quarta-feira, 15 de abril de 2009

Al Gore vai investir de US$ 20 milhões em células-tronco

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore anunciou nesta terça-feira um investimento de US$ 20 milhões na pesquisa de células-tronco em parceria com uma empresa de biotecnologia americana. A iniciativa focará os estudos na produção das células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, em inglês) - com capacidade para formar vários tipos de tecido. O setor é considerado quente para investimentos e tem atraído o interesse de diversos pesquisadores e empresas biotecnológicas. As células-tronco pluripotentes são desenvolvidas a partir da introdução de quatro genes em células normais da pele, com o objetivo de oferecer novos caminhos para tratamento médicos de regeneração.´Acho que é um atalho muito importante que se preenche de promessa e esperança´, afirmou Gore. ´Penso que esta é uma daquelas notícias que só chegam de vez em quando´, avaliou o ex-vice-presidente. O financiamento será feito pela empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield and Byers. A parceira de Al Gore, a companhia tecnológica Inc. Izumi Bio de Mountain View, sediada na Califórnia, vai colaborar com o estudo da pesquisadora Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto. Em 2006, a japonesa demonstrou que tecidos adultos do organismo poderiam ser transformados em células indiferenciadas com características semelhantes às das células-tronco embrionárias em laboratório.(Redação - Agência JB Online)

:: Tratamento com células-tronco no ovário pode adiar menopausa

As mulheres podem um dia adiar a menopausa. Um estudo chinês sugere que é possível prolongar a vida útil dos ovários a partir do implante de células-tronco, gerando óvulos maduros, como mostra matéria publicada nesta terça no jornal O Globo. O resultado de uma experiência com camundongos abre caminho para tratar algumas formas de infertilidade feminina. A esperança é que transplantes de células-tronco retiradas de ovários possam estimular a produção de oócitos (os precursores dos óvulos) em mulheres inférteis. Até recentemente a biologia aceitava o conceito de que os mamíferos do sexo feminino nascem com o estoque limitado de óvulos. Nos humanos, o número é de cerca de 400 mil na puberdade, e na menopausa ele cai drasticamente. Agora chineses mostraram que é possível isolar células-tronco a partir de ovários imaturos e maduros de camundongos, armazená-las em laboratório e transplantá-las em fêmeas estéreis. No estudo, os cientistas isolaram células-tronco que dão origem aos oócitos em fêmeas com cinco dias de vida e adultos. As células foram cultivadas durante meses e transplantadas em ovários de fêmeas inférteis. E 80% delas procriaram normalmente com fecundação natural.

Cientistas planejam criar sangue artificial com células-tronco

Cientistas britânicos lançaram nesta segunda-feira (23) um projeto para tentar criar sangue artificial a partir de células-tronco de embriões.O estudo, previsto para durar três anos, será coordenado pelo Serviço Nacional de Transfusão de Sangue da Escócia. Os pesquisadores afirmam que a pesquisa poderá abrir caminho para uma fonte ilimitada de sangue para transfusões de emergência.O sangue artificial seria livre de contaminações por doenças difíceis de serem detectadas em exames nos sangues de doadores, como o mal da vaca louca (vCJD, que é a variante humana da encefalopatia espongiforme bovina).Os pesquisadores testarão embriões humanos descartados após tratamentos de fertilização in-vitro para encontrar aqueles destinados a se desenvolver no grupo sanguíneo O-negativo, o grupo de doadores universais.O sangue do tipo O-negativo pode ser doado para qualquer pessoa sem riscos de rejeição e é a única opção segura quando o tipo sanguíneo do paciente é desconhecido ou não pode ser determinado imediatamente.Esse tipo de sangue tem uma fonte de doadores limitada, porque somente 7% da população está dentro desse grupo sanguíneo.O projeto será financiado pelos bancos de sangue da Escócia, da Inglaterra e do País de Gales, pelo governo da Irlanda e pela ONG médica Wellcome Trust.Segundo Marc Turner, da Universidade de Edimburgo, que está coordenando o projeto, as pesquisas deverão começar nas próximas semanas.As células-tronco são células capazes de se desenvolver para criar qualquer tipo de tecido humano.Cientistas já demonstraram que é possível tomar uma única célula-tronco de um embrião humano em estágio inicial e levá-la a se desenvolver em células sanguíneas maduras em laboratório.Uma empresa americana também já conseguiu produzir bilhões de glóbulos vermelhos a partir de células de embriões, mas as pesquisas foram paralisadas após a proibição de pesquisas com células-tronco no governo George W. Bush, revista pelo novo governo americano.O desafio dos cientistas agora é como produzir as células sanguíneas em grande escala e transportar a técnica do laboratório para a beira dos leitos hospitalares, o que pode levar vários anos."Devemos ter alguma prova do princípio nos próximos anos, mas estamos provavelmente entre cinco e dez anos de distância de um tratamento realista", diz Turner. "Em princípio, poderíamos garantir um suprimento ilimitado de sangue desta maneira."Apesar do potencial, o estudo também é alvo de críticas de grupos contrários ao uso de embriões para pesquisas."Assim como várias das afirmações associadas com as céulas-tronco, estes são os primeiros passos de uma pesquisa, em vez de uma cura logo ali na esquina, e tão hipotética quanto o resto das afirmações que tentam justificar a destruição de um embrião humano pelo benefício da humanidade", afirma Josephine Quintavalle, da ONG Comment on Reproductive Ethics.Para Quintavalle, a associação de bancos de sangue britânicos à pesquisa pode ter um efeito contrário, ao levar pessoas "que defendem o direito à vida do embrião humano" a relutar em doar sangue. (Fonte: Estadão Online)

