terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Gaúchas recebem células-tronco em hospital na China



Campanha mobilizou Novo Hamburgo para tratamento de meninas com paralisia cerebral

Os primeiros seis meses de 2010 serão de expectativa para a família de Olívia Marques Pierotto Alves, três anos, vítima de paralisia cerebral.

Após submeter-se a oito aplicações de células-tronco na China, em um tratamento de 52 dias, Olivinha e os pais, Marcio Pierotto Alves, 27 anos, e Carolina Marques de Souza Pierotto Alves, 28 anos, desembarcaram na quinta-feira no Aeroporto Internacional Salgado Filho. Os resultados devem ser notados, espera a família, até o meio do ano.

Traquina aos dois anos, Olívia mergulhou em uma piscina sem que parentes percebessem, em 17 de janeiro passado. Os cinco minutos, tempo estimado que a garota permaneceu submersa, foram quase fatais. Após 30 dias em coma, acordou muda e sem o movimento dos braços e das pernas.

– Os médicos não nos deram muita esperança de que ela fosse melhorar algum dia – conta Carolina.

Sem se resignar, a família partiu em busca de alternativas: soube da história de uma menina tratada com células-tronco, na China, após sofrer uma lesão cerebral, e buscou informações. Em sete meses, os pais criaram um site, mobilizaram Novo Hamburgo, onde moram, e conquistaram o apoio da comunidade e do empresariado local. Na campanha, conheceram os pais de Fernanda Rossoni Vargas, oito anos, vítima de lesão semelhante.

– Era mais difícil conseguir para duas, mas não tínhamos como não ajudá-los – diz Carolina.

Eles não apenas conseguiram cerca de US$ 80 mil (R$ 139,232 mil) para tratamento, estadia, passagens e alimentação das duas famílias no Qingdao Chengyang People’s Hospital, em Qingdao, a duas horas de avião de Pequim, como garantiram quase R$ 90 mil para o prosseguimento do tratamento, no Brasil. Na China, Olívia recebeu oito aplicações de células-tronco retiradas de cordão umbilical – quatro endovenosas e quatro na coluna cervical. Pequenos avanços são comemorados como epopeias.

– Os braços dela já estão menos rígidos, ela firma a cabecinha, mexe a boca e tem dificuldades com a claridade, o que não acontecia antes. Os médicos na China disseram que os próximos seis meses são fundamentais – prevê Carolina, que abandou o emprego de enfermeira num hospital para dedicar-se à filha mais nova.

A saga de Olívia pode ser acompanha no site
www.olivinha.com.br