quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Brasil terá oito novos laboratórios para pesquisas com células-tronco

Apesar de o país ter anunciado alguns avanços importantes nas pesquisas com células-tronco, a maioria dos laboratórios dos principais centros de pesquisa brasileiros ainda não possui estrutura adequada para esse tipo de estudo. Para melhorá-los, o governo está financiando a construção de oito centros com laboratórios, que devem ficar prontos até 2011.

Segundo a pesquisadora-chefe do Centro de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Eliana Abdelhay, as células pluripotentes (que têm a capacidade de se transformar em qualquer tecido do organismo) obtidas pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Inca no início do ano foram produzidas em laboratórios de nível de segurança intermediário. Para ela, deveriam ter sido feitas em salas vedadas e com normas mais rígidas de segurança - em um nível considerado avançado - para evitar contaminação das células em cultura .

"Como especialista da área de segurança humana da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança não posso dizer que os laboratórios estavam adequados", disse ela. No entanto, nenhum acidente foi registrado e as pesquisas têm avançado apesar dessas deficiências.

O pesquisador da Divisão de Pesquisa Experimental do Inca, Martin Bonamino, concordou que os laboratórios não eram os ideais, mas ressaltou que o governo vem investindo na estruturação de uma Rede Nacional de Terapia Celular, que recebe financiamentos dos ministérios da Saúde (MS) e Ciência e Tecnologia (MCT), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq).


Ainda neste ano devem ficar prontos no Inca dois novos laboratórios para terapia celular e gênica - que envolve manipulação e modificação de genes -, já adequados às Boas Práticas de Fabricação (BPF). A terapia celular é uma das áreas prioritárias para o governo, segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. No ano passado, a Finep selecionou oito grupos de pesquisa, que receberão R$ 13 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 10,6 milhões da Saúde e do MCT.

Fonte: UOL

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Encontro internacional sobre células-tronco

O Encontro Internacional sobre Células-Tronco reunirá pesquisadores do Brasil e do exterior para debater o estágio atual e as perspectivas das pesquisas na área.
O encontro é organizado por pesquisadores do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, do Instituto para Pesquisa em Células-Tronco da Universidade de Edinburgh, na Escócia, e do Centro de Pesquisa em Células-Tronco Wellcome Trust, na Inglaterra.
As inscrições para o evento são gratuitas. No painel “Células-tronco: Ficção, realidade e ética” participam Mayana Zatz, pró-reitora de Pesquisa da USP, Austin Smith, da Universidade de Cambridge, e Robin Lowell-Badge, do Instituto Nacional de Pesquisa Médica, do Reino Unido.


Data: del 11/02/2009 a 18/02/2009
Local: Centro Brasileiro Britânico ( Rua Ferreira Araújo, 741 - Pinheiros - São Paulo/SP )


Telefone: 11- 2126 7500
E-mail: rsvp.sp@britishcouncil.org.br
URL: http://www.incor.usp.br

Menino tratado com células-tronco desenvolve tumores

Um menino que recebeu um tratamento à base de células-tronco fetais para uma rara doença genética desenvolveu tumores, despertando dúvidas sobre a segurança do tratamento. O garoto, que hoje está com 17 anos, recebeu o tratamento pioneiro em 2001, em um hospital em Moscou.

Ele sofria de ataxia-telangiectasia - uma doença genética que ataca a região do cérebro que controla movimento e fala - e recebeu injeções de células-tronco fetais no cérebro e no fluido da espinha dorsal.

Quatro anos depois ele passou a se queixar de dores de cabeça e médicos do Centro Médico Sheba, em Tel Aviv, Israel, encontraram dois tumores benignos nos mesmos lugares onde haviam sido ministradas as injeções com células-tronco.

O tumor removido da espinha continha células que não poderiam ter surgido dos tecidos do próprio paciente e, segundo um artigo escrito pelos médicos Ninette Amariglio e Gideon Rechavi, do Centro Médico Sheba, na revista PLoS Medicine, ele teria crescido a partir das células-tronco recebidas no tratamento.