Cientistas encontram jeito mais seguro de fazer células-tronco

Pesquisadores dos EUA anunciaram na quinta-feira (26) a descoberta de um jeito mais seguro de "convencer" células cutâneas humanas a se tornarem as poderosas células-tronco embrionárias, num importante passo para eventualmente usá-las para tratar inúmeras doenças e lesões.Uma equipe da Universidade de Wisconsin disse ter produzido as chamadas células-tronco pluripotentes induzidas (ou iPS, por sua sigla em inglês) a partir de células humanas, sem usar vírus ou genes exóticos, o que exclui um material genético que poderia acarretar riscos se as células fossem usadas terapeuticamente.O cientista James Thomson, cujo estudo foi publicado na revista Science, disse que essa é a primeira vez que os pesquisadores obtêm células iPS sem inserir novos genes potencialmente problemáticos em seu DNA.Muitas equipes trabalham na busca por melhores formas de fazer com que as células cutâneas se comportem como células-tronco embrionárias, as células-mestras que dão origem a todos os 220 tipos de células no organismo humano.Os cientistas esperam dominar as qualidades ímpares dessas células de modo a criar novos tratamentos para uma variedade de problemas médicos.As células iPS prometem muitos novos benefícios das células-tronco embrionárias, mas sem as polêmicas éticas destas, já que na nova técnica não é necessário destruir um embrião humano.Métodos anteriores para criar células iPS exigiam o uso de vírus como veículos, ou "vetores", para transportar os genes até as células e acionar a reprogramação celular.Thomson disse que o novo método usa um círculo de DNA chamado plasmídeo, que transporta os genes necessários para transformar uma célula cutânea em uma célula iPS.Com o tempo, o plasmídeo desaparece naturalmente da população celular, evitando o perigo representado pelo uso de vírus, que podem inserir genes nocivos no material genético das células."Isso significa que eles são menos propensos a formarem tumores, menos propensos a destruir a função de algum gene importante", disse Thomson por telefone.Outras equipes já usaram métodos diferentes para fazer o mesmo tipo de coisa em células de ratos, mas não em células humanas, disse Jeremy Berg, diretor do Instituto Nacional de Ciências Médicas Gerais, parte do Instituto Nacional de Saúde dos EUA. (Fonte: Estadão Online)

Desenvolvido tratamento para enfarte com células-tronco

Cientistas norte-americanos descobriram que após sofrer um ataque cardíaco, a circulação sanguínea dentro do músculo cardíaco do paciente melhora se receber um tratamento com células-tronco procedentes de sua própria medula óssea.Os pesquisadores, das universidades de Emory e Vanderbilt, apresentaram nesta segunda-feira (30) os resultados de seu estudo em uma conferencia do Colégio Americano de Cardiologia de Orlando.Um grave ataque cardíaco pode produzir mudanças no músculo cardíaco e aumentar o risco de insuficiência cardíaca e outras complicações.A equipe elaborou um tratamento com células-tronco da medula óssea dos próprios pacientes que haviam sofrido ataques cardíacos, conseguindo melhorar a saúde dos indivíduos."Esses resultados mostram que o tratamento com as próprias células-tronco tem o potencial de reduzir as complicações a longo prazo após um ataque do coração", explica o responsável pela pesquisa, Arshed Quyyumi. "Quanto mais células recebe o paciente, mais benefícios trás o tratamento", diz o pesquisador que afirma que o tratamento não provocou nenhum efeito colateral. (Fonte: Estadão Online)

Injeção de célula-tronco pode ajudar tratamento de fraturas e artrite, diz estudo

