terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Primeiro homem é curado oficialmente da Aids

Um relatório oficial publicado na revista científica Blood, declarou a cura de um homem da infecção por HIV, pela primeira vez na história. Timothy Ray Brown, de 42 anos, sofria de leucemia mielóide aguda e foi levado para ser tratado no hospital Charité, em Berlim, Alemanha. Mesmo sendo portador do vírus HIV, a ameaça provocada pela leucemia representava maior perigo de óbito. 

“O tratamento pelo qual Brown passou foi agressivo: quimioterapia que destruiu a maior parte de suas células imunes. Irradiação total do corpo. E depois, um transplante arriscado de células-tronco no qual cerca de um terço dos pacientes não sobrevivem – mas que parece ter curado Brown completamente da Aids”, diz o comunicado. Segundo o relatório, o tratamento quase matou o paciente.

Para as células-tronco, os médicos utilizaram um doador com uma mutação genética especial, presente em um número incrivelmente pequeno de pessoas no mundo, que o torna quase que invulnerável ao HIV. Com as defesas do organismo de Brown dizimadas pelos tratamentos, as células saudáveis e resistentes ao HIV do doador repovoaram o sistema imunológico dele.

Os primeiros sinais de que o vírus havia sido abatido eram promissores, mas agora, sem o tratamento para o HIV, testes não mostraram qualquer sinal do HIV, os médicos puderam declarar oficialmente:

“Ele está curado. O que isto significa para o futuro do tratamento da Aids? Não é qualquer paciente com HIV que pode ou quer passar pelo sofrimento enorme necessário para a cura de Brown, nem é qualquer um que pode ou quer pagar pelo procedimento. Mas pela primeira vez, descobrimos que a Aids pode ser curada, não só tratada. Isto abre novos caminhos de pesquisa – terapia genética, tratamentos com células-tronco – que poderiam ter sido desconsiderados antes”. 

(Yggor Araújo, DOL)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Célula-tronco de dente repara córnea

Karina Toledo - O Estado de S.Paulo
 
Pesquisadores do Instituto Butantã desenvolveram uma técnica para recuperar a visão de pacientes com lesão na córnea utilizando células-tronco extraídas da polpa do dente de leite. Os testes em seres humanos devem começar no próximo mês, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"O tecido da córnea precisa ser constantemente renovado, pois as células se desgastam como as da pele", explica a biomédica Babyla Monteiro, responsável pela pesquisa. Essa manutenção, diz ela, é feita por uma região do olho chamada limbo, que fica em volta da córnea. "Mas quando a região límbica é afetada por um trauma ou uma doença, a córnea perde a capacidade de regeneração e se torna opaca, comprometendo a visão."

Quando o problema afeta apenas um dos olhos, é possível retirar células límbicas do olho saudável do próprio paciente para transplante, explica o oftalmologista da Unifesp José Álvaro Pereira Gomes, coautor do estudo. "Mas, quando os dois olhos são afetados, a opção hoje é recorrer a um doador. Mas sempre há risco de rejeição. Com as células-tronco do dente de leite, esse risco é muito menor."

As células da polpa do dente são incorporadas ao tecido ocular do paciente e recobertas por uma espécie de membrana feita de material semelhante à placenta. Elas então se adaptam ao tecido ocular e passam a atuar como células límbicas, reconstruindo a córnea degradada. A técnica vem sendo testada em animais desde 2006. Em março, os resultados foram publicados na revista Investigative Ophthalmology & Visual Science.

"Agora vamos testá-la em voluntários que foram submetidos à cirurgia convencional, com células de um doador, mas não obtiveram sucesso, seja por rejeição ou por outro problema", diz Gomes.P

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cientistas descobrem forma de incentivar fertilização de óvulos