Estudos realizados em ratos de laboratório deram conta do surgimento de tumores depois de injeções de células-tronco. Demonstrou-se que o risco destes tumores pode ser reduzido se as células, que têm a característica de se transformar em outras, se diferenciarem antes de injetadas.

Este, contudo, foi o primeiro exemplo documentado da ocorrência de tumores em um ser humano submetido a uma terapia com células-tronco fetais.

Os autores do artigo levantam a hipótese de que a própria doença do paciente pode ter permitido o surgimento dos tumores porque pacientes com ataxia-telangiectasia costumam ter um sistema imunológico debilitado.

Os autores do artigo dizem que embora o caso aponte para a necessidade de cautela na aplicação de terapia genética, "isso não implica que a pesquisa para tratamentos com células-tronco deva ser abandonada".

Amariglio e Rechavi recomendam que são necessários mais estudos para verificar a segurança desse tipo de terapia.


Fonte: BBC

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Papa Bento 16 é doador de órgãos; "confissão" foi feita há dez anos‏

O papa Bento 16 --que reprova a fecundação in vitro, condena o uso de células-tronco embrionárias e é contrário ao uso de contraceptivos como a camisinha-- não vê problemas na doação de órgãos. O líder máximo da Igreja Católica é inscrito há mais de uma década em uma associação de doadores de órgãos. Ele falou pela primeira vez sobre o tema publicamente há exatos dez anos, no dia 3 de fevereiro de 1999, quando ainda era cardeal e ocupava a posição de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (que, vale dizer, é o atual nome do Santo Ofício da Inquisição). As informações estão na biografia "Bento XVI - O Guardião da Fé" (Record), que relata a trajetória de Joseph Ratzinger desde sua juventude na Alemanha até a sua eleição como líder máximo da Igreja Católica. Leia abaixo três breves trechos do livro que relatam episódios vividos pelo atual papa quando ocupava a posição de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O primeiro trecho relata evento de 1987, quando o cardeal Joseph Ratzinger publica a A Instrução Donum Vitae, documento que traz a posição oficial do Vaticano sobre as pesquisas com embriões. O segundo episódio, de 1988, mostra Ratzinger posicionando-se contrariamente a uma proposta de bispos americanos para aprovar o uso de contraceptivos. O terceiro episódio, de 1999, relata a "confissão" pública de Ratzinger sobre sua inscrição na associação de doadores de órgãos. Saiba mais sobre o livro. * Em 1987, o ex-Santo Ofício de Ratzinger se ocupa com novos temas, como a bioética e a ameaça à vida que nascem mais do progresso do que da concepção cristã. É um campo ao qual o cardeal está muito ligado. A Instrução Donum Vitae, que intervém num debate que permanecerá atualíssimo e continua ainda hoje a provocar discussões, apresenta-se sob a forma de perguntas e respostas. Nesta se lê que o embrião, como "ser humano", "deve ser respeitado --como uma pessoa-- desde o primeiro instante da sua existência". Deste modo é afirmado que "a pesquisa médica deve se abster de intervenções nos embriões vivos, a menos que haja a certeza moral de não provocar dano nem à vida nem à integridade do nascituro e da mãe". "Nenhuma finalidade, ainda que nobre em si mesma, como a previsão de utilidade para a ciência, para outros seres humanos ou para a sociedade, pode, de modo algum, justificar a experimentação em embriões ou fetos humanos vivos." A "fecundação artificial heteróloga" (aquela que utiliza gametas de pelo menos um doador que não seja um dos esposos), é definida como "contrária à unidade do matrimônio, à dignidade dos esposos" e "inaceitável". É também negativo, embora mais brando, o julgamento sobre a "fecundação artificial homóloga". No último parágrafo do documento se encontra uma crítica aberta à legislação civil de numerosos países, "que hoje conferem aos olhos de muitos uma legitimação indevida de certas práticas". Sobre esses argumentos, seguidamente, fará intervenções mais vezes, também com uma encíclica, o próprio João Paulo II. * Os bispos nos Estados Unidos e o preservativo Reprodução Na passagem de 1987 para 1988, houve uma troca de cartas entre a Congregação para a Doutrina da Fé e a Conferência Episcopal dos Estados Unidos. Na origem do esclarecimento está um documento pastoral sobre a Aids, escrito pelos bispos americanos. Redigido em novembro e aprovado por unanimidade, o documento foi minuciosamente analisado pela Santa Sé. No início de junho de 1988, Ratzinger havia escrito algumas observações, criticando, em seu nome e em nome do papa, o fato de que o documento reconhecia a possibilidade de permissão do uso de preservativos como meio de combate à Aids. Segundo o cardeal, esta menção podia dar a impressão de que a Igreja --contrária ao uso de contraceptivos artificiais-- houvesse modificado a sua posição, não obstante o cuidado com que essa possibilidade era colocada no texto dos bispos americanos, que explicavam a doutrina tradicional da Igreja. Os prelados dos Estados Unidos decidiram escrever novamente o documento, embora mantendo, explica o cardeal Joseph Bernardin, arcebispo de Chicago, substancialmente inalterada a primeira abordagem relativa ao confronto com a Aids. * Doador de órgãos Em 3 de fevereiro de 1999, Ratzinger "confessou" publicamente, pela primeira vez, que estava inscrito em uma associação de doadores de órgãos: "Pôr à disposição, espontaneamente, partes do próprio corpo para ajudar quem tenha necessidade é um gesto de grande amor", explicou. "É lícito aderir, espontaneamente, e em plena consciência, à cultura dos transplantes e das doações de órgãos. De minha parte, posso dizer somente que já faz anos que eu me pus inteiramente em disponibilidade para doar, em face de uma eventualidade, os meus órgãos para quem se encontre em necessidade. Estou inscrito, faz anos, na associação, e trago sempre comigo este documento, no qual, além dos meus dados pessoais, está escrito que eu estou disponível, no caso de uma eventualidade, para oferecer os meus órgãos ajudando alguém que tenha necessidade: é um ato de amor, um ato de afeto gratuito, de disponibilidade."

