O transplante, feito com células do próprio paciente, foi realizado sete dias após o infarto, em média.


Os resultados após cinco anos mostram que a função cardíaca melhorou de 51,6% para 56,9% nos que receberam as células. Nos demais pacientes, ao contrário, a função caiu para 46,9%. No grupo transplantado, houve apenas uma morte, contra sete entre os demais pacientes.Segundo os pesquisadores, também foi possível notar que a melhora na qualidade de vida dos voluntários que receberam as células se manteve durante os cinco anos do estudo.Marco na pesquisa"Sem dúvida é um marco", diz o cardiologista Luis Henrique Gowdak, coordenador clínico dos estudos de terapia celular do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do InCor (Instituto do Coração).


"Os resultados permitem dizer que essa terapia é promissora, embora não sejam dados definitivos", ressalva ele."Até agora, não tínhamos dados desse tipo", diz José Eduardo Krieger, diretor do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do InCor.


As pesquisas com células-tronco em pacientes infartados vêm sendo feitas há quase uma década e somam quase mil pacientes.


Mas esse estudo alemão tem o mérito de mostrar eficiência e segurança ao longo do tempo, já que o artigo não relata nenhum efeito adverso.Outros estudos tinham testado -sem sucesso- o transplante dois ou três dias após o infarto ou duas semanas depois. Como as células-tronco sofrem influência das demais, acredita-se que, nos primeiros dias, substâncias inflamatórias presentes no infarto comprometam os resultados.


Depois de duas semanas, haveria excesso de substâncias envolvidas na cicatrização.O que os especialistas ainda não sabem é como as células-tronco agem para promover os benefícios encontrados.


Não é possível afirmar que houve regeneração do músculo cardíaco. "Dificilmente elas se transformam em células cardíacas", diz o cardiologista Marcelo Sampaio, chefe do Laboratório do Biologia Molecular do Instituto Dante Pazzanese.Modificações no coraçãoMas, mesmo sem formar miocárdio (músculo cardíaco), elas devem promover modificações no coração capazes de melhorar sua função. Uma das suspeitas é que elas consigam impedir que mais células do coração morram, atuando numa região chamada de zona de penumbra.



Essa é uma área afetada pelo infarto, com células que estão em sofrimento, mas que ainda não morreram. "É possível que as células-tronco formem microvasos lá", acredita Marcelo Sampaio.Os voluntários tinham, em média, 51 anos e 90% deles eram homens. Apenas 6% eram diabéticos. "Não sabemos se o benefício encontrado vale para uma mulher diabética de 70 anos", exemplifica Gowdak. "É o melhor resultado que temos até agora, mas ainda há muitas caixas-pretas a serem resolvidas", diz Krieger.




Fonte: UOL

Descoberta de pesquisadores brasileiros pode acelerar estudos com células-tronco

Uma cientista brasileira realizou uma descoberta que vai acelerar as pesquisas com células-tronco, aquelas que podem se transformar em qualquer tecido humano.



A descoberta, que ocorreu por acaso, teve início quando cientistas da USP usavam células do aparelho reprodutivo feminino em pesquisas. — A gente viu que elas se dividiam muito rapidamente e, com outros, estudos a gente percebeu que elas tinham um perfil que a gente chama de perfil de células tronco adultas — disse Tatiana Jazedje, pesquisadora da USP. —



Todas tinham o que a gente chama de perfil, uma carinha de célula tronco, e aí vi que em todas as linhagens que testei essas células se diferenciaram em músculo, osso, cartilagem e gordura — explicou.


Os testes confirmaram. O que era lixo hospitalar, ou servia no máximo como apoio para as pesquisas, é o que deve ser estudado daqui para frente.


No laboratório do Centro de Genoma Humano da USP, as células-tronco das trompas agora são a nova atração. — Elas crescem aderidas nas garrafas, então elas têm esse formato. Há algumas redondinhas.


São as células que estão se dividindo — disse. Todas se reproduziram com 100% de aproveitamento, muito mais do que ocorre com as células-tronco embrionárias.


Outro ponto a favor da descoberta é que, ao contrário das células-tronco embrionárias, o uso das células das trompas não gera discussões, nem problemas éticos.


Para os cientistas, só isso já facilita e muito as próximas pesquisas.



Fonte: Zero Hora

Brasileiros conseguem obter células-tronco a partir de trompas de Falópio

Pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP e de mais duas instituições de São Paulo conseguiram obter células-tronco adultas a partir das trompas de Falópio, ou tubas uterinas - o canal que conduz os óvulos para o útero após a fecundação. O estudo aponta mais uma possível fonte para essas células, que já apresentaram resultados animadores no tratamento experimental de uma série de doenças no Brasil.



Os pesquisadores explicam a lógica de tentar achar células-tronco (capazes de assumir a função de vários tecidos e, portanto, com potencial para regenerar órgãos) nos restos dessas operações. Assim como o útero, as trompas de Falópio passam por mudanças constantes, ligadas ao ciclo reprodutivo das mulheres, de forma a manter a viabilidade dos óvulos e dos espermatozoides e facilitar o surgimento de um novo bebê.



Isso exige uma regeneração constante das células no local, o que poderia indicar a presença de células-tronco, cuja principal característica é justamente a capacidade de se autorrenovar, junto com a habilidade de se transformar em outros tipos celulares.



Na mosca


A extração e purificação de células das amostras revelaram que essa dica estava absolutamente correta. De fato, as trompas abrigam uma população das chamadas células-tronco adultas mesenquimais, obtidas antes em regiões do corpo como a medula óssea, o cordão umbilical, a polpa dentária e outros.



Pelo que se sabe até agora, tais células não são tão potentes quanto as células-tronco embrionárias, as quais podem se transformar em quase qualquer tecido. Mas, mesmo com sua atuação mais limitada, elas podem ser bastante úteis. A equipe da USP conseguiu "transformar" as células-tronco adultas mesenquimais das trompas em células de osso, músculo, cartilagem e gordura.



Os pesquisadores argumentam que as células-tronco das trompas podem ser mais uma fonte alternativa para a terapia celular, transformando-as em ferramentas para reconstruir ossos, músculos e cartilagens com lesões, por exemplo.


Fonte: Gazeta do Povo