Durante anos, biólogos que estudam a reprodução foram frustrados por um mistério do desenvolvimento do óvulo: quais são os sinais que ordenam que óvulos imaturos – folículos primordiais – se desenvolvam em óvulos maduros capazes de ser fertilizados?
A pergunta é importante para especialistas em fertilização. As mulheres que estão entrando na menopausa não produzem óvulos maduros, ou os produzem ocasionalmente, mas ainda possuem folículos primordiais. Assim como ocorre com mulheres cujos ovários falham num estágio ainda mais precoce. Se houvesse uma forma de estimular óvulos imaturos a se desenvolverem, deveria possibilitar que essas mulheres engravidassem.
Mulheres em tratamento contra o câncer que desativam seus ovários podem querer guardar alguns óvulos imaturos para gerar um bebê mais tarde.
Agora, Aaron J.W. Hsueh e Jing Li, da Stanford University, e colegas no Japão e na China relatam que resolveram o enigma da maturação do óvulo.
Num artigo publicado online no “Proceedings of the National Academy of Sciences”, eles descrevem uma forma simples de sinalizar o amadurecimento de óvulos de ratas. Eles fertilizaram os óvulos maduros, obtiveram ratos recém-nascidos, os criaram e mostraram que eles eram férteis. Os pesquisadores também usaram seu método para amadurecer óvulos humanos, mas não os fertilizaram. Mas o Dr. Kazuhiro Kawamura, no Japão, planeja dar o próximo passo com pacientes cujos ovários falharam mais precocemente – maturando os folículos primordiais, então fertilizando os óvulos, disse Hsueh.
No entanto, Hsueh alerta que “ninguém pode garantir o sucesso” com óvulos humanos. Ele é apenas cientista e não planeja tratar pacientes.
Louis DePaolo, chefe do escritório de ciências reprodutivas do Instituto Nacional Eunice Kennedy de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, enfatiza que o método ainda é experimental.
“Isso é algo possível”, disse ele, “mas precisa de um refinamento maior”. Neste ponto, ele diz, “não podemos dizer a uma paciente que vamos tentar esse procedimento”.
Os resultados também podem ajudar os cientistas a gerar células-tronco embrionárias humanas. Um problema em obter essas células é que é difícil obter muitos óvulos humanos maduros para fertilização. Agora, Hsueh afirma querer tentar usar óvulos imaturos do tecido ovariano de mulheres que tiveram seus ovários removidos por outras razões. Ele espera poder incentivar o amadurecimento de óvulos imaturos.
Os cientistas há muito tempo ficam perplexos com o processo de maturação do óvulo. Um bebê do sexo feminino tem 800 mil óvulos imaturos no ovário quando nasce. Quando ela chega à puberdade e começa a ovular, mil dessas células de óvulos começam a se desenvolver todos os meses. Normalmente, apenas um óvulo se desprende no caminho. Ninguém sabe o que acontece com todos os óvulos que não conseguiram.
“Presumimos que eles morrem”, disse Hsueh. “Exceto por alguns folículos mais avançados, ninguém sabe em que estágio a maioria morre”.
Tratamentos de fertilidade usam hormônios para ajudar óvulos que já estão bem longe para amadurecer. Porém, como ocorre com mulheres que estão iniciando a menopausa, pode não haver óvulo nenhum tão longe assim. Até o momento, nada podia ser feito.
O ímpeto por trás da descoberta foi um achado acidental de outros pesquisadores. Eles tinham removido um gene em ratas e viram algo estranho e inesperado: todos os óvulos imaturos dos animais começaram a amadurecer. As ratas, na verdade, acabaram se tornando inférteis mais tarde na vida; eles tinham usado todos os óvulos de uma vez.
Isso levou à percepção de que o segredo para fazer óvulos imaturos se desenvolverem é inibir uma enzima conhecida como PTEN e adicionar um fragmento de proteína para ajudar a ativar os óvulos. Parar aquela enzima tirou os freios do desenvolvimento do óvulo. Com um empurrãozinho extra da proteína ativadora, os óvulos começaram a crescer.
Agora, diz Hsueh, os pesquisadores melhoraram os métodos que reportam em seu novo artigo. É claro, eles não querem usar todos os óvulos num ovário de uma vez. Em vez disso, afirmou ele, a ideia é pegar um pequeno pedaço de ovário, ativar seus óvulos primordiais e colocá-lo de volta no corpo, permitindo que os óvulos cresçam e amadureçam.
A descoberta, disse DePaolo, “é importante”, não apenas porque pode dar às mulheres mais opções quando seus ovários falham. Além disso, ele comentou, o trabalho fornece “conhecimentos básicos de como esses folículos em estágio inicial funcionam”.
“Nunca entendemos isso”, disse DePaolo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pesquisadores da UFRJ conseguem multiplicar células-tronco para pesquisas