Instituições em SP estudam células-tronco para tratar coração e rins

o tratorista Ezequiel recebeu na terça-feira uma infusão de suas próprias células-tronco por meio de um cateter preparado para chegar ao coração pela artéria coronária, no Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC) de São José do Rio Preto (SP). Ele sofre de uma forma avançada de doença, "uma coisa que faz o coração ficar mole", como ele define o mal de Chagas.

As células-tronco aplicadas podem melhorar o quadro ruim de sua saúde.

O procedimento está incorporado à rotina da entidade privada desde abril de 2005. A instituição mantém pesquisa científica na área de células-tronco com recursos próprios e em parceria com o Ministério da Saúde. O IMC trata de 112 pacientes, um número alto de homens e mulheres, todos portadores de miocardiopatias - moléstias que provocam a dilatação do coração ou, ainda, as isquemias.

Os casos estão separados em dois grupos. Um, de 24 pacientes, incluídos no programa oficial do governo, de acordo com o protocolo que fixa as condições de triagem, entre as quais a constatação de que todos os recursos terapêuticos foram esgotados, só restando a opção experimental das células-tronco. E outro, de 88 doentes, "selecionados e assumidos pelo IMC entre cerca de mil casos", segundo o médico Oswaldo Grecco, diretor da instituição e responsável pelas atividades de terapia celular. "O sujeito chega aqui e pede o tratamento. Está no limite das normas do ministério e já tentou de tudo. Atendemos."
O processo, segundo Grecco, é linear: as células-tronco infundidas "aderem ao tecido do coração comprometido e gradativamente promovem a recuperação". A demonstração é evidente nas imagens de corpo inteiro, obtidas por cintilografia, pouco após a aplicação. Para o cirurgião Balthazar Jacob, "é possível ver o fluxo de células-tronco aderindo ao tecido, embora o restante do material seja captado depois pelo fígado e pelo baço". O especialista considera que as células-tronco mononucleares "são atraídas pelas zonas inflamadas".