O tratamento de ossos e articulações do corpo pode estar próximo de ser feito por meio de injeções de células-tronco, de acordo com uma pesquisa feita na Grã-Bretanha.A equipe de pesquisadores da Universidade de Keele afirma que vem testando células-tronco que podem ser controladas com magnetos.O objetivo é tratar pacientes com fraturas ou doenças como artrite.Os pesquisadores usam as próprias células-tronco do paciente, coletadas da medula óssea. Essas células são tratadas em laboratório onde recebem um revestimento de pequenas partículas magnéticas.Cinco anos - Essas nano-partículas já são aprovadas nos EUA, onde são usadas frequentemente para tornar exames mais claros.Campos magnéticos moveriam então as células pelo corpo até o local desejado e as acionaria, sem necessidade de drogas."O objetivo é reparar a cartilagem e o osso. Conseguimos construir ossos novos em camundongos, experimentaremos agora em gansos", disse um dos responsáveis pela pesquisa, Al Haj."Devemos estar testando em seres humanos dentro de cinco anos", diz ele. (Fonte: Estadão Online)

Terapia com células-tronco reverte diabetes tipo 1 no Brasil

Um estudo brasileiro inédito revela que o pâncreas de diabéticos tipo 1 está voltando a funcionar após o transplante de células-tronco do próprio paciente, livrando-o da necessidade de insulina.
Os resultados da pesquisa, que acompanha 23 voluntários há mais de quatro anos, estão publicados na edição de hoje do Jama (jornal da Associação Médica Americana).


Os autores constataram, pela primeira vez no mundo, que os níveis do peptídeo-C, uma espécie de marcador do funcionamento das células produtoras de insulina, aumentaram nos pacientes submetidos à terapia.
Essa substância é um dos resíduos da produção do hormônio pelas células beta do pâncreas. Ou seja, quanto maiores suas taxas, maior a produção de insulina e menor o risco de complicações associadas ao diabetes, como amputações.


"O nível dele não só deixou de cair como aumentou", comemora o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, da USP de Ribeirão Preto, e um dos autores do estudo. "Isso significa que o pâncreas está voltando a funcionar", explica ele. "Esses pacientes produzem mais insulina do que quando chegaram até nós."


A maioria dos voluntários deixou de usar hormônio sintético há mais de três anos, em média, com bom controle da glicemia. "Temos pacientes livres há quatro anos e oito meses, com excelente qualidade de vida, sem picos de hipoglicemia", diz Couri.


Oito deles precisaram voltar a tomar o hormônio sintético, mas em doses muito baixas. "Por isso não dá para afirmar que os benefícios sejam permanentes", avalia o imunologista Júlio Voltarelli, um dos líderes do estudo.
Mas mesmo nesses pacientes os níveis do peptídeo-C estão aumentados, mostrando que o pâncreas está funcionando melhor também nessas pessoas, apesar de não produzir todo o hormônio de que necessitam. "Eles provavelmente terão uma melhor evolução da doença", acredita Júlio Voltarelli.


O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, em que o próprio sistema de defesa do corpo passa a atacar o pâncreas. A terapia com células-tronco, ao que parece, consegue combater essa falha imunológica, mas não recupera as áreas destruídas da glândula. Daí a necessidade de aplicá-la em pessoas recém-diagnosticadas.


Medicamento


Outro resultado inédito apontado pelos autores foi o efeito da droga sitagliptina, indicada para diabéticos tipo 2, em dois dos pacientes que voltaram a precisar da insulina. Com dois meses de medicação, eles ficaram livres do hormônio sintético. A droga estimula a secreção de insulina pelo organismo. Hoje tais pacientes controlam a glicemia tomando esse remédio uma vez ao dia.


Em 2007, com a publicação dos primeiros dados do transplante de célula-tronco, o trabalho recebeu duras críticas da comunidade científica internacional, que atribuiu os bons resultados a um período conhecido como lua-de-mel, em que mudanças na dieta e exercícios, aliados ao acompanhamento médico, seriam os responsáveis pelos benefícios.


"Hoje não há dúvidas de que não se trata de lua-de-mel", diz Couri, lembrando que o primeiro artigo sobre a pesquisa publicado no Jama levou um ano para ser aceito -a aceitação desse último levou dois meses. Para Voltarelli, ainda não se pode falar em cura do diabetes. "Mas talvez estejamos trilhando o caminho para isso."

Novas terapias

O estudo da USP-Ribeirão ainda recruta voluntários e testa formas menos agressivas e mais baratas para corrigir falhas no sistema imunológico. Agora eles estão testando outra linha de pesquisa na tentativa de desligar o sistema imunológico doente sem usar quimioterapia, lançando mão das chamadas células-tronco mesenquimais, presentes no organismo.

Os participantes do estudo devem ter entre 12 e 35 anos e menos de seis semanas de diagnóstico de diabetes tipo 1. Os candidatos podem escrever para ce.couri@yahoo.com.br.