Pesquisadores da UFRJ conseguem multiplicar células-tronco para pesquisas

A Universidade Federal do Rio de Janeiro testa uma máquina considerada inovadora por cientistas do mundo todo: o equipamento é capaz de dobrar a produção atual de células-tronco no Brasil

As equipes da engenheira química Leda Castilho e do neurocientista Steven Rehen começaram a trabalhar há um ano e meio.

O objetivo era adaptar um equipamento que reproduz células-tronco embrionárias humanas.

A capacidade utilizado hoje é insuficiente para o desenvolvimento mais rápido de pesquisas.

O novo equipamento é um biorreator ligado a um sistema de computação.

No método convencional, as células-tronco se reproduzirem no fundo do equipamento; no equipamento novo, os cientistas da UFRJ adicionaram esferas microscópicas que atraem as células-tronco.

A novidade permite que elas tenham mais espaço para se multiplicar.

O resultado é a produção do dobro de células – e pela metade do preço.

“Isso requer menos mão-de-obra, menos manipulação.

Há menor risco de contaminação do que pelo sistema convencional”, explica Leda Castilho.

No futuro, o paciente que se submeter a um tratamento com células-tronco precisará de milhões delas.

Por isso, quanto maior a produção, maior o número de beneficiados.

O equipamento brasileiro está sendo considerado pela comunidade científica internacional como o mais avançado do mundo.

Dentro de um ano, pesquisadores de todo o país terão uma quantidade muito maior de células-tronco para as pesquisas, muitas que buscam tratamentos de doenças incuráveis hoje em dia.

Células-tronco: a ciência em paz com a religião

Há mais de três anos, nossas autoridades procuram instruir-se para decidir se as leis da biossegurança permitem utilizar embriões congelados para a obtenção de células-tronco para terapias, que no momento atual são apenas pesquisas, todas promissoras.

O ponto essencial dessa questão é determinar quando se inicia uma vida. Nunca houve dúvidas de que a vida inicia-se após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide e a conseqüente fusão da carga genética do pai e da mãe e a formação do embrião.

A ciência tem procurado alterar essa verdade, visando evitar polêmicas do ponto de vista ético e religioso, a partir do advento da fertilização in vitro, que colocou em nossas mãos bebês com 0,1 mm de diâmetro, cujos destinos podem constituir dilemas sérios.

A fertilização in vitro é um excelente tratamento para infertilidade e soluciona praticamente todos os casos de casais com dificuldades para ter filhos. As polêmicas surgem com o excesso de embriões. Se transferirmos três ou quatro embriões, temos gêmeos, trigêmeos e quadrigêmeos, o que gera gestações de alto risco e elevado índice de complicações neonatais, com mortes ou seqüelas indesejáveis. Se houver mais que quatro embriões, os excedentes são congelados. Se o casal não utilizar os embriões congelados, estes deverão ser conservados por no mínimo três anos, quando, então, poderão ser utilizados em pesquisa para obtenção de células-tronco.

A comunidade científica alega que um embrião de menos de 14 dias não é um embrião, e sim um pré-embrião, pois não tem condições de sobrevida a não ser após a nidação, isto é, a fixação na parede uterina.

Semelhante ao embrião de 0,1 mm, um bebê recém-nascido com três quilos também não tem condição alguma de sobrevida se não for alimentado, agasalhado, etc. Portanto, a diferença entre eles é de idade, tamanho e forma de carinho de que necessitam.

A fertilização in vitro pode ser aplicada produzindo-se apenas o número ideal de embriões que eu considero, um ou dois ou, eventualmente, três ou quatro em casos especiais, como mulheres com mais que 40 anos. Não é necessário produzir embriões excedentes para serem congelados, todos os embriões produzidos devem ser transferidos para o útero da mãe. Se houver óvulos excedentes, estes poderão ser congelados e destruídos caso tornem-se dispensáveis, ou fertilizados futuramente para a geração de novos bebês. Alguns países já proibiram o congelamento de embriões.