Rim do rato

Perto do IMC, outra organização privada, a Braile Biomédica, realiza operada em conjunto com a Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), uma pesquisa com cinco ratinhos de laboratório. Dois dos animais, nos quais foi provocada insuficiência renal e nos quais foram realizados transplantes de células-tronco colhidas da medula óssea, "surgiu um tecido com características de rim primitivo - resta saber se ele crescerá como tal e se será funcional", sustenta o urologista Mário Abbud Filho, diretor do Departamento de Nefrologia e chefe do Serviço de Transplantes Renais da Famerp.

Na fase seguinte, o time da bióloga Ana Paula Oliveira terá pela frente um ciclo de três meses - termina em abril - para definir o momento em que o tecido que, afirma, "tem aspecto sugestivo de um rim", começa a se formar. A melhor aposta é a que indica um espaço entre 45 dias e três meses.

Coleta de células-tronco aumenta 52% no Espírito Santo

O número de coletas de células-tronco no Espírito Santo cresceu 52% em 2008, em comparação com o ano anterior. Os registros são do Criobanco, único banco de células-tronco do Estado, que, no ano passado, realizou em torno de 20 coletas de sangue de cordão umbilical por mês. Para o banco, as novas e recentes notícias sobre os avanços das pesquisas com células-tronco, que já mostram resultados animadores, têm impactado a decisão de casais em preservar o sangue do cordão umbilical.

As células-tronco são capazes de se multiplicar e se diferenciar em diversos tecidos, podendo ser encontradas em todo o corpo humano. No entanto, as fontes mais utilizadas, principalmente para transplante de medula óssea, são as da medula óssea e do sangue do cordão umbilical, em virtude da grande disponibilidade.

O material é considerado uma aposta científica futura para o tratamento de doenças como leucemias, linfomas, mielomas, deficiências imunológicas, anemias, doenças do metabolismo, entre outras que possam ser tratadas através de transplante de medula. Estudos indicam, ainda, que para o futuro elas poderão possibilitar a cura de diabetes tipo 1, esclerose múltipla, lesões raquimedulares, cerebrais, ósseas e articulares e doenças cardíacas (como insuficiências, infarto e de Chagas).

Saiba mais:

Quais as fontes de células-tronco? Capazes de se multiplicar e se diferenciar em diversos tecidos, as células-tronco são encontradas em todo o corpo humano. No entanto, as fontes mais utilizadas, em virtude da grande disponibilidade, são as da medula óssea e do sangue do cordão umbilical.

Qual a diferença entre célula-tronco embrionária e adulta? As embrionárias têm maior capacidade de diferenciação. No entanto, como as pesquisas com esse tipo de célula foram autorizadas há pouco tempo, a medicina correu em uma via paralela de estudo, descobrindo cada vez mais as diversas possibilidades trazidas pelas do cordão umbilical e da medula, as chamadas células-tronco adultas, que também estão presentes em todos os outros órgãos do corpo humano.

Quais as vantagens das células-tronco retiradas do sangue do cordão umbilical e da medula? As células-tronco do cordão umbilical apresentam menor chance de rejeição após o transplante, a disponibilidade é imediata, eliminando-se talvez a necessidade de busca por um doador compatível; e, armazenadas, permanecem jovens, possuindo um potencial regenerativo superior ao das células da medula. Em contrapartida, as células provenientes da medula possuem um período de "pega" menor, ou seja, o paciente transplantado retoma sua defesa imunológica mais rapidamente.

Quais doenças podem ser tratadas com a célula-tronco do sangue do cordão? Leucemias, linfomas, mieloma, deficiências imunológicas, anemias, doenças do metabolismo, osteoporose, entre outras que possam ser tratadas através de transplante de medula. Estudos indicam, para o futuro, a possibilidade de cura de diabetes tipo 1, esclerose múltipla, lesões raquimedulares, cerebrais, ósseas e articulares, doenças cardíacas (como insuficiências, infarte e de Chagas), etc.

Quanto custa? O serviço de coleta e processamento das células-tronco de cordão umbilical custa em média R$ 4 mil. Para a manutenção do material criopreservado há uma taxa aproximada de anuidade de R$ 600,00, o equivalente a R$ 50,00 por mês. O valor tende a diminuir à medida que aumentar o número de usuários e que os insumos utilizados no processo de criopreservação forem sendo produzidos no Brasil, ao invés de importados.