Não está definido ainda se as células-tronco de origem embrionária são melhores que as obtidas de outros tecidos. Os tratamentos já padronizados e eficientes, como a recuperação do músculo cardíaco, utilizam células-tronco do próprio indivíduo, portanto, a princípio, não precisamos produzir embriões excedentes e nem sacrificá-los.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Marina diz que é contra testes com células-tronco embrionárias



"Não tenho uma posição favorável à pesquisa com célula-tronco embrionária, e eu já disse isso", afirmou ela.

"Eu sou favorável à pesquisa com célula-tronco adulta".

Marina se irritou ao ser perguntada sobre o assunto e questionou os jornalistas: "Por que vocês nunca se interessam pelas coisas que a gente está fazendo? Isso que aconteceu aqui não tocou ninguém?, disse, referindo-se ao que viu na sua visita à comunidade do Coque, uma das mais violentas da cidade.

"Não estou chateada por responder isso pela milésima vez, não", declarou em seguida, ainda referindo-se às celulas-tronco. "É que aqui [a visita] foi tão forte", justificou.

Marina chorou várias vezes ao ser homenageada por crianças na Escola Popular de Direito Constitucional "Pequeno Cidadão". Elas cantaram "Coração de estudante" e "Para não dizer que não falei de flores".

Em discursos no local, a candidata prometeu duas vezes manter o Bolsa Família. Ela também lembrou seu passado pobre, andou em ruas de terra e se desviou de galinhas e do esgoto que escorria a céu aberto.

Marina foi ao Coque acompanhada do candidato do partido ao governo do Estado, Sérgio Xavier. Na comunidade, a candidata foi recebida por um boneco gigante com suas feições e assistiu uma apresentação de um maracatu infantil.

RELIGIÃO

Mais tarde, em entrevista a uma rádio local, a candidata disse que tem sofrido preconceito por ser cristã evangélica. "Mas eu não sou uma cristã envergonhada, eu digo a minha fé", afirmou.
A senadora declarou ainda que participará da campanha eleitoral "mostrando sempre que estamos elegendo o presidente da República, e não o pastor da igreja" e que não fará "a satanização dos outros candidatos."

Menino com traqueia ultrafina tem alta após operação pioneira

O britânico Ciaran Finn-Lynch, de 11 anos, que em março se tornou a primeira criança a sofrer um transplante de traqueia, teve alta do hospital para crianças de Great Ormond Street, em Londres, e voltou para casa na Irlanda do Norte neste fim de semana.

Ciaran nasceu com uma traqueia de apenas um milímetro de largura e sobreviveu durante anos graças a instrumentos que alargavam o órgão. No entanto, eles também causavam sangramentos frequentes e lesões.

Em março, ele recebeu o transplante inédito, que utilizou a traqueia de um doador italiano e uma técnica que combinou células-tronco do próprio menino para diminuir o risco de rejeição.

Há quatro semanas, os médicos declararam que a operação foi bem-sucedida.

"Ciaran atravessou algumas importantes operações em sua vida, mesmo antes do transplante de março. Ele é forte e manteve o astral alto durante todo esse tempo. Há duas semanas, teve uma aula de música ainda na UTI, onde tocou bateria e simplesmente adorou", afirmaram os pais do menino, Colleen e Paul.

A complicada operação de transplante foi realizada pela equipe do professor Martin Elliott, do hospital britânico, com o apoio de Paolo Macchiarini, pesquisador de células-tronco do hospital universitário Careggi, de Florença, e outros especialistas londrinos.

Do órgão doado, foram retiradas células do doador, deixando apenas a armação de colágeno. Foram então injetadas células-tronco do garoto na armação.

Ciaran nasceu com estenose traqueal congenital, uma malformação rara caracterizada pela estreita via aérea. Quando nasceu, a traqueia media apenas 1 milímetro de largura.

"É como respirar através de um canudo", afirmou um comunicado do hospital.

Fonte: UOL