Como é realizada a coleta? Durante a gestação uma enfermeira acompanha a mãe até o momento do parto, que pode ser realizado em qualquer maternidade, e conduz a coleta do sangue e seu encaminhamento ao banco para processamento e armazenamento. Uma vez congelado o sangue fica em tanque de nitrogênio líquido a temperaturas baixíssimas (cerca de -196ºC)

Ovócitos animais não funcionam como fontes de células-tronco embrionárias ...‏

Um estudo americano, publicado nesta segunda-feira, revela que embriões de vacas, coelhos e outros animais não são uma boa fonte de células-tronco embrionárias, utilizadas experimentalmente por pesquisadores para recuperar tecidos e órgãos danificados, além de reverter doenças degenerativas.

No mesmo trabalho, porém, seus autores indicam ter conseguido um avanço significativo na pesquisa de clonagem de embriões humanos, que poderia servir para o desenvolvimento de tratamentos específicos para cada paciente.

"Este estudo mostra, pela primeira vez, que a clonagem realmente funciona, e que o DNA é reprogramado", afirma Robert Lanza, pesquisador chefe do Advanced Cell Technology e um dos autores do trabalho.

Lanza e sua equipe conseguiram substituir o núcleo de vários embriões, desenvolvendo os clones até a fase de mórula, quando este já possui entre oito e 16 células.

Nos embriões humanos, eles conseguiram provar que o DNA foi reprogramado, porque os mesmos genes foram ativados, como num embrião normal.

Mas algo deu errado com os embriões de coelhos, ratos e vacas, que tiveram seus núcleos substituídos por núcleos humanos.

"Teríamos lindos embriõezinhos, mas não funcionou: ao invés de 'ligar' os genes certos, os embriões animais os desligavam", explicou Lanza à AFP.

Os pesquisadores esperavam que os embriões animais clonados pudessem ser utilizados para desenvolver células tronco embrionárias, que são células primitivas, altamente versáteis, capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo.

O sonho dos cientistas é estimular essas células, fazendo com que elas se tornem corações, fígados, olhos, cérebros, nervos, pele e outros tecidos e órgãos afetados por doenças, acidentes ou má-formação.

Para que isso dê certo, pesquisadores descobriram duas maneiras de evitar o risco de rejeição de um órgão ou tecido criado a partir de células tronco.

O método mais promissor é reprogramar as células da pele, para que elas se comportem como células tronco embrionárias. Entrentanto, estas células tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês) normalmente são criadas com a utilização de vírus devastadores, e por isso não são seguras para uso médico.

Clonar embriões para que eles tenham o mesmo DNA ou tipo de tecido do paciente poderia ser mais seguro.

Os pesquisadores, no entanto, ainda não foram capazes de desenvolver células tronco embrionárias a partir de um embrião humano clonado ou de criar um método eficiente para clonar embriões humanos.

Os cientistas esperavam que embriões de animais pudessem ser usados como substitutos para embriões humanos, que são mais difíceis de clonar - e geram uma enorme polêmica.

"Este estudo importantíssimo sugere que os ovócitos (células a partir das quais o embrião se desenvolve) muito provavelmente não podem ser usados como recipientes em uma transferência de núcleo celular humano", , disse por sua vez Ian Wilmut, diretor do Centre for Regenerative Medicine in Edinburgh e editor-chefe do Cloning and Stem Cells, publicado pelo jornal.

Papa pede que Brasil mantenha proibição a células-tronco

Em discurso ao novo embaixador do Brasil para a Santa Sé, Luiz Felipe de Seixas Corrêa, o papa Bento 16 pediu que o governo brasileiro mantenha a proibição ao aborto, à eutanásia e às pesquisas com células-tronco embrionárias.

Ele apelou para que o governo "fomente os valores humanos fundamentais, a família e a proteção do ser humano desde o momento de sua concepção até a morte natural e exigiu, respeito aos experimentos biológicos, que se proteja o direito do embrião a nascer".

Bento 16 ressaltou as boas relações entre a Santa Sé e o Brasil dizendo que ambos coincidem na defesa do bem comum para a nação, na qual os católicos formam a maioria da população.

O papa se disse satisfeito pelas políticas "de desenvolvimento, de luta contra a pobreza e de renovação tecnológica" do governo brasileiro e encorajou para consiga "uma melhor distribuição da renda e maior justiça social para o bem da população".

Transplante de células-tronco pode controlar esclerose...

Transplantes de células-tronco podem controlar e até reverter os sintomas de esclerose múltipla (EM) em pacientes que estiverem em um estágio inicial da doença, afirma um pequeno estudo publicado na revista científica The Lancet Neurology.

Nenhum dos 21 adultos com recaídas de EM, que tinham transplantadas células-tronco de sua própria medula óssea, pioraram em três anos. E, ao menos, 81% melhoraram um ponto na escala de incapacidade neurológica, informou a revista.

Outros testes estão sendo planejados, e especialistas do Reino Unido chamaram esse trabalho de "estimulador".

A esclerose múltipla é uma doença auto-imune que afeta cerca de 85 mil pessoas no Reino Unido.

ParalisiaO mal é causado por um defeito no sistema imune do corpo, que implica danos aos nervos que podem levar a sintomas, como visão turva, perda de equilíbrio e paralisia.

"As células-tronco estão mostrando cada vez mais potencial em tratamentos de EM. O desafio que enfrentamos agora é provar sua eficácia em testes envolvendo um grande número de pessoas" declarou Doug Brown, da Multiple Sclerosis Society.

Primeiro, a doença causa principalmente sintomas intermitentes que são parcialmente reversíveis. No período em torno de 10 a 15 anos após o início, a maioria dos pacientes desenvolve a esclerose múltipla progressiva secundária, com gradual, mas irreversível, dano neurológico.

Não é a primeira vez que esse tratamento com transplante de células-tronco foi testado em pessoas com EM, mas não havia obtido grande sucesso.

Os pesquisadores da Northwestern University School of Medicine, em Chicago, disseram que a maioria desses outros estudos tinha testado o transplante em pessoas com esclerose múltipla progressiva secundária em que o dano já havia ocorrido.

Nesse último estudo, os pesquisadores coletaram células-tronco sanguíneas da medula óssea dos próprios pacientes, que receberam medicamentos para remover as células imunológicas ou linfócitos responsáveis por atacar o sistema nervoso nos casos de EM. As células-tronco foram então reinjetadas nos pacientes, "resetando" o sistema imunológico.

JB Online

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Células-tronco humanas devolvem mobilidade a ratos

Uma equipe de cientistas da universidade japonesa Keio, em Tóquio, conseguiu contornar os danos na espinha dorsal de ratos, permitindo recuperar a mobilidade de suas extremidades com a implantação de células-tronco humanas.

Esta é a primeira vez que se consegue transplantar com sucesso para ratos células-tronco de neurônios obtidas a partir de células humanas, que podem dar origem a diferentes tecidos, disse o chefe da equipe de pesquisa, Hideyuki Okano.

Ele prevê que, se os testes foram positivos, poderão ser aplicados em seres humanos dentro de pelo menos cinco anos.

Apesar dos danos que os roedores sofriam no sistema nervoso central e que causavam a paralisia de suas extremidades, eles puderam recuperar a mobilidade graças à implantação destas células conhecidas como iPS (Induced Pluripotent Stem Cells).

Antes, a equipe do professor Okano conseguido que células-tronco de ratos surtissem efeito em lesões similares, mas esta é a primeira vez que células-tronco de origem humana conseguem reparar o tecido nervoso de outra espécie.

Quatro semanas após o tratamento, os roedores recuperaram a mobilidade e foram capazes de se manter sobre suas patas e, inclusive, de correr.

As células utilizadas na pesquisa provinham de pele humana e foram implantadas em 29 ratos após serem transformadas em células do sistema nervoso.

No entanto, o sucesso desse tratamento não poderá ser totalmente confirmado até que vários meses se passem, já que nesses casos os ratos podem desenvolver tumores.

Segundo Okano, caso se confirme a viabilidade desta técnica o próximo passo será sua aplicação em testes de laboratório com macacos, para posteriormente iniciar as análises em casos humanos.